Considero o primeiro vídeo claro o suficiente, mas também vou tentar explicar, com outras palavras, para que mais pessoas tenham a chance de compreender, já que considero a discussão pertinente. A crítica diz respeito a um determinado modo de interpretar as histórias em quadrinhos brasileiras, qual seja, aquele que as toma enquanto recortes da realidade do Brasil, como registros de uma "identidade nacional" ou de uma "realidade nacional" (donde o uso do termo "retrato", como aquilo que "registra", que "emoldura" e que "encerra" algo). Para Alexandre, este modo de interpretar seria hegemônico (na grande mídia, nas premiações, na academia etc.) e seria, portanto, responsável por condicionar, não apenas a recepção das obras (que tendem a serem experienciadas pelo público sob este mesmo prisma), como da própria produção de quadrinhos (já que, privilegiando os trabalhos mais aderentes ou mais suscetíveis de serem tomados por esta lente, encorajaríamos os artistas, caso queiram acessar tais lugares de prestígio, a produzirem obras de mesmo perfil). Eis o que ele chama de retratismo. É preciso ressaltar, ademais, que a experiência efetiva de leitura (o ato de leitura) só se dá na própria leitura, não dependendo apenas da obra, nem apenas do leitor, tomados isoladamente, mas de ambos, em cruzamento contínuo. Com efeito, não há obra essencialmente retratista (ontologicamente, enquanto "ser") mas, sim, uma leitura retratista da obra (epistemologicamente, enquanto "conhecer"). Percebe-se que os quadrinhos, em sua materialidade, como objetos fixos, podem ser mais ou menos suscetíveis de serem lidos como "retratos". Em tese, uma história mais abstrata e alegórica seria menos dada a tal apropriação, enquanto que uma história mais realista ou naturalista seria mais tendente à uma leitura retratista; mas o que determina, de fato, sua interpretação, é o encontro com o polo receptor - que, condicionado pelo retratismo, estaria inclinado a reduzi-la ao mesmo. Em suma, teríamos a tendência de ler as histórias em quadrinhos nacionais em busca desses retratos do Brasil e a aplaudi-las tanto quanto elas forem capazes de nos fornecerem tais emolduramentos. É um viés. E a crítica de Alexandre simplesmente faz o diagnóstico deste viés hegemônico para sugerir a abertura do público para outras leituras, para além da retratista (o que não significaria eliminá-la, é claro).
@BolchenTheDrummer3 жыл бұрын
A crítica que faço é que, justamente, NÃO é hegemônico, só é hegemônico nessa panelinha em específica. Fora dessa panela, ninguém realmente liga pra ler uma obra procurando um retrato brasileiro. E quando muito, nos ciclos que frequento, se há o viés do retratismo, é o viés oposto, ou seja, criticar que a obra tem "elementos brasileiros" demais, e isso é recorrente em muitos jovens com quem tenho contato como professor. A percepção dele é válida, mas apenas na Academia. Fora dela, fora da bolha da classe média intelectual uspiana, isso é totalmente falso, ninguém liga pra "elementos brasileiros". O problema é achar que todo leitor brasileiro procura retratismo, mas isso só é verdade nos 1% que fizeram faculdade de Letras, quando muito. Se quer tanto "maomente" que leitores brasileiros de ficção científica americana dessem um pouco de atenção a uma fantasia abstrata brasileira e a Academia fosse menos focada em retrato, teríamos que fazer um reset na nossa história ou o Brasil se desenvolver mais. Quem quer ler algo mais abstrato ou procura ela em uma obra SEMPRE vai preferir uma obra japonesa ou americana, e quem quer um retrato vai preferir uma obra do terceiro mundo e análisá-la à exaustão por essa via, o abstrato é um privilégio de países mais desenvolvidos, antes de acontecer uma preferência maior por leituras abstratas brasileiras pelo leitor comum, primeiro temos que ter Saúde, Educação, Saneamento básico, asfalto que não quebre um carro, e assim por diante. Sem isso, querer que o leitor brasileiro dê valor ao "abstrato brasileiro" é tentar colocar antes uma prioridade que só é possível pra depois, é como pedir pra uma pessoa comer caviar antes de sequer matar a sede, e só possível depois do Brasil ter um IDH de 0,800, Coeficiente Gini de menos de 0,40 e uma população minimamente letrada ou com mesmo interesse pela leitura que um Argentino tem. A crítica dele é válida, mas existem circunstâncias muito maiores que impedem essa "evolução" de uma leitura menos "Quero achar realidade brasileira, quero ver uma favela com tijolo baiano bem fiel" pra "Olha só que interessante, o Grande Sertão Veredas é uma grande epopéia dos sentimentos, indagações e epifanias, principalmente epifanias, que se assemelham às grandes revelações e plot twists de muitas obras consagradas". EDIT: Vou dar um exemplo merreca de como funciona, na abstração, a conversa de um leitor comum brasileiro que quer o abstrato e alguém sugerindo uma obra menos focada na realidade brasileira explicitamente, feita por um brasileiro: "Olha aqui, que tal ler esse quadrinho sobre uma criança e sua guitarra?". "Legal, mas pera, o autor é brasileiro?". "É sim". "Ah não, eu não quero lembrar do que é o Brasil". "Mas ele não fala nada do Brasil, de Brasil só tem o nome dele". "Mas só de ter nome em português já me lembra que não comi ontem". "Mas ele nem fala de fome, fala da relação da criança com um instrumento musical". "Ah já está me fazendo lembrar desse barulho ensurdecedor de funk pesado aqui do lado, e preciso trabalhar amanhã, e faltou água no outro dia e...". "Mas é apenas um quadrinho sobre a criança e sua guitarr...". "Prefiro ler Sakamichi no Apollon, pelo menos não vai ter o nome de um brasileiro me fazendo lembrar de todos os meus problemas que batem na porta. Ou jogar Undertale. Ou ver série sobre criminosos nos EUA. Falou!". Isso está fora do alcance de ser solucionado por acadêmicos, entende? Primeiro precisamos de um país minimamente desenvolvido, depois chegará o entretenimento sem compromisso social, "arte pela arte", "Estruturalismo em Carolina Maria de Jesus" e outras assim por diante, quando o brasileiro deixar de levar o quadrinho brasileiro pro lado pessoal e dos problemas que tem na nossa realidade. Enquanto a nossa realidade sempre for associada com negatividades pessoais de cada leitor deste país, nenhum leitor interessado em universalismos os procurará no nosso quintal.
