Evolucionismo Cultural X Culturalismo: a construção do pensamento antropológico

A antropologia ― como a sociologia e demais ciências sociais ― busca entender o indivíduo no contexto de suas relações sociais. Para entender o que ela traz de diferente, é necessário conhecer brevemente a sua história, o que nos leva ao século XIX, quando os europeus ganhavam buscavam conquistar novos territórios na África e na Ásia, em um processo conhecido como NEOCOLONIALISMO. Este ímpeto colonial levou os europeus a se depararem, cada vez mais, com hábitos e costumes de outros povos. Por óbvio, este contato não se fez sem rusgas ou conflitos, como vocês já sabem. As diferentes formas do ser humano de se organizar socialmente, politicamente e culturalmente foram alvos de intensas disputas ― basta lembrar, por exemplo, da tentativa europeia de “catequizar”, com sua religião cristã, os povos colonizados. É nesse contexto histórico que surge a ANTROPOLOGIA: uma CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER ESSAS DIFERENÇAS CULTURAIS, observando as diversas formas de organização de parentesco, as religiões, os rituais e as manifestações culturais. Para alcançar esse objetivo, o conceito de cultura ganhou centralidade nas discussões dos antropólogos. Por isso, vamos tentar entender como alguns deles entendem a cultura? Nesta videoaula, conheceremos duas perspectivas fundamentais sobre a ideia de cultura: o EVOLUCIONISMO CULTURAL (ou social) e o CULTURALISMO (também conhecido como particularismo histórico ou relativismo cultural).
Além da aula, aconselho que façam a leitura das páginas 68, 69 e 70 do livro didático de vocês (especialmente as subseções intituladas "Antropologia Evolucionista" e "Culturalismo: trajetórias e percursos culturais"). Vale, também, ler o material adicional disponibilizado para vocês (em PDF) na plataforma Google Classroom.
Ah! Não esqueçam de fazer anotações no caderno. Este conteúdo, especificamente, merece atenção especial: façam mapas mentais, glossários e tentem apreender cada detalhe!
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Professor Marcos Henrique Amaral
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[@tonistorres8244]

Caraca!!! Parabéns!!! Amei !!! Top de mais !!! Já tinha lido uma porrada de material na internet e cada vez esses conceitos ficavam mais bagunçado... Super parabéns!! conseguiu fazer um compilado super top!!! valeu mesmo Marcos ... Deus te abençoe meu amigo por contribuir com um vídeo desse tão importante para comunidade,

[@Laís_Fr]

Muito obrigada professor!!! Me fez entender o tema perfeitamente em 25 minutos de aula. Por mais professores como você!!

[@user-hj9eq3bs5m]

Colega, to recomendando esse video pros meus alunos. suas aulas são ótimas, e essa me lembrou o livro que eu to lendo agora, o Despertar de Tudo: por uma nova história da humanidade, o primeiro capítulo fala justamente sobre o a importancia de considerar olhar do filosofo nativo americano sobre a sociedade européia. Há material para isso, e é sensacional!

[@rebecavitoria2966]

Aula incrível, impecável!!! Mto obrigada ❤❤

[@gorettisamaral]

Por mais professores compromissados assim!

[@talitakellymartinez6053]

Excelente professor, aula, didática, conteúdo, tudo!!!! perfeito!! estou adorando este canal!!!

[@claudioreis8867]

Professor, quero sempre assistir suas aulas, ganhou mais um inscrito. Ou melhor, mais um aluno virtual... Parabéns!!! muito didático e dinâmico seu canal.

[@JoseAraujo-em8jd]

👏 Excelente explicação professor. Acabei de me inscrever no canal do Sr.

[@valdireneribeiro8147]

Aula Maravilhooooosa. Fica clara e óbvia , as diferenças entre essas duas teorias. Com louvor !!!!!

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Obrigado pelo feedback, Valdirene! Fico feliz em poder ajudar nessa difusão de saberes :)

[@juliahelenacoldibelli4934]

Vídeo muito bom e didático, está me ajudando bastante aqui nos trabalhos da universidade. Muito obrigada!

[@thailenecastro5583]

Simplesmente uma explicação perfeita❤️

[@fernandaazevedo7203]

Professor eu amei sua aula! Finalmente entendo toda a linha temporal da antropologia..

[@raffaelamarinhomoura4536]

Maravilhoso! Adorei a explicação. Didática, simples mas muito abrangente. Me ajudou a concluir um pensamento para uma avaliação de Antropologia.

[@aula1ano70]

Professor, amei sua aula, parabéns você é maravilhoso👏👏👏❤️

[@raquelalves1783]

Parabéns prof; aprendi muito, muito bem explicado.

