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Você já pensou que um simples exame de sangue chamado ferritina poderia lançar luz sobre sua saúde circulatória e alertar para riscos de trombose ou inflamações graves? A ferritina é uma proteína responsável por armazenar ferro nas células, liberando-o aos poucos conforme o corpo necessita para produzir energia, sintetizar DNA e manter o transporte adequado de oxigênio no sangue. É como se ela fosse um “depósito” estratégico de ferro, garantindo que não haja falta e, ao mesmo tempo, evitando que o excesso cause danos oxidativos perigosos.
Nas décadas de 1970 e 1980, pesquisas pioneiras revelaram como a ferritina impedia que o ferro livre circulasse em demasia, situação que poderia “enferrujar” nossos vasos sanguíneos e prejudicar a saúde cardiovascular. Em condições normais, a maior parte da ferritina concentra-se no fígado, no baço e na medula óssea, tornando-se crucial para suprir a demanda de ferro quando a dieta não consegue atender às necessidades diárias. Se os níveis de ferritina estiverem abaixo do normal, quase sempre há suspeita de carência de ferro, levando ao quadro de anemia. Já o oposto - a ferritina elevada - pode indicar inflamação sistêmica crônica, sobrecarga de ferro (como na hemocromatose) ou doenças associadas, incluindo algumas patologias hepáticas, artrite reumatóide, neoplasias ou síndrome metabólica.
Por que isso está relacionado a problemas vasculares, como má circulação e trombose? Se o corpo estiver cronicamente inflamado, as paredes dos vasos sanguíneos sofrem agressões constantes, favorecendo o surgimento de placas de ateroma e desajustes na coagulação. Embora a ferritina alta não seja um marcador específico de trombose imediata, ela pode refletir um panorama metabólico desordenado que, com o tempo, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Também não é incomum observar ferritina elevada em pessoas com excesso de peso, resistência à insulina ou níveis alterados de colesterol, todos os fatores que conspiram para prejudicar a circulação.
Além disso, abusos como consumo excessivo de álcool e condições de estresse orgânico (insuficiência renal, infartos recentes, uso prolongado de certos medicamentos) podem aumentar a ferritina. É interessante notar que, sendo uma proteína de fase aguda, a ferritina costuma subir em quadros infecciosos ou inflamatórios, sem que necessariamente haja excesso de ferro em si. Por isso, quando o valor no exame aparece muito acima do normal, a pergunta principal passa a ser: qual a causa disso? Não existe um “remédio para baixar ferritina” que se prescreva isoladamente, pois o caminho é identificar a origem do desequilíbrio e atacar o problema na raiz. Se o paciente tem inflamação ou doenças autoimunes, trata-se dessa inflamação.
Na prática clínica, quando os níveis de ferritina se apresentam muito acima do referencial, a equipe de parâmetros de saúde avalia como hemograma completo, transferrina, saturação de ferro, enzimas hepáticas, marcadores de intensidade (PCR, VHS) e investiga possíveis doenças de base. Muitas vezes, ao controlar fatores como obesidade, resistência à insulina e inflamações silenciosas, a ferritina retorna níveis seguros, ajudando a proteger seu sistema vascular do “enferrujamento” interno.
Referências científicas:
1. Nemeth E, Ganz T. Anemia de Inflamação. *Hematologia Am Soc Hematol Educ Program*. 2010;2010:303-310.
2. Fleming RE, Ponka P. Sobrecarga de ferro em doenças humanas. *N Engl J Med*.2012;366(4):348-359.
3. Pietrangelo A. Hemocromatose hereditária: um novo olhar sobre uma doença antiga. *N Engl J Med*. 2015;372(17):1607-1617.
4. Hurrell RF, Egli I. Biodisponibilidade de ferro e valores de referência dietéticos. Am J Clin Nutr 2010;91(5):1461S-1467S.
5. Ganz T. Homeostase sistêmica do ferro. *Physiol Rev*. 2013;93(4):1721-1741.
Sobre o Dr. Antonio Cascelli
Mestre e Doutor pela SCMBH-MEC
Especialista em: Cirurgia Vascular, Angiologia, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular