#80 - Villa e o uso do mindinho da Mão direita.

[@marcosmaia4832]

Caro Luciano Morais, essa discussão é instigante e enriquecedora, muito boa! No 1º capítulo de minha dissertação de mestrado, defendida na Unicamp em 2007, apresentei algumas informações e fontes sobre a questão da utilização do 5º dedo da mão direita. Dionísio Aguado teria sido o primeiro a propor o uso do dedo "chico" na 1ª edição de seu método com algumas páginas contendo arpejos de acordes com dedilhados envolvendo todos os dedos da mão direita. A 2ª edição do método foi editada sem essas páginas! Um século depois o argentino Domingo Prat propôs também em seu método a utilização do quinto dedo, porém com a posição invertida em relação à forma tradicional, ou seja, indicador (1ª corda), médio (2ª corda), anular (3ª corda), mínimo (4ª corda) e polegar as restantes, mas essa ideia não vingou. No Brasil Villa-Lobos também foi um defensor da utilização como você explicou muito bem. O americano Charles Postlewate dedicou 14 anos, com prática diária de 4 horas, para desenvolver o uso do 5º dedo da mão direita, com o acompanhamento de médicos que ficaram surpresos em saber que os violonistas não o utilizavam. Segundo um dos médicos o potencial do dedo mínimo é maior que o anular porque possui musculatura própria, enquanto que o dedo anular é uma ramificação do dedo médio. Postlewate publicou o método Right -Hand Studies For Five Fingers e um DVD com uma parte sobre a técnica do 5º dedo e outra com execução de obras. Kazuito Yamashita e Jorge Caballero são dois grandes exemplos dessa prática. Postlewate questiona que se o 5º dedo funciona bem na mão esquerda, por que não na direita? É isso. Forte abraço!

[@violonista3]

Você me mandaria sua dissertação, ou colocaria o link para baixá-la aqui no canal? Tenho certeza que será muito útil pra nós! Muito obrigado por seu relato, muito interessante!

[@sinvalfelisberto]

Muito boa a descrição da situação! Eu sempre ouvi muitas lendas a respeito desse episódio. Muito obrigado pelo vídeo!

[@8uyp]

Da pra enxergar nitidamente a vontade e visão de abrir um novo mar com a técnica de 5 dedos na mão direita por Villa. Quanto do instrumento não foi desenvolvido ao chegar o anelar pra festa? Raphael Rabello tocou o Estudo N1 de Radames e Villa-Lobos (também o Samba do Avião) com os 5 dedos e dá pra ver o destaque nas 2 primeiras cordas, conseguindo trabalhar muito mais os coloridos e dinamismo do instrumento.

[@daniloluizgrunge]

Luciano, tenho visto muitos vídeos seus, geralmente durante o trabalho ou lavando louça à noite. Acho um assunto fascinante, principalmente porque você aborda assuntos que eu nunca parei muito para refletir. Como sou autodidata, acabei desenvolvendo maneiras diferentes ou erradas de tocar, lembro quando no início eu fazia um acorde de G sem usar o indicador, assim como invertia os dedos 2 e 3 nas formas de E e Am, hoje em dia varia de acordo com os acordes que vieram antes ou que virão depois. Contudo, eu sempre usei o mindinho da mão direita e embora seja impossível fazer tremolo com ele, percebo que em algumas músicas minhas eu chego a tocar com os 5 dedos da mão direita, principalmente porque muitas composições minhas envolvem dedilhados. Tem músicas que eu acabo não usando o indicador, ficando com os baixos no polegar e usando o médio, anelar e mindinho como que em uma levada bossa nova. Recentemente comecei a acertar o tamanho de unha certo e numa das minhas composições mais recentes a unha do mindinho foi fundamental para chegar na sonoridade que eu quero. 🙂 Atualmente estou diferenciando melhor as músicas com cordas de aço e as com cordas de nylon, e percebo inclusive a questão da postura e posição do violão dependendo do estilo a ser tocado, tanto que é até engraçado que dependendo do estilo de música eu toco com violão na perna esquerda e com apoio para o pé. Vídeo muito bacana, parabéns!

