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Antes de assistir esta videoaula, recomendo que você assista a palestra O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA, proferida pela escritora nigeriana CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE e disponível no KZbin: • Chimamanda Ngozi Adich...
A palestra nos possibilita perceber que a história única escrita sobre a África, a que se refere a autora, produziu uma série de estereótipos e imagens negativas ― vigentes ainda hoje ― sobre o continente africano e a forma como algumas pessoas interpretam ou classificam suas sociedades. Trata-se de uma obra que alude à noção de etnocentrismo, pois apresenta a crítica segundo a qual a história da África, tal qual a conhecemos, é na verdade fruto de uma operação etnocêntrica cuja origem são os discursos evolucionistas de matriz europeia.
Assim, CHIMAMANDA ADICHIE critica uma “história única”, contada pelos europeus e pelos estadunidenses, pois esta tende a esvaecer a diversidade cultural dos povos africanos (como se a África fosse um todo coeso e homogêneo) e a reproduzir estereótipos negativos apregoados àquela região, normalmente vista como um lugar selvagem, de belas paisagens, mas de povos incivilizados. Seguindo sua argumentação, a autora faz alusão ao conceito em igbo (língua falada por mais de 20 milhões de nigerianos) de “nkali”, que significa “ser maior que o outro”. Deste modo, a grande reflexão que Chimamanda Adichie traz é que a criação de uma “história única” tem efeitos de poder, ou seja, que ela pode ser usada para justificar a dominação de um grupo humano sobre outro. Como ela mesmo fala: “o poder é a habilidade não apenas de contar a história de outra pessoa, mas de fazer que ela seja sua história definitiva”.
As críticas contidas na fala de CHIMAMANDA ADICHIE se assemelham ao que conhecemos como CRÍTICAS PÓS-COLONIAIS ou PÓS-COLONIALISMO. Com efeito, se lermos autores como Frantz Fanon, Albert Memmi e Edward Said, encontraremos críticas semelhantes e uma proposta de DESCOLONIZAÇÃO DO PENSAMENTO. Ou seja, esses autores ― assim como CHIMAMANDA ADICHIE ― nos convidam a deixar de pensar como os colonizadores europeus brancos e sugerem que criemos nossa própria voz, revelemos nossas próprias histórias.
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Professor Marcos Henrique Amaral
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