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Tema extraído do álbum "'TRABALHO & CONHAQUE' OU 'A VIDA NÃO PRESTA E NINGUÉM MERECE A TUA CONFIANÇA'".
Escrito, interpretado, gravado e misturado por NERVE.
Instrumental por KESO.
Voz adicional por JOANA AMORES.
Masterizado por PEDRO QUARESMA.
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Páginas NERVE:
www.nerve.pt
/ avidanaopresta
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Instagram/Twitter: @nervemorrenofim
BOOKING/PRESS:
info@nerve.pt
EDIÇÃO:
Mano a Mano, 2015.
www.manoamano.pt
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LETRA:
Ele gira à minha volta, de facto. Comboio às voltas nos carris da minha auréola. Tu não entendes? Só quero chegar tão alto como o nível em que não é demais se eu, por acaso, for embora com um sorriso e morra no palco. Eu? Não faço nada senão sonhar alto. Chega? Muita lua e pouca Terra. Viver o som e acreditar que a vida presta. E que vou tirar o troféu desse intocável altar, sair com a casa a ir abaixo. Eu já não sei se venho a este bar porque passam som que me agrada ou se passam som que me agrada porque eu venho a este bar.
Há um mundo à minha volta, eu sei. Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia. Se não, então finjo que não vejo. Eu não vejo a verdade, cada vez que o globo gira. Com vergonha demais, eu não quero dizer então penso e, para mim, assumo o óbvio: “já não há, já não és um mundo a meus pés”.
E agora nada me dá gozo. Hei-de ser um trintão preocupante e um quarentão desastroso. Como é que querem que eu faça o que eu gosto se eu só gosto de coisas que eu não posso fazer ou posso mas não devo. Como é que raio eu vou recuperar este tempo? E o que é que importa aquilo que eu penso ou o que eu escrevo? No fundo, odeio pessoas, pessoas fazem-me fumar e fumar faz-me morrer e morrer não vinha a calhar. Só gosto de coisas. Se te tratar como tal é porque eu gosto de ti, no fundo, então menos mal. Porque “já não és um mundo a meus pés”.
Há um mundo à minha volta, eu sei. Eu sabia. Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia. Se não, então finjo que não vejo. Eu nem vejo a verdade, cada vez que o globo gira. Há um mundo à minha volta, eu sei. Eu vejo o globo a girar em prol do meu dia. Se não, então finjo que não vejo. Eu não vejo a verdade, cada vez que o globo gira. Com vergonha demais, eu não quero dizer então penso e, para mim, assumo o óbvio.