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Palestra:
«Comunidades imaginadas» - etnicidades na História Antiga do Noroeste Peninsular
por
- Doutor António Manuel P. da Silva, investigador do CITCEM e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da ADECAP
Resumo:
O empréstimo do título do célebre livro de Benedict Anderson serve de eixo condutor para uma análise sobre as questões de identidade e etnicidade dos «povos» registados nas fontes clássicas e na epigrafia do noroeste peninsular. Mais do que a arqueologia, é o olhar dos estrangeiros que documenta esses grupos populacionais, na maior parte dos casos indicando-nos apenas o seu nome; ocasionalmente fornecendo-nos alguns dados etnográficos ou de carácter. Assim, o debate pode fluir segundo três linhas: o modo como essas comunidades antigas (se existiam na forma como as imaginamos) se autoidentificavam e imaginavam a si próprias como coletivo distinto dos vizinhos; o modo como os invasores, e logo administração colonial, os reconheceram e imaginaram; e, naturalmente, a nossa própria conceção - largamente também imaginária - sobre esse passado, tão distante e tão estrangeiro.
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COLÓQUIO ORGANIZADO NA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO NO DIA 24 DE OUTUBRO DE 2023, PELO "CITCEM - CENTRO DE INVESTIGAÇÃO TRANSDISCIPLINAR CULTURA, ESPAÇO E MEMÓRIA" (INSTITUIÇÃO ANFITRIÃ) E PELAS ASSOCIAÇÕES CULTURAIS E CIENTÍFICAS "SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANTROPOLOGIA E ETNOLOGIA (SPAE)" E "ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COOPERAÇÃO EM ARQUEOLOGIA PENINSULAR - ADECAP".
Objetivo do Colóquio: debater, através de intervenções de fundo por investigadores convidados, casos e questões que convoquem as relações múltiplas entre três disciplinas afins, História, Antropologia, Arqueologia.
Tais relações são tão profundas e frequentes que possivelmente não se pode fazer qualquer trabalho numa delas sem, de algum modo mais ou menos explícito, implicar as outras, tomadas no seu sentido amplo.
De facto, todas são disciplinas históricas, lidando com a historicidade radical do ser humano e das comunidades em que este vive; todas são disciplinas antropológicas, na medida em que implicam ou propõem uma determinada visão do ser humano e da sociedade; por fim, não se é humano sem uma muito particular relação com a paisagem, o espaço, os objetos de todas as dimensões - esse "mundo objetal" é aquele sobre que se debruça a arqueologia, procurando dele (permita-se o esquematismo da afirmação) "extrair" informação histórica e significação antropológica.