[@daniloluizgrunge]

PS: No meu canal eu to colocando todas as músicas de forma bruta, este ano o plano é gravar um álbum, mas eu reconheço minhas limitações e acho minhas músicas extremamente simples, como eu não levo a música como profissão, eu não vejo maiores problemas, porém quero sim voltar a estudar teoria em breve e seu canal me inspira bastante.

[@violonista3]

Você é muito gentil, muito obrigado!!

[@dricampos6273]

Agradecida, professor! Mais uma vez ajudo-me a conhecer melhor o instrumento e despertar para minha consciência corporal ao tocá -lo.

[@davidsckaff2376]

Eu acredito que tudo é prática. Da mesma forma que nosso mindinho é "fraco", "menos flexível" ou até mesmo "com menos musculatura" para grandes violonistas, é também a mesma coisa todos os dedos da mão para não-violonistas. Por quê? Porque não se colocou em prática AINDA. Então, não importa se é certo ou não usar o mindinho, e sim que tudo depende da prática que nós colocamos no instrumento.

[@rafaelguedes1624]

Melhor explicação

[@nadoreisgol]

Luciano, e aquela técnica do Guinga que usa o polegar da mão esquerda. É bem interessante.

[@violonista3]

Exatamente a essa que me refiro. Entre problemas e soluções que apresenta, a opção pelo uso da técnica tem que ser muito bem monitorada. Ninguém conhece as pessoas que se ferraram por tentar avançar na técnica sem supervisão.

[@nadoreisgol]

@@violonista3 Pois é.. Não é fácil..

[@arifernandomaia5034]

Olá Luciano. Eu comecei a usar o mindinho (que no meu caso merece o diminutivo) há uns 10 anos, tanto em peças que o demandam como em música popular, em levadas de samba, por exemplo. Acho que a maior dificuldade, para quem aprendeu a técnica clássica, é o cérebro! Me lembro no começo de que a maior dificuldade era pensar a cada momento o movimento, enquanto os outros dedos já se moviam "sozinhos"... rsrs.

[@woody143a]

excelente!

[@jeffrey4851]

Fala Luciano, Jeffrey aqui, Um tema que tenho muita curiosidade pra saber, é sobre a posição do polegar da mão esquerda, se ele pode ou não aparecer durante a execução de peças.... obrigado !!!

[@violonista3]

Oi, Jefrey! Procure minhas aulas no começo do canal, sobre postura de mão esquerda. Via de regra, o polegar fica escondido, mas isso varia de mão para mão. Mãos maiores tendem a deixar o polegar aparecer, especialmente em posicionamentos longitudinais nas cordas 1 e 2. Nos vídeos do Alvaro Pierri é possível ver que o polegar dele aparece bastante, e ele tem uma técnica muito relaxada e precisa.

[@arthurfranca5516]

Acho q a questão nao é se é contornável ou indispensável. Basta ouvir alguem como o django pra perceber que muito mais do que imaginamos de digitação é contornável. A questão é pensar individualmente os benefícios e os entraves dessa técnica. O efeito musical de arpejar e tocar em bloco um acorde (especialmente de 5 notas) é completamente distinto, por exemplo.

[@violonista3]

Exato! A questão musical sempre deve guiar os recursos técnicos disponíveis, sejam eles quais forem.

[@arthurfranca5516]

Luciano Morais 🤙🤙🤙

[@fabiosatoalmeida8689]

Na hora que mostra a foto, repara no tamanho do mindinho com o charuto . Villa lobos fumava charutos de bitola robusta , e com o uso da piteira ficava ainda mais visível. Era um segundo anelar.

[@paulorocha669]

Grande Professor. O fato de acrescentar o uso do mindinho já em uma técnica estruturada na escola violonistica me parece bastante difícil, entretanto vc vai lembrar na época em que vc lecionava na UNICSUL, conseguimos desenvolver um repertório muito satisfatório, devido à ausência que eu tinha do dedo anular, sendo necessário a substituição deste para o mindinho. Deixo aqui esse registro e minha gratidão por sua humildade e dedicação.

[@marcoslangner4925]

O maior problema é que geralmente o timbre fica ardido. Já tentei deixar a unha maior pra compensar a ergonomia, mas só piorou.

[@violonista3]

É verdade, mas eu nem cheguei nesse. Você viu que meu dedo nem chega na linha da corda pra saber, rsrsrsrs.