[@g4sulinaneles]

porra to adorando as aulas desse professor!! rapaz tu eh fodaaaa 🌟🌟🌟

[@leonardotavaresalencar3269]

Obrigado pela aula, professor. Suas aulas são fundamentais.

[@blackcatblackcat5743]

Você é um excelente professor, parabéns !

[@alexvianna4113]

Profesor, você é 10! Enendi tudinho e já me inscrevi no canal. Sucesso para o senhor

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Que show! Fico feliz de fazer parte de seu aprendizado :D

[@tibiabobzerah1443]

Perfeito!

[@isabellasoaresrezende2333]

Você é 100000000, obrigada

[@elizabetholiveira8736]

Uauuuuu os indígenas são muitoooooo evoluídos!!! Amoooooo

[@anuncieidesilva1369]

Excelente explicação

[@ariany5022]

Sua didática é perfeita

[@nicolecristinareiscosta5020]

Obrigada pela aula! Material esclarecedor. Nicole Cristina Reis Costa 1ºVO

[@sanziamarianagoncalvesandr1011]

Parabéns, ótima aula!

[@leticiagodoy8876]

Aula maravilhosa!! Obrigada, professor!

[@ir.fernandasilvarieger2313]

top! muito claro

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Oba! Que bom que ficou claro! 😀😀

[@gorettisamaral]

Eu queria ter um professor desse!!! A gente entende tudo!

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Goretti Amaral 💙

[@pedrohenriquebuzetti5696]

Muito obrigado! Podia fazer um sobre confogracionismo.

[@martaalbuquerquegabardo4387]

Muito clara e esclarecedora sua aula. Muito bom.

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

💛💛

[@vulgovirgulino]

Muito didático. Só uma pergunta, todos os povos originários eram tão amantes da natureza, como você exemplificou? Será que não houveram povos que praticaram desmatamentos?

[@victoraraujo4567]

Bom diaa professor vi sei video e gostei muito. So que diferente dos outros videos nesse eu obtive uma pequena duvida , So não entendi muito a parte que Edward e James acharam q todos tinham uma cultura só como eles sairam dessa conclusão. So essa duvida msm professor o resto consegui entender. Sou VICTOR ARAÚJO FEITOSA DO 1VN. OBRIGADO!!!

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Olá, Victor! Para Edward Tylor e James Frazer, não é que todos tinham "uma mesma cultura". Para eles as culturas são, sim, diferentes. Isso porque, ocupariam "estágios" diferentes em um processo evolutivo: algumas seriam "atrasadas" e outras "avançadas", dentro de uma mesma linha evolutiva. Este processo evolutivo seria o mesmo para todas as culturas, segundo esses autores. Ou seja, todas as culturas, por mais diferentes que fossem em determinado momento histórico, iriam se desenvolver segundo a mesma lógica e, conforme mais avançadas fossem, se aproximariam dos padrões culturais europeus. Para chegar a essa conclusão, esses autores não usaram parâmetros propriamente científicos, por isso essas ideias não são mais aceitas atualmente. Bem ao contrário do que deveriam fazer os cientistas, eles adotaram a "Europa" como modelo de sociedade desenvolvida em razão de suas indústrias, da noção de propriedade privada da formação dos Estados-nações. Ou seja, o evolucionismo cultural é uma explicação etnocêntrica para a diversidade cultural, conferindo ao eixo Europa-EUA uma suposta "superioridade" e "estágio civilizacional" não encontrada em outros lugares. Deu pra entender melhor?!

[@victoraraujo4567]

Deu pra entender agora professor. Obrigado

[@marinalaila9603]

Qual seria o postulado do culturalismo?

[@deisyguerra5757]

Como conseguir o material por e-mail

[@tempestademusical2604]

Muito boa a aula, parabéns! Porém, percebo nos dias de hoje que a cultura ocidental esta sobrepondo todas as outras, por meio de correntes de desconstrução social. Todos os países ocidentais ou com influencias do mesmo, estão subjugando as culturas baseadas na religião islâmica e hindu por exemplo, como culturas machistas, misóginas e homofóbicas. Ou seja, estão fazendo a mesma coisa que a ideia do evolucionismo cultural trazia, mas agora com pretexto de defesa das minorias, e usando a carta trunfo da liberdade, que invadimos para levar liberdade, algo que a outra cultura invadida não entende como liberdade para ela.

