A Criança mal acolhida

[@lilianegoncalves8748]

Interessante! Não sou terapeuta mas paciente. Tenho a pulsão de morte desde que me entendo por gente. Hoje com 50 anos mascaro bem, porque percebi minha filha desenvolvendo hipocondria. Sinto um frio que cobertor nenhum tira. Tenho o transtorno conversivo e a eterna sensação de desamparo. Apesar do abandono associado com a violência de minha mãe e reproduzida pelo meu irmão 10 anos mais velho, eu tinha um espírito criativo muito forte que me tirava da realidade e me fazia produzir coisas sempre. Sempre muito sozinha e produzindo, pude suportar a dor até meus 16 anos quando tentei o suicídio. Sou melancólica, mas uma melancolia que me catapulta para frente. Contemplo e reflito 24 horas do dia sobre tudo. Sobre mim, sobre o outro e sobre o espaço ao meu redor. Mas se pudesse não estaria mais aqui.

[@fabiobelo]

Fico feliz por vc estar aqui e participando conversa, Liliane!

[@adrianohames358]

Observando a minha própria vida e a de familiares, sinto o quanto a idéia de repetição é factual. Essa semana por exemplo tive um "amigo" de infância que morreu de overdose. O pai dele nunca assumiu a paternidade. Tenho um conhecido que é usuário de crack. O pai dele se separou da sua mãe quando pequeno e a madrasta o rejeitou quando sua verdadeira mãe faleceu. Ele mora na rua. Achei o texto muito atual. Obrigado Fábio.

[@fabiobelo]

É uma história triste que infelizmente ainda se repete muito, não, Adriano? Uma pena mesmo... mas ter esse saber clínico, quem sabe, talvez oriente políticas públicas que se voltem ao cuidado dos mais pobres. Obrigado por acompanhar!

[@annareginameireles1021]

Excelente

[@fabiobelo]

Obrigado!

[@mariaaparecidalimadossanto6874]

Maravilhoso Fábio! Estou em meu primeiro ano do percurso de formação em Psicanálise. Achei muito interessante!! 😃

[@fabiobelo]

Que bom que gostou! Obrigado!

[@lilianecamargos]

Excelente aula, Fábio! Adorei a reflexão sobre a "Faculdade de desfrutar a felicidade onde ela realmente for ofertada."

[@fabiobelo]

É linda essa mensagem, né, Lili? Obrigado por acompanhar!

[@elenmartos77]

Mensagem linda nada, mas a criança não tem essa capacidade por si só. Se ela foi rejeitada, quem irá estruturar o pensamento.

[@carucamargo]

Fábio, você é muito bom professor. Tenho já um bom percurso no estudo da Psicanálise através da FEUSP e preciso dizer que a maneira como vc encaminha as questões é muito bacana, muito generosa. Obrigada. Trabalho incrível o seu aqui.

[@fabiobelo]

Puxa, Ana! Muito obrigado pelo carinho e pela companhia! Fico feliz por conseguir transmitir um pouquinho do que eu gosto tanto. Abraços!

[@NoSettingTerapeutico]

Se faz SENTIR faz sentido!...Quão eloquente e enriquecidor é sua fala Fabio, nda está fora TUDO está dentro, e fato, os sintomas estão ligados a traumas de infância!

[@aszardini]

Interessante termo que vou acrescentar aqui nas minhas análises: "repetição traumática".

[@fabiobelo]

Super importante esse tema... tanto no pensamento de Freud, quanto no de Ferenczi...

[@josevictorrezende6420]

Ótima exposição, professor. Você poderia indicar textos/autores laplancheanos que escrevem acerca da clínica com crianças? Além disso, gostaria muito de localizar nos textos de Laplanche sua noção a respeito desse tema. Grato desde já!

[@fabiobelo]

Sim, procure os textos de Maria Teresa Carvalho e Silvia Bleichmar. Ambas fizeram doutorado com Laplanche e são excelentes para tratar o tema da criança a partir da TSG.

[@MrAnjojoao]

Gratidão por compartilhar a informação e, sobre tudo, parabéns pela didática facilitada.

[@rosemaryroggero4505]

Prof. Fabio Belo, tenho aprendido muito no seu canal! Parabéns e obrigada!!!