@danilo.bittencourt3 жыл бұрын
@@BolchenTheDrummer Não confunda hegemônico com majoritário. A opinião de quem ocupa posições de prestígio tem sim mais poder e ressonância que a de quem está fora desses meios, ainda que em número maior. E minoria por minoria, o próprio mercado consumidor de quadrinhos é uma: quase sempre de classe média, dotada de capital cultural, e, mesmo nesse segmento, pequena. Quer dizer, quando se faz uma crítica nesse sentido, não se dirige diretamente ao povo que vive em condições difíceis, como você bem coloca (até de maneira um tanto melodramática e deslocada), mas de gente que pode comprar quadrinhos caros, de gente privilegiada. Fora que essa ideia de que primeiro devemos ser ricos e ter IDH de 0,800, para só então podermos prestigiar os mais diversos tipos de quadrinhos nacionais me parece muito estranha. Sinceramente, não consigo enxergar esta associação que você faz entre desenvolvimento econômico e nível de abstração ou de fabulação das obras de arte ou de sua recepção em termos de prestígio. Se podemos ampliar o debate cultural e promover os quadrinhos em sua pluralidade (ao menos para quem pode pagar por ela), porque não o fazer agora? Mesmo que seja em uma bolha, porque não deixar este legado para quando o nosso povo, finalmente, tiver o devido acesso amplo à cultura? Fora que Alexandre não me pareceu querer "resolver" coisa alguma, apenas alimentar o debate cultural.
@BolchenTheDrummer3 жыл бұрын
@@danilo.bittencourt Mas a visão dele é tão hegemônica quanto a de quem procura por retratos, ele só pode falar exclusivamente dessa bolha. E neste caso ha natural divergência, pois há quem entenda que não existem somente um centro e periferia, mas vários centros e periferias. E neste sentido, tanto a visão retratista é um centro e a visão que quer o abstrato, outro centro. A visão mais abstrata pode ser periférica no meio dele, mas em qualquer meio mais comercial fora dele não é, o que apenas ocorre é que leitores brasileiros não estão a fim de procurar narrativas mais estruturais por aqui, e isso só pode ser resolvido depois que passarmos da, sei lá, maior adversidade social e real que jamais estivemos vivendo em décadas. O que ele está pedindo é quase como um "First World Problems" versão literária.
@danilo.bittencourt3 жыл бұрын
@@BolchenTheDrummer Sim, concordo que a crítica se dirige à uma minoria, e que, dentro dela, existe um centralismo (ou hegemonia) de viés retratista, especificamente em relação aos quadrinhos nacionais - motivo da discussão - sendo que o próprio mundo dos quadrinhos nacionais é relativamente pequeno e elitizado. Também compreendo sua colocação, de que seria um tipo de "First World Problem", mas gostaria de reforçar que isto, de modo algum, anula sua importância (apenas a circunscreve).
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
DANILO!!! Se um dia eu for fazer uma biografia teórica, vou te contratar!
@carlosglaujor3 жыл бұрын
Eu fui talhado para ver o mundo de modo retratista, por todo o viés de se valorizar nossa arte por este prisma. Um belo dia, no ido ano de 2003, um professor de literatura brasileira, antes de entrar na análise de Macunaíma, começou a fazer perguntas aos aluntos sobre quem era "o brasileiro", o que o definia e o retratava. Diante das respostas óbivas (futebol, carnaval, alegria, etc) o professor começou a fazer novas perguntas pedindo que levantassem a mão, entre os +- 50 alunos presentes: "OK, vamos lá: quantos aqui sabem jogar futebol bem? Quantos aqui sabem sambar, mesmo que não tão bem? De quantas regiões, etnias ou classes sociais diferentes há pessoas presentes nesta sala?" A resposta dos alunos era invariavelmente um incômodo silêncio, quando por fim o professor concluíu: "ninguém aqui é bom jogador de futebol, ninguém aqui sabe sambar, etc...então pelas características que vocês me deram sobre quem é "o brasileiro", ninguém aqui se considera brasileiro?" Isso abriu minha mente; embora ache a valorização retratista bonita de se ver, algo a se valorizar, ter apenas este viés é empobrecedor. Cada vídeo, uma reflexão, uma aula. Obrigado.
@thiagobatistadealmeida61312 жыл бұрын
Cirurgico. Quando você lê um mangá, mesmo que a temática seja europa medieval, futurista, ou se passa em outro país. A característica , as nuances, os valores, as personalidades se mantém a cara do japonês, ao modo que é feito para aquele público se identificar. O que falta é isso, fazer coisas que não necessariamente tenha elementos nacionais, mas que as histórias, os personagens sejam pessoas que o brasileiro se identifique.
@isac.carlini2 жыл бұрын
No meu foi o contrário, algm falou "ser malandro" e todo mundo concordou kk
@michelcristiano85373 жыл бұрын
Achei claro o vídeo. Os mangás, por exemplo, falam de todos os temas que existem e ainda assim conseguem colocar um pouco dos elementos culturais deles sem ser nacionalistas. A arte não pode ser escravizada, deve ser livre pra falar de tudo.
@ladymorwendaebrethil-feani40312 жыл бұрын
Os japoeneses executaram omprojeto da amtropofagia cultural muito melhor do que nós. Eles conseguiram fazer com que inumeras coisas da cultura ocidental se transformassem em indiscutivelmente japonesas (como roupas de maid por exemplo). Aqui no Brasil, resolvemos praticar jejum e nos fecharmos para a influencia cultural externa. Nos isolamos culturalmente do mundo, principalmente em reação a globalizaçao. Paramos de nos ver no mundo, nos fechamos em nossa identidade e ainda negamos nosso profundo nacionalismo - mesmo que exaltemos o tempo todo as virtudes dele. Porem, existe uma contradição entre progressismo e nacionalismo. Quanto mais um pais se desenvolve, menos os progressistas podem ser nacionalistas sob o risco de se tornarem pro-imperialistas.
@fernandoDcampos3 жыл бұрын
Olá. Aqui vai um comentário de fora do Brasil. Realmente a maior parte das obras de autores brasileiros que chegam a Portugal são retratistas. Aliás, basta pensar que nem é preciso de pensar nas HQs - no cinema, por exemplo, quem não viu como o Cidade de Deus foi um filme que teve um sucesso internacional. Eu tenho um amigo que faz HQs, o André Diniz que diz que o seu livro "O Morro da Favela" abriu-lhe as portas da publicação internacional, porque era esse tipo de material que queriam editar. No entanto, os autores brasileiros são incríveis e são capazes que produzir alegorias ou reflexão geniais sobre o seu Brasil sem precisarem de ser tão literais. Li recentemente alguns livros geniais de autores brasileiros que fugiram a isso - Sob o Solo por exemplo. Mas também li livros retratistas geniais e para mim, até é interessante porque me permite conhecer a cultura brasileira. Curiosamente, sendo eu argumentista de BD em Portugal, acabei a pensar se tinha feito algum livro retratista e cheguei à conclusão que embora passe as histórias em Portugal, com portugueses, o que pretendo é contar histórias sobre coisas que me "perturbam" e não tanto mostrar um retrato do meu país. Abraço e excelente video.
