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Zeno é um personagem pitoresco: contraditório e impulsivo (ou contraditório porque impulsivo), começou a fumar ainda adolescente e nunca mais parou, embora tenha tentado parar frequentemente e sempre retornado ao vício, cada vez com uma desculpa. Aliás, é por causa do fumo que ele, em determinado momento da vida, vai atrás de um médico psicanalista que o recomenda que escreva um diário, suas memórias, para ver se surge uma autoconsciência e autocrítica. No entanto, por alguns motivos (e na vida de Zeno eles são numerosos), o tratamento é interrompido, e o médico, então, por vingança, decide publicar as memórias do seu paciente. Este é o mote de "A consciência de Zeno", de Italo Svevo, um clássico da literatura que revolucionou as letras italianas; nele, acompanhamos a vida e as digressões desse personagem curioso, frágil, fraco, enfim, moderno, tudo de maneira simbólica, porque pensada psicologicamente, e fluída, bem-humorada.
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