[@carlossidney4426]

Sou autodidata e to aprendendo muito com você parabéns pelo canal,seu vídeo já assisti todos fale num próximo vídeo sobre níveis basico ,intermediário e avançado música adequada para cada um deles valeu abrigado

[@edusouzz4122]

Obrigado pelo canal professor!!!!comenta sobre os 10 estudos do Radamés Gnattali...paz, saúde e sabedoria!

[@gustavocesar7073]

Parabéns pelo vídeo, sou novo no canal e tenho que ressaltar que achei o conteúdo do canal incrível. Gostaria de propor que o senhor fizesse um vídeo sobre os estudos do Leo Brouwer.

[@violonista3]

Ótimo tema! Obrigado pela audiência, e não esquece de dar a sua curtida e divulgar entre os amigos. Um abração, e obrigado!!

[@marcioangelo]

Muito bom! Parabéns!!

[@violonista3]

Curtiu? Que bom, obrigado!!!

[@andersonleite467]

Estou um tanto quanto surpreso em saber que não utiliza-se o mindinho ou "ch", desde quando comecei a tocar +ou- a 2 anos meu professor insiste no uso e prática do mínimo e isso facilita em alguns aspectos como acordes e na agilidade da mão direita.

[@violonista3]

Ótimo caminho, o seu. Como eu disse no vídeo, não é a técnica padrão, mas o uso do anular também não era nos séculos 18-19. Ele não é um dedo imprescindível, mas e daí? É claro que um dedo a mais facilita as coisas, desde que o som seja equilibrado e seu uso tenha se naturalizado na sua técnica. Se você está bem orientado, tudo bem. Um abraço para você e seu professor!

[@dbrandaomusic8361]

acabei esbaarrando no seu canal acidentalmente, e adorei! Parabens pelo conteudo

[@violonista3]

Que bom, meu caro! A ideia é que seja útil. Seja bem vindo!

[@caionannetti]

Saudações Luciano, tudo certo? Você acha que existe um repertório essencial para o estudante de violão clássico? Se sim, poderia comentar mais sobre isso?

[@violonista3]

Vamos comentar, está vindo um vídeo fresquinho sobre isso. Um abraço, e obrigado pela sugestão!!

[@eduardoleitemartins]

Parabéns pelo canal! Conheci hoje e estou gostando bastante, ganhou um inscrito

[@violonista3]

Obrigado, Eduardo! Estamos em casa, fique à vontade e participe com questões e sugestões. Um abração!

[@marcoslangner4925]

Falando em Villa-Lobos, algo recorrente com estudantes e até mesmo profissionais, sobre o trecho com saltos do estudo n°1. Nao pela questao da digitação (dedilhado), mas pelas mudanças de tenções e a velocidade exigida, ou seja, manter a mão tensa o tempo todo faz com que a frase não fique fluída. Portanto, como explicar para o aluno o que ele deve fazer para que a frase fique mais clara e nao haja esforço? Ja que essa passagem que é completamente diferente tecnicamente do que vem sendo feito no estudo até então.

[@violonista3]

Oi, Marcos! Há muitas estratégias para lidar com esse problema, mas por este canal eu recomendo NÃO PASSAR esse estudo para alunos. Antes do n.1, toquemos o 8, o 6, o 4, o 9 e, talvez, o 11, além de pelo menos 4 dos cinco prelúdios. São, pela minha experiência de violonista e professor, preliminares importantes que fazem o desafio das tensões do n.1 diminuir bastante, quando chega a hora. Isso é a minha experiência, tá? Um abraço!

[@marcoslangner4925]

@@violonista3 obrigado por repassar tua perspectiva sobre este caso. ABRAÇÃO👏👏👏👏

[@manhuntdiego]

Muito bom! Vlw o conteúdo

[@evandroviolao]

Parabéns mais uma vez pelo vídeo sempre importante. O último acorde do Prelúdio 4 do Villa Lobos também são 5 sons

[@violonista3]

Exatamente. Mas com o polegar duplo, se pode ouvir o acorde plaquê, sem precisar arpejar. Minha preferência é o arpejo, acho mais bonito, mas não precisa ser assim.

[@hugovinicius64]

Ei cara, minha recomendação, não para de fazer vídeos, com essa qualidade de informações e de equipamentos cê chega longe!!