@giulyanoviniciussanssilva29473 жыл бұрын
Me emocionei, espera um dia que chego lá.
@Felipe-xp6yw3 жыл бұрын
Fernando Campo, deixe um link aqui pra encontrarmos o seu trabalho.
@shinamuro3 жыл бұрын
Auto da Compadecida não é retratista e provavelmente chegou em Portugal.
@fernandoDcampos3 жыл бұрын
@@shinamuro não me recordava e fui ver ao IMDB e realmente nao estreou no cinema. Chegou posteriormente a DVD. Os filmes que vi no cinema foram Cidade de Deus, Tropa de Elite 1 e 2, Carandiru, Central do Brasil e o tungsténio. Depois vi outros se calhar ainda melhores, mas esses não tiveram distribuição no cinema.
@Deacatlover3 жыл бұрын
Galera que tá dizendo que quem discorda é porque não entendeu ou porque ficou magoado: por favor, né? Nem passa pela cabeça de vocês que a pessoa pode ter compreendido o que foi dito, estar de boa com isso e ainda assim discordar em certos pontos? Bora parar de subestimar o coleguinha, discussão é isso mesmo. Nem todo mundo vai concordar com o Alexandre, e tá massa. O que enriquece é o debate!
@Pensadordosceus3 жыл бұрын
Quero esse video do Alex Ross, hein. Vamo tocar fogo no parquinho
@Pedro-S1lva3 жыл бұрын
Também!!! Fogo no parquinho kkkkkkkkk
@giulyanoviniciussanssilva29473 жыл бұрын
Alex Ross só é bom em capas kkkkkkkkk, brincadeira gosto de Maravilha e Reino do Amanhã.
@silasbezerra69543 жыл бұрын
@@giulyanoviniciussanssilva2947 O Marvels é bastante agradável... especialmente a imagem do Anjo salvando uma criança mutante de um bando de gente agressiva. Aliás, eu acho essa do Anjo a melhor arte que ele já fez. “Paz na Terra” eu também curto.
@luiduarte3393 жыл бұрын
Pô, Alexandre, a gente quer te ajudar, te dar um suporte... Aí tu vem insinuar que a arte do Alex Ross tem a estética fascista?! Já garanti o milho e a cevada pra assistir esse vídeo da Leni Riefensthal, digo, do Alex Ross! Aguardando.
@lucmarqx3 жыл бұрын
Eu acho que vc fez uma ótima identificação de um tendencia cultural brasileira. O retratismo é basicamente o um selo de "brasilidade" e acho que vc comparou muito bem no exemplo do Mario. Foi muito bom ver esses dois vídeos. Me ajudou observar algo que eu não tinha identificado com essa clareza. Isso vai me ajudar até a escrever um texto de um projeto. Valeu por essa explicação, meu querido!!
@leandrorodrigues65403 жыл бұрын
Perfeito! Considero que o Guimarães Rosa é o grande modelo nessa busca de uma arte que parte do local, do regional mas que a transcende, a usa apenas como ferramenta para atingir o universal, a condição humana, as questões eternas que a arte sempre se preocupou em revelar. Essa ânsia de "retratar a realidade" faz com que algumas obras tenham um valor sociológico maior do que artístico e isso limita a relevância e o alcance dos trabalhos.
@rafaelsanzio20903 жыл бұрын
os argentinos fazem muito isso no cinema (buscam o universal, o artístico) quando acontece de a obra estar dentro do contexto da ditadura militar. o brasileiro já parece querer ser sociológico em tudo. podemos lembrar também que o brasileiro médio tem metade da escolarização de um argentino, e que lê muito menos...
@nickfilmaker2 жыл бұрын
É isso aí. Concordo plenamente.
@eduardojardim2263 жыл бұрын
Fugir do Retratismo não é tirar o foco da nossa "Dura Realidade de 3ºMundo" mas sim buscar outros ângulos que podem ser, só para variar, positivos e que apontem uma saida para essa Condição. Não é vergonha ter Esperança e Ambição.
@stefaniecarolinakarnitsch6783 жыл бұрын
O que seria retratismo?
@antonioluiz94092 жыл бұрын
verdade outro problema é a nitismo que e forte em todo país Ocidental
@antonioluiz94092 жыл бұрын
que pessimista em todo
@SeaSerpentLevi3 жыл бұрын
Cara eu sempre falei isso, eu não sabia como definir e gerava muito desentendimento, mas sempre me incomodou demais essa CERCA que a gente mesmo bota em cima da nossa produção de qualquer coisa. Tudo tem que atender aquele rótulo de "coisa brasileira". Se fazem um quadrinho, não importa do que ele é, qual a filosofia e a mensagem que ele quer passar, o que importa é que é um "quadrinho... BRASILEIRO", como se fosse a primeira vez que isso acontece, como se a gente fosse um país miserável artística/culturalmente e é um milagre alguem ousar fazer isso, logo é mais relevante o fato de SER brasileiro do que.. ser ._. Se fazem um jogo, o que importa é que é um JOGO FEITO NO BRASIL, o mesmo pra um curta animado, um filme independente, etc etc... E esse hábito de apenas valorizar o que retrata o nosso dia a dia pra mim é não só muito triste, já que mostra que a grande maioria de nós não tem uma curiosidade por consumir algo que não seja SOBRE nós, o que pra mim é meio que uma puta carência kkk assim como muitos comportamentos brasileiros, nós também limitamos na nossa capacidade de expressar a nossa cultura de maneiras mais livres, mais genuinas, mais atemporais e sensíveis. Agora eu entendo o porque eu não me incomodava com regionalismo mas sim com esse comportamento específico que eu não sabia o nome. Não acho exculsivamente ruim retratar a gente, mas isso me deixa meio puto porque geralmente quando vemos um retrato tão raso e óbvio de um povo, isso geralmente significa que esta rolando um esteriotipo, uma hiper simplificação daquele povo. A gente SE TRATA como um esteriotipo. E botamos uma cerca em volta da nossa capacidade de se expressar artisticamente e culturalmente. Não é surpresa que a maioria da nossa arte e cultura que é valorizado interna e externamente, sejam coisas antigas... eles tinham muito mais do que falar do que "hurr dur brasil indio onça favela putaria êêêe a gente é isso". Se eu fosse indio, eu acho que me sentiria ofendido pra cacete :v Valeu pelo seu video cara eu fiquei mt pensativo sobre ele não acho que tenha entendido totalmente ainda mas certamente mudou meu angulo de vista pra melhor. Edit: Obs: quando eu tava dando os exemplos de coisa q o que importa é que "é feito no brasil hur durr", logicamente existe muuuuuita coisa q nao e assim. Mas esse fenomeno sempre rola e tem uma massa que foca de uma forma incomoda nesse aspecto ao inves da mensagem. Ja nao é nem a forma sobre a mensagem. É o [rótulozin da camisa escrito "made in brasil"] sobre a mensagem, e não esqueça de por um indio insultantemente esteriotipado viu? kkk
@marcosmillerilustrator3 жыл бұрын
sei que é sobre brasil, mas é interessante como o assunto me fez pensar no retratismo americano (norte americano). Muito, mas muitas coisa, cinema, quadrinhos etc giram em torno daquelas mazelas que nós brasileiros já conhecemos mais do que a nossa própria história. (Refiro-me a guerra do vietnã, WWII, e sei lá mais quantas outras coisas).
