“AD ASTRA”: Uma crítica existencial

  Рет қаралды 860

ArteCines

ArteCines

Күн бұрын

Пікірлер: 12
@Artecines
@Artecines 5 жыл бұрын
Acompanhe o Artecines em todas as Redes Sociais Facebook: facebook.com/artecines Twitter: twitter.com/artecines Instagram: instagram.com/artecines/ Letteboxd: letterboxd.com/femesmo/
@mateus_zanario
@mateus_zanario Жыл бұрын
Senti a filosofia de Nietzsche nesse filme, principalmente o conceito de niilismo, alguém mais?
@Arakko-i7h
@Arakko-i7h 2 жыл бұрын
É incrível como é preciso, às vezes, ir muito longe para se encontrar... Ad Astra | Masculinidade Tóxica e a Sombra de nossos Pais. Ad Astra, a odisseia espacial dirigida por James Gray e estrelada por Brad Pitt, é um filme que nos leva a uma viagem distante de nós mesmos. E nos confronta com a pergunta: até onde precisamos ir para aceitar nossa condição humana e dizer sim para a vida? O ser humano é uma espécie desbravadora. Se existe algo intrinsecamente inerente à experiência de ser humano é a curiosidade de explorar o desconhecido, que desde os primórdios nos causa medo e fascínio. E encaramos esse medo, pois acima de tudo somos seres guiados por nossa curiosidade. A história da humanidade é guiada pela exploração. Exploradores determinados, que avistam, civilizam, conquistam. Transformam o desconhecido em familiar. Homens que desbravam o universo, mas são incapazes de desbravar a si mesmos. Se Gravidade (2013), de Alfonso Cuarón, não poderia deixar de ser protagonizado pelo feminino, Ad Astra não teria seu total potencial ao ser protagonizado por alguém além de um homem. São filmes que dialogam entre si. A viagem solitária ao exterior, ao imenso desconhecido. Apenas para reencontrar a si mesmo. E renascer. O clichê é perdoado. Brad Pitt observa o horizonte em Ad Astra... Enquanto Ryan Stone (Sandra Bullock em Gravidade) é puxada para a terra, o Major Roy McBride (Brad Pitt) é levado às estrelas (Ad Astra em latim). A superação feminina é sobreviver. Voltar mais forte, menos dependente. Tornar-se sua própria mulher, superando sua condição e nascendo de novo, independente. E ao final, a cena emblemática de reaprender a andar com as próprias pernas. Desde cedo as mulheres são puxadas pela gravidade. Os brinquedos na infância representam essa força opressora e imbatível. O fogão, as bonecas, a casinha. Aprende-se a nunca estar à deriva, mas sempre disponível. Nunca viajar para longe demais. Já os meninos, estes são chamados às estrelas. Carrinhos, armas, aviões, naves espaciais. O convite é se arriscar, viajar, explorar. Em Ad Astra, o masculino é convidado à reflexão. E é simbólico que precisemos ir tão longe, às fronteiras do Sistema Solar, para revisitar nossa masculinidade. Quem nos guia nessa viagem, é Brad Pitt. E é importante que seja. Um nome consagrado, um ator que nos conecta ao ideal do que é ser homem, marcando toda uma geração como exemplo. De forma interessante, ainda que Brad Pitt seja referência de masculinidade, não lhe faltam papéis em diferentes espectros do masculino: Entrevista com o Vampiro (1994), Lendas da Paixão (1994), Encontro Marcado (1998), Clube da Luta (1999). Torna-se mais confortável então nos deixarmos ser guiados por Pitt. A busca masculina, no entanto, é turbulenta. É a quebra da masculinidade que lhe é imposta, da sombra do que é ser homem. Uma difícil tentativa de retorno do isolamento emocional autoimposto, uma viagem que muito homens morrerão sem fazer. Atenção, os próximos tópicos desta crítica contêm spoilers sobre Ad Astra. Prossiga com cuidado! Masculinidade Tóxica Ad Astra - Brad Pitt olha por trás de seu capacete de astronauta O Major Roy McBride é um homem marcado pela ausência. Ausência de sentimentos, de batimentos cardíacos, de abertura emocional. Fica clara a influência de seu pai, o astronauta e herói nacional americano H. Clifford McBride, interpretado por Tommy Lee Jones. Clifford McBride é um homem obstinado, e em sua busca por vida inteligente no universo, abandona sua família na Terra. Seu filho vê-se, então, abandonado de sua primeira e principal referência de masculinidade, o pai. Enquanto este partiu em busca de vida além de si mesmo, deixa seu filho Roy com o vazio e a ausência, e a necessidade de também partir. Mas agora em busca de vida em si. A ausência paterna está portanto no centro da formação do personagem. É a única coisa que consegue tirar Roy de seu eixo e afetar seus batimentos inabaláveis. Apesar da alegoria da viagem espacial para elevar a última potência o distanciamento entre pais e filhos, o exemplo não fica distante de milhões de crianças e homens que cresceram sem a figura paterna. Não porque estavam fisicamente afastados por anos-luz, mas emocionalmente desconectados. Roy McBride precisa, portanto, atravessar o Sistema Solar para resolver esta pendência. Para além de se reconectar com seu pai, o personagem busca resolução. Se não para receber a aprovação por tudo que fez e pelo homem que se tornou, pelo menos para