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O Ministério Público deu 90 dias de prazo para que o governo do estado resolva o problema dos leitos.
Quinze crianças morreram, este ano, à espera de um leito em Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais de Imperatriz, no Maranhão. Por isso, a Justiça determinou que o governo do estado providencie vagas.
Há oito dias, Maiara está internada no corredor de um hospital, em Imperatriz. A estudante, com sintomas de meningite, está em coma e respira com ajuda de aparelhos. Mas não há leitos de UTI na cidade.
A situação se agrava e não tem nenhuma decisão que possa nos ajudar neste momento. Chegou até a falar para mim que estava com muito medo de morrer. Disse para ela ter fé em Deus, porque só Ele pode nos ajudar, contou Josimar Moreira, pai de Maiara.
Esta falta de vagas é um problema que se repete há vários anos em Imperatriz. O que está acontecendo agora é que muitos pais estão entrando na Justiça para tentar um leito para o filho.
Mas as decisões dos juízes de nada têm adiantado. Os hospitais não vêm cumprindo a ordem judicial e nos últimos dois meses 15 crianças morreram porque não conseguiram internação nas Unidades de Terapia Intensiva.
A gente se sente pressionada, ameaçada e fica entre a cruz e a espada, sem saber o que fazer e como agir. O que agente faz é mostrar a situação para eles e ver que realmente não tem onde colocar, disse a neonatologista Rosália Campos.
O cidadão recorre à Justiça, que é o ultimo recurso, não consegue, vai recorrer para quem?, indagou o promotor de Justiça João Marcelo Trovão.
O município de Imperatriz recebe mais de R$ 4 milhões por mês para investir em saúde, mas os hospitais da cidade são referência na região e atendem também moradores de outras cem cidades do Maranhão, Pará e Tocantins.
Você tem um dinheiro para cuidar de um município e você, com esse mesmo dinheiro, tem que cuidar de vários municípios não é fácil, é uma sobrecarga, explicou Arnaldo Alencar, secretário municipal de Saúde.
O Ministério Público deu 90 dias de prazo para que o governo do estado resolva o problema dos leitos. Nós vamos fazer todo esforço para atender a recomendação não do Ministério Público, mas a recomendação que nós temos da demanda da população", declarou Ricardo Murad, secretário estadual de Saúde.