@aldericoleo3 жыл бұрын
Muito bom, Alexandre. De minha parte, eu acho ótimo que você reforce ou elabore o argumento usando outros elementos, exemplos e analogias. Isso o faz alcançar mais gente que está interessada em entender esse ponto de vista. Eu mesmo. Embora eu julgasse entender e concordasse bastante com o que foi falado no primeiro vídeo, vi nuances nesse segundo que considero muito interessantes. Você está falando de coisas que estão nos alicerces de uma produção, da crítica e do consume de arte, não é uma coisa se encerre num único vídeo. No meu ponto de vista, dá pra tirar mais leite dessa pedra. Como sugestão, gostaria que você trouxesse algumas HQs que possam explicitar mais claramente essas ideais. Valeu! 😎
@shinamuro3 жыл бұрын
Acho que existe um problema sério na comunicação do Alexandre. Talvez por ser acadêmico, ele acaba usando algumas expressões com muitos significados específicos, que são desconhecidos do restante da população. O distanciamento social que existe entre a universidade e a sociedade acaba gerando essas lacunas de compreensão. É muito difícil conseguir explicar um conhecimento técnico com palavras simples, para que leigos entendam.
@aldericoleo3 жыл бұрын
@@shinamuro Concordo e é por isso que, quando o assunto é mais complexo, entra numa pegada mais técnica, defendo mais de uma abordagem. Por outro lado, gosto da dose de dificuldade que encontro aqui (apesar de considerar as exposições até bastante acessíveis, para a natureza acadêmica do conteúdo). Ela é o desafio que me leva a estudar mais, a refletir mais. Acho importante que alguém nesse cenário traga essa proposta. Faço um paralelo a esses quadrinho multicamada ou cheios de referência, como Watchmen ou A Liga Extraordinária. Eles têm algo pra quem tem pouco tempo de leitura, mas guarda bastante coisa pra quando você acumular mais bagagem.
@lamurian3 жыл бұрын
Ótimo explanação Alexandre. Acredito ser necessário um canal como o Qnsarjeta para agregar conteúdo e auxiliar o pensamento crítico. Parabéns pela iniciativa!
@fmacielnascimento3 жыл бұрын
Não costumo deixar comentários em videos (acho que só comentei uma ou duas vezes desde que surgiu o KZbin), mas tô passando aqui só pra escrever que teu canal é tanto um sopro de renovação na divulgação da pesquisa em quadrinhos no Brasil quanto um alento em meio à estupidez que virou a mídia especializada nacional. Gosto muito dessas pílulas! Que Deus abençoe teu trabalho mais ainda, Alexandre!
@yagoaguiar98512 жыл бұрын
Por algum motivo fui pesquisar sobre Bob Cuspe e acabei no seu canal, e fiquei pasmo por você não ser um grande canal, com bastante prestígio e reconhecimento. Ótimo trabalho, ganhou um inscrito!
@BolchenTheDrummer2 жыл бұрын
Depois de alguns meses e repensando agora, há um aspecto que se ignora sobre como uma arte menos "retratista" cresceu nesses países que o senhor mencionou: Autocensura e reserva de Mercado. No Japão, até meados dos anos 90, era absolutamente comum uma censura dos japoneses à arte estrangeira. Não o governo, mas a população em geral. O crescimento do Mangá no Japão coincide com um fechamento do Japão ao estrangeiro, enquanto exportavam de tudo. Hoje, os japoneses não podem verem um branco loiro e já ficam fascinados, mas naquela época um desse tipo era apedrejado. A nossa situação é tão oposta a isso e tão inimaginável que, inevitavelmente, os artistas brasileiros ou recorrerão a uma tendência fantástica que pouco dialoga com o brasileiro médio, que já não é lá muito alfabetizado, assim não alcançando qualquer sucesso, ou tenderá ao retratismo para combater uma aparente imposição mercadológica de produtos que não falem da realidade brasileira e são estrangeiros, assim agradando o lado mais acadêmico. E existe um componente "Carmem Miranda" da nossa produção cultural que impede que qualquer "exportação" nossa para o exterior, que não siga uma determinada fórmula esperada, faça sucesso. Ou seja, mesmo quando um artista brasileiro tenta almejar algo mais fora do Brasil, está condenado a sempre recorrer à sua reserva cultural para se destacar, ou a elementos que nos identifique lá fora, ou a trabalhar para os outros e suas histórias. O que quero dizer é que, de fato, a nossa arte é retratista e a recepção também, mas não é culpa de nenhuma delas. A tendência ao retratismo é consequência de uma sociedade tão apática à produção nacional, de qualquer natureza, retratista ou não. Há algum tempo, antes da pandemia, fui ao cinema, estava esperando o filme começar, então passava os trailers. Um dos trailers era o filme do Palhaço, com Selton Mello, e havia a criança lá com a mãe assistindo. Foi só a mãe falar pra criança que era filme nacional e pronto, "Ah, então é porcaria". Pra criança, se o filme da propaganda era fantástico, comédia, ação, tinha favela ou cidade voadora high tech com heróis de capa e efeitos de primeiro mundo, pouco importava: É brasileiro? Lixo, tô fora. Então, pro artista brasileiro e pra academia, o retratismo foi um sistema de defesa desenvolvido diante dessa hostilidade natural. E, neste sentido, a minha única discordância contigo é que, o que para o senhor é um incômodo, pra mim tem mais é que aprofundar e ser retratista mesmo.