enterrá-lo de vez, e seguir em frente. E vai em busca de um pai que não está disposto nem a encontrá-lo no meio do caminho. Em flashes do passado vemos Roy como um homem incapaz de amar. E afirma que é melhor que seja assim, pois na profissão que escolheu, compor uma família só traria sofrimento para todas as partes. Um isolamento portanto legitimado por uma carreira notável, com o propósito mais nobre que poderia existir, a exploração espacial para garantir a sobrevivência da espécie humana. Incapaz de ser tocado, assim como seu pai, aprende a se isolar. E enquanto os homens precisam de tempo para se confrontar com sua masculinidade tóxica, aprender a chorar e expressar seus sentimentos, as mulheres esperam. O tempo que precisar. Essa é uma crítica que Ad Astra não faz. Pelo menos não explicitamente. O longa nos mostra Eve, personagem de Liv Tyler, pronta para o momento em que Roy supera sua dor e decide tornar-se acessível emocionalmente. Ad Astra parece legitimar o fato de que os homens precisam de tempo para o amadurecimento, e as mulheres devem estar eternamente disponíveis para esse momento. Matar o Pai Brad Pitt olha emocionado em Ad Astra... Estamos fadados a acabar como nossos pais ou é possível tergiversar? Ad Astra explora essa que é uma das questões centrais na psicanálise de Freud, onde só nos tornaríamos completos e independentes quando matássemos, simbolicamente, nossos pais. A “morte”, neste caso, pressupõe o rompimento de certas amarras, se obrigar a sair de sua sombra e libertar-se dos traumas e imposições parentais. Seria o momento de finalmente vir a nos tornarmos nós mesmos. Como alegoria neste processo, Roy se encontra com seu pai, confronta-se com seus motivos para o abandono, e é convidado a aceitar e perdoar ou sofrer eternamente. É confrontado com a escolha final: matar seu pai ou viver eternamente o trauma de sua ausência. E então, Roy decide deixá-lo ir. Sua viagem de retorno simboliza um novo nascimento, onde supera suas questões, e torna-se si mesmo, pronto para constituir sua própria família. É momento de deixar de ser sombra e passar a projetar sombra. E se tudo der certo, uma sombra mais calorosa, menos fria. A sombra da presença e não a sombra da ausência. Gostou desta análise? O universo é a melhor metáfora sobre a capacidade do vazio de preencher. É um drama de conflito interno, reflexivo, que não faz diferença alguma ser no espaço ou não. Emoções no espaço Gravidade (2013) A tensa relação de dois cosmonautas (Sandra Bullock e George Clooney ) à deriva rendeu um Oscar ao diretor Alfonso Cuarón Alien (1979-2017) Saga de terror que descreve o relacionamento íntimo entre invasores de corpos alienígenas e tripulações lideradas por Sigourney Weaver Interestelar (2014) Casais se amam e se odeiam em uma aventura através de um buraco negro com um objetivo, talvez impossível: salvar a humanidade.
@jordhamoraes
@jordhamoraes 4 жыл бұрын
Filmaço. E ótimo vídeo 👍👍
@Artecines
@Artecines 4 жыл бұрын
Obrigado Jordham. Quando o filme é bom fica fácil fazer o vídeo. Valew pelo prestígio
@bookcaio6703
@bookcaio6703 5 жыл бұрын
Gostei bastante do vídeo
@Artecines
@Artecines 4 жыл бұрын
Obrigado Caio... a qualidade do filme ajuda muito na análise. Seja bem vindo ao canal
@talesxavier5752
@talesxavier5752 4 жыл бұрын
Não achei excelente, mas é um bom filme e a atuação do Brad Pitt é excelente e muito melhor que o personagem dele em Era Uma Vez Em... Hollywood. Excelente análise. Vou rever o filme.
@ivah67
@ivah67 2 жыл бұрын
Muito lindo o filme
@Artecines
@Artecines 2 жыл бұрын
Meu coração fica até aquecido quando vejo gente procurando por esse filme. Ainda é um filme pouco comentado, pois fico feliz que esse vídeo tenha chegado até você. Abraço
@samuelchaves6719
@samuelchaves6719 5 жыл бұрын
Conteúdo de primeira
@Artecines
@Artecines 5 жыл бұрын
Obrigado Samuel e seja bem-vindo ao Canal.
Ad Astra e a Solidão (Análise) A mensagem por trás do filme
11:56
This Theory of Everything Could Actually Work: Wolfram’s Hypergraphs
12:00
Sabine Hossenfelder
Рет қаралды 658 М.
Will A Basketball Boat Hold My Weight?
00:30
MrBeast
Рет қаралды 121 МЛН
How it feels when u walk through first class
00:52
Adam W
Рет қаралды 26 МЛН
Try Not To Laugh 😅 the Best of BoxtoxTv 👌
00:18
boxtoxtv
Рет қаралды 4,6 МЛН
Это было очень близко...
00:10
Аришнев
Рет қаралды 6 МЛН
Does Facing the Serpent Lead to Redemption? | Richard Dawkins
10:22
Jordan B Peterson
Рет қаралды 63 М.
Carl Jung e O problema do Homem-Criança ( Puer-Aeternus )
9:30
Eu Odiava Livros, Agora Já Li 350: Graças à Regra dos 2 Minutos
15:41
UM POUCO MELHOR
Рет қаралды 415 М.
The Oldest Unsolved Problem in Math
31:33
Veritasium
Рет қаралды 11 МЛН
Microsoft Makes Windows Worse With AI
9:34
Mental Outlaw
Рет қаралды 166 М.
AD ASTRA: Rumo às Estrelas (2019) | Crítica
7:56
PH Santos
Рет қаралды 53 М.
100 Films That Changed My Life
20:26
Bruce Tetsuya
Рет қаралды 1,1 МЛН
Will A Basketball Boat Hold My Weight?
00:30
MrBeast
Рет қаралды 121 МЛН