[@fabiobelo]

Que bom! Obrigado, Rosemary!

[@raqueldonega]

Muito obrigada por compartilhar sua leitura sobre este texto do Ferenczi, principalmente porque você já traz vários atravessamentos entre ele e as teorias que são desenvolvidas posteriormente, mas que de alguma maneira dialogam com as ideias de pulsão de morte e de vida! Acho que um tema importante e sobre o qual Ferenczi trouxe muitas contribuições é a transferência (e a contratransferência). :D

[@fabiobelo]

Verdade, Raquel! Ferenczi é um pensador da clínica. A ideia de elasticidade da técnica, fim de análise... tem muita coisa legal ainda a explorar nele. Obrigado pela companhia aqui! :-)

[@jrtavora]

Caro Fábio, tema fascinante e definitivamente pilar fundamental para a clínica. O roteiro ficou impecável. Parabéns! abs

[@fabiobelo]

Que bom que vc gostou, Rubens! Muito obrigado! Abraços!

[@igorcarvalho8298]

Conteúdo sensacional. Mesmo em materiais que levam assinatura de psicólogos , alguém que comece a pesquisar estará navegando pelo que, aos olhos da psicanálise , é apenas o senso comum. Um exemplo é a infinidade de material sobre "as mães narcisistas" (mas toda mãe necessariamente é narcisista). Então é uma alegria poder encontrar um material sério , um discurso com método , cotejando com diversos autores . Conteúdo necessário . Obrigado

[@virginiabify]

É diferente de mãe narcisista e mãe com o transtorno do narcisismo.

[@admjffelipe]

Fabio , seus vídeos (principalmente esse) me ajudam na minha auto compreensão como indivíduo. Obrigado e parabéns pelo trabalho tão importante que você desenvolve nessa plataforma. Abraços

[@fabiobelo]

Puxa! Que bacana seu comentário. Muito obrigado. Fico feliz mesmo pelo trabalho ter esse efeito. Agradeço pela companhia! Abraços!

[@fatimap.2089]

Gratidão 🙏

[@fabiobelo]

eu q agradeço!

[@ReNata-sh1gb]

Maravilhoso! Se eu pudesse fazer um pedido, seria que você mostrasse a capa do livro, só pra nos situarmos.

[@fabiobelo]

Esqueci dessa vez, Rê! É o 4o volume das obras completas dele, editadas pela Martins Fontes.

[@crispsi1907]

Excelente explanação,fundamental para o manejo da clínica!! Parabéns!

[@cartasaumjovempsicanalista9893]

Fábio, obrigado pela aula, em minha pós-graduação tratei do "complexo da mãe morta" trabalhado por André Green e suas referências me ajudarão a aprofundar esse estudo. Abraço!

[@fabiobelo]

Texto fundamental o da "mãe morta", Edgar! Agradeço pela companhia! Abraços!

[@liegetolfo9933]

Muito muito bom fabio

[@psicologarosimeire]

Muito boa explicação e importante ter outros autores como referência. Me interessei por Sandor Ferenczi a partir dessa explicação. Obrigada 🙏

Muito esclarecedor! Isso poderia estar ligado com quadros de depressão na adolescência ou vida adulta?

[@fabiobelo]

Sem dúvida alguma! A depressão crônica, a melancolia... o mal-estar em viver... é esse o ponto do Ferenczi... isso seria uma forma de repetir a experiência de mal-acolhimento...

@@fabiobelobem esclarecedor... Obrigada por responder! Abração!

[@fabiobelo]

@ eu que agradeço pela companhia! Abraços!

[@gimenanazar9513]

Amei esse vídeo! Me trouxe muito esclarecimento e conhecimento. Gratidão Fabio!

[@vilma2alana839]

Excelente texto e explanação

[@aliceminelli7780]

Fábio obrigado pelo ensinamento...este texto está em obras completas ?

[@fabiobelo]

Está sim. Vol. 4.

[@davissongiaretta5217]

Excelente aula, prof. Fábio! Ao assistir a esse vídeo lembrei e associei ao texto ferencziano "A adaptação da família à criança". Se possível, poderia fazer um vídeo sobre esse texto? Obrigado.

[@simonemendes9968]

Gostei...

[@fabiobelo]

Que bom que gostou!