@nelsoneduardonelsonelo21143 жыл бұрын
Entendi essa ideia de retratismo como uma pretensão de utilizar os meios artísticos, quadrinhos inclusos, como uma imagem autêntica/fidedigna de uma realidade nacional. Entendi também o caráter problemático dessa postura em relação a uma obra artística. Primeiro, por parte do apreciador de uma obra, de querer enxergar um "retrato" da sociedade onde muitas vezes não existe sequer essa autenticidade. Em segundo, por parte do artista, ao restringir sua manifestação artística ao propósito metafísico de "retratar" da forma mais fiel possível uma realidade social (como se isso fosse 100% possível e como se isso fosse a única finalidade legítima de uma obra de arte). No mais, congratulo-o, Alexandre, por proporcionar esse debate. O video bombou, pelo visto. Rs E continue nessa pegada, professor, ainda há um deserto aqui no KZbin no tocante a análise crítica de quadrinhos.
@rafaelsanzio20903 жыл бұрын
muito bem explicado, mais uma vez. deixei uma mensagem inbox no Face com um exemplo que ocorreu comigo há uns anos. abraços!
@silvioandrade81873 жыл бұрын
Me inscrevendo aqui, excelente aula de educação audiovisual e quadrinhos. Parabéns.
@henriqueantunesbento55643 жыл бұрын
Não sou um especialista em crítica, acompanho pouco Hqs brasileiras, sou brasileiro e quero um dia criar minhas HQS com meus próprios super heróis, mas entendi seu ponto de vista e suas opiniões, é uma pena que muitos não entendam
@wellingtonconnegundesdasil63453 жыл бұрын
Eita, meteu a mão no vespeiro! Mas achei válido você ter voltado para falar sobre. Entretanto é um tema que demanda muita base pra tratar, e sua abordagem por sua natureza profissional é muito rico e densa e demanda quase que um estudo pra tratar do assunto. Eu mesmo aprendi muito nessa nova abordagem e acho que preciso de mais base ainda. Obrigado.
@lauraisabook3 жыл бұрын
alguém falou no twitter outro dia "as metáforas e alegorias não têm a menor chance neste país". achei triste e bonito.
@juliosousa26653 жыл бұрын
Eu assisti o vídeo passado. Entendi perfeitamente o que você disse e acho essa discussão muito necessária, tanto entre os leitores quando entre os produtores de quadrinhos brasileiros.
@GuilhermePozzibon3 жыл бұрын
Professor, considero essa discussão pra arte brasileira essencial. Essa visão da arte retratista é hegemônica nos meios de comunicação e até mesmo entre os artistas, curadores e museus. Sei que é trabalhoso e enche o saco fazer vídeos e continuar a dando trela às picuinhas, mas serie incrível um "curso" sobre isso aqui no youtube. Poderia ser uma serie semanal ou mensal. A discussão de como escapar dessa reiteração é muito escassa fora da academia e falta um local de discussão e de encontro de pares que pensam numa direção parecida. Seria ótimo se a discussão se prolongasse por aqui. Enfim, são só apelos de um ex-aluno que sente falta das suas aulas hahaha Abraço
@joaopaulorocha34203 жыл бұрын
Parabéns por mais um vídeo ! Poderiam da exemplos de hq nacional que são Retratista ? Para poder aprofundar mais nesse conceito retratista poderia indicar alguma obra ?
@fernandoDcampos3 жыл бұрын
Morro da Favela, Angola Janga, Crumbe, Luzes de Niteroi e grande parte da obra do Marcelo Quintanilha. Mas no video estão lá exemplos.
@joaopaulorocha34203 жыл бұрын
@@fernandoDcampos obrigado
@sott17304 ай бұрын
O Brasil usa histórias pra contar o Brasil, ao invés de usar o Brasil pra contar histórias.
@thiagolins62703 жыл бұрын
Cara, no dia em que inventarem uma graduação em quadrinhos vernáculos pode apostar que será uma discussão epistemológica/ ontológica interninável ou pedantismo para "crianças" em idade escolar. Mas de boa, bora ler e conversar sobre gibis (bons gibis) que já estará bom demais. Parabéns pelo vídeo!
@riotrion3 жыл бұрын
"basta ler Alex Ross..." Juro que eu dei uma risada.
@llubonurb3 жыл бұрын
Idem aqui, haha
@arthurgibson27683 жыл бұрын
idem, não teve como
@fominha77763 жыл бұрын
Eu ri pra caralho tbm. Hauahau
@carloscampos45423 жыл бұрын
Eu te entendo desde o primeiro vídeo. Simplesmente tiveram algumas pessoas aqui que não tiveram o discernimento de entender a sua resenha. Escreveram muita bobagem pra você mano. Fiquei bobo de ver. Tamo junto mano. Continua com os teus vídeos. Melhor canal sobre HQs no Brasil. Parabéns mano. Tu é foda mesmo. 👍🖖 Vida longa e próspera.
@FabioNegro3 жыл бұрын
[gerador de lero-lero]
@zensaida3 жыл бұрын
Gostei da menção do Alex Ross, bom quando exemplifica.
@WyniciusRothstein3 жыл бұрын
Um assunto muito essencial e totalmente válido, passei a refletir muito mais sobre as obras nacionais que eu li nos ultimos anos. PS: seria muito interessante um curso seu rsrsrs.
@albertogomesdefreitas78583 жыл бұрын
Se eu bem entendi a discussão, acho que Roseira, Medalha, Engenho pode ser um bom exemplo de uma história que tem tudo pra ser percebida por esse viés do retratismo, mas que também perde muito se tiver uma leitura limitada a isso. Foi uma leitura que me fez pensar, óbvio, no retrato de uma certa época, região e gente do Brasil, mas me fez pensar também em ancestralidade, em conflito de gerações e, talvez mais que tudo, na complexidade do sofrimento da rotina da vida humana, por mais """humilde""" que essa vida possa parecer pra quem acha que "complexidade" tem a ver com qualquer ilusão sobre progresso civilizatório (o que quer que seja que se entenda por "progresso" e por "civilizatório").
@alansantos67133 жыл бұрын
O problema é cognitivo, e quando algo é compreendido a partir da premissa errada, dificilmente a conversa vai tomar um bom rumo.
