Рет қаралды 2,869
Nesse último vídeo dessa série vamos tratar das investigações de Michel Foucault (1926-1984), filósofo que construiu uma problematização sobre a subjetividade por meio da História, comentando a sua entrevista “A ética do cuidado de si como prática da liberdade” de 1984. Em sua fase arqueológica na década de 1960, Foucault buscou problematizar as práticas de saber na modernidade que constituem, por meio discursos específicos (psiquiátrico, médico ou das ciências humanas), um sujeito objetificado por esse saber (o louco, o doente, o Homem). Em sua fase genealógica na década de 1970, problematizou práticas de poder modernas que constituem, por meio de relações de forças institucionalizadas (na família, na escola, na prisão, nos hospitais, nas fábricas, nos quartéis), um sujeito objetificado por esse poder (a criança, o aluno, o delinquente, o paciente, o trabalhador, o soldado). Já no fim de sua obra em 1980, Foucault buscou pensar práticas de si onde o sujeito se constitui livremente. Todavia, para escapar da objetificação dos sujeitos pelo saber e pelo poder na modernidade, fará suas investigações históricas sobre o cuidado de si retornando à Grécia e Roma antigas, particularmente às escolas filosóficas herdeiras de Sócrates. Essas práticas de si da antiguidade visam uma modulação dos afetos por meio de um cuidado constante consigo, para que o sujeito possa dominar suas paixões e tornar-se ativo. Como não se renuncia à cidade com suas regras de verdade e suas relações de poder, tal como a moral cristã vai propor depois, busca-se selecionar discursos e relações de forças que permitam singularizar-se, para que possa conduzir-se autonomamente e inventar um estilo. Por meio dessa problematização, Foucault busca encontrar pistas éticas para a luta política na contemporaneidade, onde sujeitos subalternizados, identificados pelo saber e poder modernos, poderiam resistir a essa objetificação do biopoder inventando a si mesmos, subjetivando-se por meio de regras facultativas que permitam uma prática reflexiva da liberdade, que é ao mesmo tempo uma problematização da moral vigente e uma dessubjetivação do modelo hegemônico.