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Letra: Guilherme de Almeida
Música: Spártaco Rossi
Paulista! Para um só instante!
Dos teus quatro séculos,
ante a tua terra sem fronteira,
o teu São Paulo das bandeiras!
Deixa atrás o presente,
olha o passado à frente:
vem com Martim Afonso a São Vicente!
Galga a Serra do Mar
além, lá no alto!
Bartira sonha sossegadamente
na sua rede virgem do planalto.
Espreita-a entre a folhagem de esmeralda!
Beija-lhe a cruz de estrelas da grinalda!
Agora escuta: aí vem, moendo o cascalho
Botas-de-nove-léguas: João Ramalho!
Serra acima dos baixos da restiga,
vem subindo a roupeta
de Nóbrega e de Anchieta;
contempla o campo de Piratininga!
Este é o Colégio, adiante está o sertão!
Vai, segue a entrada!
Enfrenta! Avança! Investe!
Norte - Sul - Este - Oeste!
Em bandeira ou monção!
Doma os índios bravios,
rompe as selvas,
abre minas,
vara rios,
no leito da jazida acorda a predraria adormecida!
Retorce os braços rijos
e tira o ouro dos seus esconderijos!
Bateia, escorre a ganga!
Lavra! Planta! Povoa!
Depois volta à Garoa.
E adivinha através dessa cortina,
na tardinha enfeitada de miçangas,
a Sagrada Colina,
ao Grito do Ipiranga!
Entreabre, agora, os véus
do Cafezal, Senhor dos Horizontes!
Verás fluir por plainos vales, montes, usinas, gares,
silos e cais, arranha-céus!