[@florajunqueira8324]

[@ericacarvalho8730]

Como geralmente é desenvolvida o desenvolvimento sexual dessas crianças totalmente não acolhidas, qdo ficam adultos? Geralmente buscam nos atos sexuais o acolhimento? Se sujeitando a relações tóxicas? Ou perpassando por várias relações tentando encontrar esse acolhimento?

[@fabiobelo]

Ótimas questões!! E vc já aponta para onde penso: é singular a resposta, né? Cada um vai traduzir como puder essa experiência traumática. Os dois destinos que vc aponta são ótimas hipóteses!!

[@jadielcartola]

Não sei se ficou muito claro para mim esse entendimento da pulsão de morte como adquirida, produzida, no cuidado dos cuidadores, mas pra mim essa ideia de humanidade adquirida sempre fez muito sentido. É correto afirmar que o depósito de excitação que você fala é referente a como os cuidados produzem as excitações e também o escoamento destas, deixando uma trilha de como essa excitação deve se desenvolver sempre que reaparecer? Pensando assim eu consigo chegar na compreensão de que essas pulsões de morte recebem esse nome por negarem a unidade, como uma nação anárquica e sem estado centralizado, se é que se pode fazer essa relação. Mas ao mesmo tempo isso me soa muito parecido com a ideia de desejo, esparagmos, que você discutiu em outro vídeo. E pensar no que se chamou de pulsão de vida como essa parte mais "deliberada" de tentativa de integrar essas pulsões primeiras, como um governo, me faz pensar também, e mais ainda, na discussão do outro vídeo.

[@fabiobelo]

Jadiel, esta é uma tese de Jean Laplanche. Quando eu fizer o vídeo sobre o tema, espero deixar ainda mais claro que a pulsão de morte é, na verdade, a pulsão sexual mais desarticulada, desligante... demoníaca, para usar essa metáfora religiosa. É exatamente na direção do sparagmós que articulo a pulsão sexual de morte. O desejo é parcial na origem, ligado às zonas erógenas parciais, erotizadas q são pelo adulto, entende? Vc faz uma boa leitura: a pulsão de vida equivale ao governo... e gorvernar, sabemos, é quase impossível! rs... Abraços!

[@elenmartos77]

Adoro esse youtuberrrr rss

[@fabiobelo]

Obrigado pelo carinho!

[@darleneandradeferragut8443]

Muito obrigada!

[@fabiobelo]

Eu que agradeço pela companhia!

[@paulacristinaleal]

A contra transferência - transferência positiva :)

[@fabiobelo]

Exato!

[@SamaraMatoss]

Olá Fábio, não sei se cabe muito no seu conteúdo, mas eu adoraria te ouvir falando sobre os episódios paranoicos pela perspectiva da psicanálise. Seja sobre as possíveis causas, seja sobre o episódio em si. Gostaria muito de te ouvir falando sobre isso. ♡

[@fabiobelo]

Olá, Samara! Cabe certamente no conteúdo! No vídeo sobre os ciúmes dos homens falo bastante do caso Schreber... mas vou falar bastante sobre as psicoses adiante... Agradeço pela sugestão! Abraços!

[@SamaraMatoss]

Vou dar uma olhada nesses vídeos e fico no aguardo dessa temática, hein? Grata.

[@thamiresl.541]

Fale mais sobre o Ferenzci no seu canal 😉🤩😘

[@fabiobelo]

cobrarei um país melhor essa é a ideia! Já tenho uma playlist dedicada a ele! Dá uma olhada.

[@alenirgavioli2570]

Oi Fabio🙋‍♀️sabia da repetição mais não tanto assim (até o frio) Valeu, obrigada

[@fabiobelo]

É impressionante, né?

[@savioferreira2016]

Algum livro para aprofundar a tendência anti-social, professor?

[@fabiobelo]

Sim! "Privação e delinquência", de Winnicott.

[@savioferreira2016]

@@fabiobelo show! Obrigado! Sou médico 😅 e estou adentrando no mundo da psicanálise com maior determinação. Te descobri, hoje. Parabéns pelo trabalho. Abraço!

[@raquelfranco786]

Então primeiro tem a pulsão de morte. Depois a pulsão de vida deriva da pulsão de morte ou é outra, separada?