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Perfeita colocação. Isso explica, aliás, por que devemos estudar o evolucionismo cultural e compreender suas implicações práticas. Um exemplo que se articula ao que você expôs é a proposta materializada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de que existem valores morais universais cujo epicentro estaria representado pelo eixo euroestadunidense e que, como bem dito, serve de pretexto para ingerências internacionais de toda sorte. Em outros termos, existem, sim, estratégias de perpetuação da dominação colonial de outrora sob o pretexto de algo como uma "missão civilizatória", que tenderia a homogeneizar o mundo em torno desses valores tipicamente ocidentais. Isso, por óbvio, cria uma interface conflituosa desses valores pretensamente universais em relação ao princípio de autodeterminação dos povos, assegurado pela mesma carta de direitos com ares "evolucionistas". Isso também orienta parte dos sentimentos anti-ocidente verificados em alguns países do Oriente Médio e do Extremo Oriente. Muitos autores, alguns filiados à chamada "crítica pós-colonial" e às teorias das "modernidades múltiplas", estão bem atentos a esse debate, sem necessariamente recair em um absoluto relativismo moral em que valeria quase tudo, sob o pretexto da autodeterminação. Longa discussão, mas acho que essa questão é um bom fio condutor para uma bela pesquisa, que nos levaria, por óbvio, a uma discussão epistemológica de tirar o fôlego :)

[@tempestademusical2604]

​@@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL Sim! algo muito parecido com o evolucionismo determinista do passado. Você sintetizou muito bem, mas se cavarmos mais fundo ainda, partindo da ascensão da burguesia e das grandes navegações, podemos perceber que a quebra de costumes tem um valor muito pratico para o mercado, que é aumentar a demanda para todo tipo de produto e serviço, ora! não dava para vender tintas e posteriormente alisamento para cabelo em mulheres que usavam véu, nem uma maior diversidade de roupas para homens e mulheres, dentre varias outras coisas, o mercado de hoje é muito diversificado e corre na contra mão das tradições do passado, que ainda tem sua influência. Como nas grandes navegações, onde o intuito era colonizar outras regiões e força-las a comprar do ocidente, atualmente está fazendo a mesma coisa, só que através dos mercados insólitos, que se chama ocidentalização de costumes, algo muito sutil sendo passado gradativamente, recaindo sobre o oriente principalmente, até porque, não tem como empresas multinacionais Estadunidense e Europeia, encontrar demanda em países islâmicos e nem uma certa liberdade econômica para adentrar lá, dessa forma, através de conflitos forçados e uma desconstrução cultural se consegue achar um ótimo caminho imperialista, da forma como você falou, criando uma reação antiocidental, aos moldes da santa aliança. Confesso que os costumes euro-estadunidense mostram-nos algumas vantagens, porem, vejo vários problemas sociais sendo criados a partir dessas mudanças culturais, que não estamos conseguindo resolver, sem contar que o nosso guia é o mercado, fulcrado no hedonismo individualista, segregando a família, não vejo com bons olhos esse futuro. Enfim, é um assunto longo, bastante atual e que precisa ser discutido.

[@gorettisamaral]

As religiões entram nisso também? Tem uns rituais tão medonhos?

[@PROFMARCOSHENRIQUEAMARAL]

Sim, entram. Os autores influenciados pelo credo evolucionista costumavam classificar as religiões entre "primitivas" e "modernas". O tomemismo é tomado por autores como Émile Durkheim e Sigmund Freud, como talvez a mais primitiva das religiões. A religião moderna era, segundo eles, o monoteísmo cristão europeu. Daí, virão uma série de imagens distorcidas a respeito de outras religiões, como é o próprio significado pejorativo atribuído à "macumba". O relativismo cultural não significa propriamente em uma aceitação ou adesão moral a todo e qualquer fenômeno cultural (como rituais que possam nos parecer medonhos). Mas, sobretudo, em um distanciamento estratégico em relação à nossa própria cosmovisão para uma compreensão da alteridade. Neste sentido, diríamos que o relativismo cultural é uma postura metodológica que inclusive nos leva à questão sobre por que consideramos determinadas práticas tão "medonhas" assim. Nunca há um "medonho" absoluto: essa é a questão posta pelo relativismo cultural. Essa postura possibilita, então, que adentremos em searas desconhecidas e sejamos capazes de mapeá-las objetivamente, como aspiram as ciências sociais :)

[@elizabetholiveira8736]

Aí é que está. Para mim, é possível sim, dizer que algumas culturas são mais 'civilizadas' e outras mais 'primitivas, primárias, naturais. O problema é que nós temos preconceitos sofre o fato de povos serem mais primitivos, naturais. Você acabou de falar dos indígenas. Eu não uso apalavra evolução, a não ser na medicina: evoluir para a morte. As comunidades se transformam. Para mim, todas as comunidades, tribos, povos, estão em transformação. Algumas transformações 'civilizatórias', estão acabando com o mundo. A aculturação 'sempre' existiu. Sim, com a globalização, esse processo está sendo drástico e dramático.