@itauanguedes3 жыл бұрын
Não acredito que estão te incomodando ainda com isso.😪😪😪 Seu vídeo anterior estava corretíssimo. Qual é sua opinião sobre o Almanaque Guará? Mais um excelente vídeo.👏👏👏
@leFouToni3 жыл бұрын
Excelente pergunta, bicho.
@TheZehenrique3 жыл бұрын
Up
@leFouToni3 жыл бұрын
Cara, não acredito que a galera ter se confundido com um vídeo tão claro quanto o anterior... 😂🤣😂 Rapaziada precisando de umas aulinhas de interpretação de texto e um pouco mais de atenção no que está sendo dito...
@rafaelsanzio20903 жыл бұрын
sim.
@letrasetraços3 жыл бұрын
Isto que este não é um canal cujos textos falam apenas da diferença de poder entre o Hulk e o Coisa. Como disse em um comentário, se estes são os LEITORES, me assusta o nível de pensamento atual.
@guilhermestmenezes2 жыл бұрын
Concordo. Eu adoro o filme bacurau porque acho que deu camadas às obras que tratam sobre cidadezinhas do sertão. Eu sou nordestino, meu pai é do agreste e é um dos motivos que sempre fomos pra cidades do sertão também. e tipo, tem prédio, tem hotel em algumas cidades que fui. não to falando se é bom ou ruim, mas tem. tem música na rua, banda sinfônica. Tem carências, mas são carências de diversos tipos. também tem povos indígenas e outros também com seus problemas e particularidades. sabe? não é só cacto, mula e cavalo. Nunca foi. E gostei dele dizendo que é uma relação metafísica, essa intenção de querer retratar... concordei bastante, isso não é material, sabe? Não tem como você retratar. se você quiser retratar uma rua, de onde for, não será um retrato. Será um corte, caraterísticas, problemas factuais, benefícios, mas não é um retrato, não abrange todas as complexidades. a rua em si, a materialidade seria o "retrato". Mas está sempre mudando, e vamos de clichê, o tempo não para. a gente vai observando e buscando entender e o que podemos fazer para agregar de mensagem, ou desagregar dependendo de que tiver fazendo e é isso, sabe? apenas uma opinião. Mas acho que não podemos enrijecer nossa visão
@vhs-livrariabar81053 жыл бұрын
Olá! Canal excelente, fora da curva dos canais de HQs. Talvez seja mais saudável só esquecer esse comentários e focar no conteúdo de qualidade que vem fazendo há tempos. Os primeiros vídeos sobre "respostas" a comentários e discordâncias eu até assistia, esse aqui já vai ser o meu último. Muitos canais vivem dessas desavenças. Sou professor também, e sermos didáticos com quem não quer entender não vale a pena, sabe bem disso. Infelizmente, no KZbin, é simples e caro para produzir algo complexo, é o "não gostou, ok, é a opinião e argumento do canal". Grande abraço e continue com o excelente trabalho. Trabalho único e de muita qualidade!!! :)
@Pedro-S1lva3 жыл бұрын
Chegou a esse ponto kkkkkk mas que bom que iniciou um debate!
@dyel19753 жыл бұрын
Este é o problema da internet hoje em dia... fala - se algo que possa soar incompreensível,desagradável e/ou ofensivo para alguns,e logo, se tem a sensação de que as portas do inferno se abriram de par em par. Parabéns pelos vídeos. Nos dá algo em que pensar...
@anhangamirim3 жыл бұрын
Amigos das tretas, eu ainda não vi concurso de HQ que não valorizasse o retratismo em detrimento de qualquer outro. Pra ganhar prêmio vc é obrigado a apelar p isso! Lembro de HQs phodas que nem chegaram nas finais, onde ficaram as que tratavam de problemas sociais. E isso é um problema na medida em que a regra do concurso não deixe CLARO que se o tema for retratista vai ganhar mais pontos.
@lucianoluciano46323 жыл бұрын
Problema me parece um artista de hq se preocupar em ganhar prêmio. Você faz hq pra ganhar prêmio?
@lord58143 жыл бұрын
@@lucianoluciano4632 O jumento,nas maiorias dos grandes concursos tem editoras prcurando histórias para publicar,se vc ganha prêmio,a chances da sua história ser publicada é maior.
@gabrielrocha56733 жыл бұрын
@@lucianoluciano4632 não imagina. Vou despender tempo, habilidade e dinheiro para fazer um trabalho legal e tentar vender, mas não quero (no sentido de busco) reconhecimento. É pra acabar mesmo. É lógico que o motivo central não deve ser prêmio, mas eu quero um sim se possível.
@marcioducoqueiral9753 жыл бұрын
Esse segundi vídeo só prova o quanto sua presença por aqui é necessária! Você não conseguiria tempo pra ao menos uma vez no mês fazer uma aula aberta aqui no KZbin? Acompanhatia com muito gosto! Até lá, vou rever este vídeo mais uma vez! Obrigado!
@gmonte19903 жыл бұрын
Temos ainda o problema mal resolvido com o gostar de quadrinhos. Parece que uma das maneiras de se justificar comprar, ler e falar sobre quadrinhos é buscar nessas obras um certo respaldo. "É quadrinho, mas fala sobre os problemas do Brasil." "É quadrinho, mas é a melhor tradução da brasilidade." "É quadrinho, mas faz um retrato da condição das minorias excluídas". É um problema parecido em seleções de mestrado e doutorado, essa busca por justificar ter uma hq que não trata de um tema moral como objeto de pesquisa
@igocarneiro49622 жыл бұрын
Alexandre Linck, estou me arriscando no mundo dos quadrinhos, e quero muito saber qual sua visão sobre os quadrinhos na temática super-heróis brasileiros. Há uma vasta produção desse gênero, tenho amigos quadrinhistass trabalhando incansavelmente para produzir um material autoral, e essa temático que você abordou, do retratismo, acho que de alguma forma também estamos fazendo isso inconscientemente ou intencionalmente. Tenho trabalhado em minhas histórias que estou roteirizando, a ideia de trazer temas relevantes, expondo, "denunciando"... Enfim, temos muitos personagens nos HBR, e algumas editoras se especializando na produção desses quadrinhos. Qual é a sua visão sobre isso?
@poetisaquefala3 жыл бұрын
Parabéns pelo canal! Rico em conteúdo sobre hqs . Sucesso!
@Zakuroaoyama3 жыл бұрын
obrigado pelo comentário sobre o alex ross hahahahahahahahahahahh
@vansiqueirajunior82603 жыл бұрын
Mano só tenho uma coisa a dizer, você está certo.