[@fabiobelo]

Para Laplanche, só há a pulsão sexual... um funcionamento "desligado" (pulsão sexual de morte) e outro mais "ligante" (pulsão sexual de vida). Para Ferenczi e Freud, porém, são duas pulsões mesmo. E a pulsão de morte parece sempre prioritária.

[@raquelfranco786]

@@fabiobelo interessante...pro Laplanche então é só uma. Acho que pra Lacan tb

[@elzacosta7157]

Muito bom!!! Gostaria de saber o nome desse livro que está lendo!!! Achei maravilhoso!!! Se puder fornecer, agradeço.

[@fabiobelo]

É o vol. 4 das obras completas de Ferenczi!

[@susanapix]

Olá, qual texto é esse por favor?

[@fabiobelo]

A criança mal-acolhida e sua pulsão de morte, de S. Ferenczi. Tá no vol. 4 das obras completas dele.

[@thamiresl.541]

Vc tem algum bom filme para indicar que retrate disso? Tem o precisamos falar sobre o Kelvin mas nesse ele assasina mt gt e ñ se suicida

[@fabiobelo]

Puxa... filme assim eu não tenho... o tema é muito importante e certamente deve haver!

[@thamiresl.541]

@@fabiobelo minha professora conhecida e winnicottiana Ana Lila Lejarraga fala sempre que o ambiente suficientemente bom não é uma idealiade, tanto é que é o mais comum. Logo, acredito que na maioria dos casos conseguimos nossas satisfações temporárias, ou temos alguma pequena dificuldade em conquista-lá mas um grupo muito pequeno não conseguiria "nunca"?( enquanto não tivesse um setting analítico suficientemente bem identificado e incentivador do verdadeiro self?) Bom, de qualquer forma, Freud tem razão quando diz que a satisfação pulsional será unânime parcial, e q o bom disso seria a nossa sempre possível plasticidade em relação objetal (mesmo quando trabalhosa para tal e com necessários lutos)

[@fabiobelo]

@@thamiresl.541 Sim, acredito que um grupo pequeno não conseguiria nunca, mas concordo com vc: a maioria absoluta consegue algo... e a esperança está justamente aí!

[@thamiresl.541]

@@fabiobelo aaaaah eu queria q vc respondesse q ñ existiam os de nunca Viva o setting analítico

[@fabiobelo]

@@thamiresl.541 rs... mas sempre há esperança de neogênese... é essa nossa aposta!

[@waniamarciab.219]

Acho legal mais textos de Ferenczi.

[@fabiobelo]

Farei! Obrigado pela companhia!

[@thamiresl.541]

E Donald Winnicott não acredita na pulsão da morte?

[@fabiobelo]

Não acredita! É outra teoria pulsional, monádica, mas que não considera a pulsão de morte...

[@thamiresl.541]

Por isso no parto humanizado, as pessoas ao redor já se atentam a isso e deixam o ambiente com menor claridade e acolhem nos braços para haver menos frio, no qual é muito alto na cesariana

[@fabiobelo]

Tudo a ver essa história do parto humanizado... é controversa a tese do que fica de momentos tão precoces, mas acho melhor cuidar o mais possível do conforto do bebê a partir do que julgamos confortável e gostoso pra ele, certo?

[@thamiresl.541]

@@fabiobelo muitas vezes as pessoas ficam com uma certa concepção em recém nascidos, bebês e crianças "ah o mundo como é horrível e injusto, só estaremos acostumando a criança a aprender a lidar desde já " Mas lembro de ter visto numa página do Facebook a respeito da disciplina positiva que ñ é porque a frustação ser tão comum na vida diária que tem q ser desculpa para os próprios cuidadores inserirem Uma coisa é o que a situação criou outra coisa é a feita intencionalmente Ñ há o porquê de técnicas como "peço para escolher o brinquedo e dou só que da cor diferente que pediu " por exemplo

[@thamiresl.541]

Recomendo essa página, educação para paz por Thais Basile

[@alinenunesoliveira]

E esse mimetismo de sua aparência com o Freud, doutor? Rsrsrs Por que será que lacanianos adoram gola rolê e os freudianos escolhem essa barbinha e esse formato de óculos?

[@fabiobelo]

hahahaha identificação e amor sempre andam juntos, né?