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Faixa incluída no EP "AUTO-SABOTAGEM", disponível para encomenda em www.nerve.pt.
Letra, voz, instrumental, gravação, mistura, ilustração e design por Tiago "NERVE" Gonçalves.
Saxofone tenor por Notwan (A.K.A. Mestre André).
Masterização por Zé Quintino.
Booking & press: info@nerve.pt
www.nerve.pt
2018
LETRA:
Não é estar a cuspir no prato
mas o serviço não é definitivamente o melhor.
Biscoito a quem diz que pensa que eu mereço mais tempo de antena,
interesse da imprensa. Agradeço mas... por que carga de água?
Amargo, aqui apago a crença de que a medida
que dita O sucesso ou fracasso é a arte.
e convencer-me do contrário será uma tarefa árdua.
Eu parto a quarta parede como um Vhils de carreira tenra
para partilhar a mágoa.
Num verso vago, acabo a conversa numa de:
“Digam ao vosso profeta que estou no monte à espera, para lhe entregar as tábuas”.
Toda a gente:
Mãos no ar. Eu dou licença.
Conheçam através do tacto o tecto que tenho nesta empresa.
Calho a saltar, quebro a cabeça.
Há que manter a firmeza quando a porra da inevitabilidade é uma gaita.
De repente: Ai, q'há tanto like à minha música laica.
Já posso apontar o meu laser ao céu como um géiser?
“claro, força, vai, NERVE.
Será demais, quando/se furares a crosta.” Pois.
Eles fazem conta com apoios, amigos, “sorte”, et cetera.
Certo, mas se o principal motivo não é talento, isso para mim é merda.
'm’a marimbar se o beat bomba, se me encontras
debaixo de cada pedra ou ao meu CD na montra.
Prioridade é outra.
Sei lá. Um reino e um ceptro?
Por ser um rapper e ter um cérebro?
Será que isso não pesa na balança
e a minha última esperança
neste teatro de revista onde a minha rubrica te cansa
é fazer música de dança?
Pois que morra.
Pois que morra.
Pois que morra,
com mais que um bater do cajado apenas.
Pois que morra,
essa maldita loba que mal amamenta
e concentra atenções no próximo promissor bebé proveta
enquanto me condena a viver à beira de voltar a ver
no call center a minha placenta.
Pois que morra.
Eu disse "Pois que morra".
Quase ninguém ouve mas
eu disse "Pois que morra".
Pois que morra.
Pois que morra,
com mais que um bater do cajado apenas.
Pois que morra,
essa maldita loba que mal amamenta
e concentra atenções no próximo promissor bebé proveta
enquanto me condena a viver à beira de voltar a...
oh, é tudo uma pena.
Pois que morra.
Eu disse "Pois que morra".
Quase ninguém ouve mas
eu disse "Pois que morra".