@jrbazilistabazilista96283 жыл бұрын
O curioso é que essa questão foi muito debatido na literatura brasileira nos anos noventa! A literatura nos anos 80 ficou mais hermética, principalmente pelos contista e a influência tardia do Nouveau roman! Daí nos noventa com o sucesso da literatura marginal, Cidade de Deus, Carandiru colocaram as duas visões de mundo em confronto. Artes engajada x Arte não engajada. E o debate seguiu-se sem resultado! Porém hoje, devido às questões políticas contemporânea a Arte menos engajada perdeu! E digo isso apontando como exemplo o escritor Santiago Nazarian, ele foi um bravo defensor de uma literatura sem engajamento, uma literatura de gênero... mas seu último livro(2020) trata do genocídio Armênio, quer mais político do que isso? E vi em um grupo as pessoas falando desse mesma questão usando o cinema como exemplo, porém usar o Glauber Rocha como retratista é um absurdo! Onde nessa vida Deus e o Diabos na Terra do Sol é um retrato? Ou Terra em Transe então? Mas acho massa que esse debate chegou aos quadrinhos, sinal claro de que estamos crescendo e a nona arte ficando mais relevante em nossa terra!
@lucianomcardoso2 жыл бұрын
Rapaiz, só agradeço por colocar em palavras o que eu penso, não de quadrinhos e nem sei por que o YT me recomendou o vídeo (mas fico feliz) e sim do cinema, que segue a mesma toada. Para mim é um circulo vicioso, pois no nosso país se trabalha com um orçamento apertado, dificilmente se consegue promover o filme Assim quem faz filme aqui, faz para agradar uma "elite de críticos" que vai recomendar o filme para "seu curral de seguidores" e assim garantir certo sucesso comercial e status para o diretor. Os quase inexistentes que tentam fazer algo diferente tem um orçamento ainda menor, afinal quem vai apostar num filme duvidoso que não vai se promover por essa elite de críticos? Assim vão ser filmes piores no quesito técnico e não serão conhecidos pelo publico alvo que nem vai ficar sabendo que eles existem. Quadrinhos devem seguir a mesma tônica pelo que pude perceber.
@ladymorwendaebrethil-feani40312 жыл бұрын
Sim. A unica coisa que escapa disso sao as comedias romanticas feitas pela glibo com as equipes de novela e humorismo que eles ja tem. De certo modo sao os filmes mais bem feitos do ponto de vista tecnico pq tem grana, apesar de serem bobinhos. Mas acabam sendo os de maior bilheteria, afinal, o grande publico quer ver eh isso e nao um retrato do esgoto onde vive.
@rodrigodma3 жыл бұрын
Shiko é o expoente atual do regionalismo fantástico e/ou figurativo!
@danilodisessa3 жыл бұрын
Conheço-o por Ingá da graphic MSP e é um artista realmente talentoso
@QuadrinhosAfricanos3 жыл бұрын
Engraçado, o próprio Shiko não vê como muito produtivo qualificar a obra dele como "regionalista", pois isso reforça as ideias de polarização entre sudeste e norte-nordeste...noções de centro x periferia. Por não reforçar isso que ele acabou ficando só com Ingá e não dando continuidade alguma na linha MSP. Pensa só: Vc pode falar que a Turma da Mônica é expoente há décadas do regionalismo fantástico e/ou figurativo?
@rodrigodma3 жыл бұрын
@@QuadrinhosAfricanos tudo bem, eu concluí isso baseado nos dois últimos trabalhos dele. Três Buracos botou um pezinho nisso, agora, o Carniça que ele lançou recentemente de modo independente, se não for regionalismo fantástico, eu não sei o que é!
@QuadrinhosAfricanos3 жыл бұрын
@@rodrigodma pensa, as pessoas não classificarão a Turma da Mônica como expressão de um regionalismo fantástico pq há uma noção de centro para ela. O resto é periferia, "regionalista". Há aí uma lógica de poder, de distribuição de funções. A Turma da Mônica é uma expressão do sudeste e se for assim é tão regionalista quanto qualquer quadrinho. Só que a gente não vai pensar na Turma da Mônica assim pq ela é apresentada como "universal". A gente só chama o Shiko de regionalista fantástico pq como ele está falando do nordeste, da Paraíba, e insistimos ainda em pensa-lo como regionalista pelo fato de existir uma concepção depreciativa do espaço onde ele vive. Ele não é regionalista. Ele lida com valores universais e do meio dele, da mesma forma que um Maurício faz de forma com aqueles personagens infantis. Insistir nessa construção de regionalismo é reforçar uma lógica que pensa aqueles elementos que o Shiko foi criado como estáticos, parados no tempo. Falando isso pq já tive a oportunidade de dividir mesa com Shiko (sem dar carteirada) e ele próprio acha essa classificação sem sentido, da mesma forma que quadrinistas do norte e nordeste pensam que classificar a obra deles dessa forma é algo muito negativo.
@rodrigodma3 жыл бұрын
@@QuadrinhosAfricanos eu acho que o problema ai, segundo o seu argumento, é não considerar a Turma da Monica como regionalista. E pode ser que não o seja mesmo, mas tem que olhar caso a caso, obra a obra, o problema é não considerar por questões outras (poder, como você levantou e etc). Eu entendo o que Shiko quis dizer e concordo: não é pq ele é nordestino que ele tem que fazer obras sobre o nordeste, e se se fizer não quer dizer que seja regionalista, e mesmo se fizer uma ou outra não quer dizer que ELE seja regionalista. É apenas uma constatação pessoal: eu o considero o melhor no regionalismo fantástico aqui no Brasil, dentro do pouco que ele fez nesse genero. E ele fez, é fato. Eu digo que 3 buracos é um pezinho pq vc pode abstrair um pouco a localização, pode relacionar levemente com o faroeste americano e tal. Agora o Carniça não tem pra onde fugir, ele faz referência ao cangaço que só tem aqui no nordeste. Inclusive, talvez a Turma da Monica nem seja regionalista se não fizer referencia a algum local específico. Por fim, eu entendo e corroboro com essa luta que você levantou, talvez o problema ai seja sobre o conceito de regionalismo: deveria mudar? ou sequer deveria existir? De novo, Shiko pode nao fazer obras regionalistas, nem acho que toda a obra dele o seja (como Lavagem ou azul indiferente do céu não é) e ele tbm pode fazer obras regionalistas que NÃO sejam no nordeste, que seria super possível. Agora, uma vez existindo o conceito, do pouco que ele fez e do pouco que eu li, eu o considero o melhor nesse genero aqui no Brasil, abraço,
@nickfilmaker2 жыл бұрын
Eu concordo. Já me deparei com esse problema no entendimento cinematográfico brasileiro.
@Skyinthedragon3 жыл бұрын
O youtube é isso. Pílulas. Sinceramente. Seus videos são excelentes. Tem que se esforçar para criticar. E tem que se esforçar pra só ver as lacunas e não os pontos que foram levantados
@pedrovin203 жыл бұрын
Sobre o Alex Ross querendo ou não ele faz isso mesmo
@felipemotta50743 жыл бұрын
Quando tu fala que seus vídeos não são aulas, eu fico até com medo de imaginar o tanto de coisa que vocês discorre em uma hora kkkkk
@WilliamCorreia953 жыл бұрын
Aí, professor, já tá descobrindo o ônus de ter cada vez mais inscritos no canal, hein? Hehehehe. Agora, uma dúvida sincera: considerando que entendi melhor o seu ponto (segundo o qual o retratismo faz-se presente antes na percepção, embora possa ser reforçado pela produção), não seria esse "problema" dos quadrinhos brasileiros o ônus da escolha consciente em fugir a outras abordagens consideradas mais prejudiciais à aceitação deles? Ou seja, é a tendência retratista fruto da nossa preferência em olhar para o espelho ou uma estratégia de sobrevivência comercial?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
BINGO!
@rickmatacomics3 жыл бұрын
Eu acho que um dos problemas é querer "gourmetizar" os quadrinhos. Tantas discussões e um quadrinhos apenas precisa ser bom. Como? Simples: Bom roteiro, personagens, diálogos e narrativa. Gostar e rotular, vai de cada um.
@pedrofurtado26943 жыл бұрын
Importante retratação!
@felipemotta50743 жыл бұрын
Achei que você tinha sido claro. É só ver que projetos nacionais que explodem sempre são muito demarcados mesmo. E o problema disso está em não exportar trabalhos menos demarcados que são também excelentes
@dudao46423 жыл бұрын
Tirei o Eles estão por ai da pilha hoje depois de você comentar no vídeo anterior e não entendi qual é que é do quadrinho não kkkkkkkkk Aguardando o vídeo.
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
ehhehehe Ora, ele é bom!
@helenamedeiros86012 жыл бұрын
Concordo, isso é algo que me incomoda muitas vezes no cinema nacional, tantas vezes não tem uma imagem é mais esse retratismo, mostrando tudo como um martírio.
@Aylan_Martinho Жыл бұрын
Up😊
@luizandrade87143 жыл бұрын
Eu cheguei no teu canal faz pouco tempo e talvez essa discussão já tenha aparecido aqui, mas essa confusão do público talvez seja por conta justamente do público-alvo dos teus vídeos? Digo isso pq entendo que pela tua linguagem, termos usados e dos temas, não é todo mundo que vai se interessar ou entender a discussão. Ou seja, talvez o título do vídeo tenha "furado a bolha" da bolha, e fez tua análise chegar em quem não faz parte do teu público rs. Sei que pode parecer obvio, mas talvez vc tenha que fazer mais vídeos de explicação como esse. Concordo com a análise com relação à produção e ao modo de filtramos ela.
@mwevanne3 жыл бұрын
QnS tem todo um estudo e trabalho para fazer o vídeo e bode tem preguiça de só ter que assistir e pensar no que foi dito. Eitcha lelê.
@felipemenis57163 жыл бұрын
Compartilho desse ranço!
@us4rnam43 жыл бұрын
Passo a passo da tretagem intelectual: 1) criar conceitos e classificações; 2) definir estes com palavras complexas, abstratas e outros conceitos/classificações que só fazem sentido pra vc; 3) tretar sobre determinado assunto usando os seus conceitos e classificações; 4) rebater qlq resposta com "vc não entendeu o conceito e/ou classificação".
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
não seja tão maldoso hehe
@souzaindie3 жыл бұрын
Posso estar atrasada, mas poderia indicar algumas leituras iniciais sobre essa temática?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Sugiro começar por "Realismo e Realidade na Literatura: um Modo de ver o Brasil" da Pellegrini
@ivyjmarinho3 жыл бұрын
Na Tese o bicho já pensava nessas tretas: "a palavra fumetto está longe de possuir aspirações retratistas, mas se basta para evocar uma imagem - a imagem das histórias em quadrinhos". kkkkkkkkkkkk
@ramoszu3 жыл бұрын
Muito bacana seu canal! Parabéns! Como vc classificaria o quadrinho „estórias gerais“ do Srbek e Colin?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Preciso reler! Na lembrança é algo com aspirações retratistas, mas realmente não me recordo bem
@akasarpg77843 жыл бұрын
O que você acha do trabalho do Luciano Cunha (Doutrinador, Destro)?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Nem quero achar...
@gabriellanda3232 Жыл бұрын
"basta ler o gibi do alex ross" ASHUAHUSAHUSAHUSHAUSHASU
@Jose-wv9pd2 жыл бұрын
Eu não conhecia esse conceito de retratismo, mas achei bem tênue a linha com o regionalismo
@josemarcio24653 жыл бұрын
Talvez o indício de que haja mesmo esse retratismo de que cê fala se mostre sobretudo quando a gente da uma sacada no montante das obras - se não em tudo o que se tem, ao menos em um bom bocado - e não quando a gente se prende a um recorte, a um exemplo, enfim a esse e àquele gibi, já que de perto, retrato e regionalismo tendem a se confundir. Agora se no montante o que mais se encontra é o que em geral pode ser confundido, tomado em particular, com regionalismos, com história, por assim dizer, mas não só, claro, então tem coisa aí!
@ogabrielnauta2 жыл бұрын
Cara, mas acho que isso não é problema só nos quadrinhos, já vi o Pondé falando que não gosta de "fantasia" e só lembro de livros clássicos de escola retratista (com excessão de Macunaíma), eu gosto dessas obras mas realmente aqui agente tem um a tendência por esse retratismo, acho que é um complexo de vira lata, pois sempres temos necessidade de "fazer um Brasil" para que as pessoas verem
@henriquecardoso77863 жыл бұрын
Uma pena ter que fazer esse video, mas ele é necessário. Afinal, enquanto as pessoas não se esforçarem para entender o que consomem, estes videos serão necessários. Tem como você indicar alguns livros pra se aprofundar inicialmente no estudo de HQs?
@TheXm20123 жыл бұрын
Se tu procurar no canal tem alguns vídeos falando sobre obras pra se ler. Eu tenho lido sempre que posso livros teóricos ou sobre a história das HQs e recomendo pelo menos dois: "Imageria" do Rogério de Campos, um livro de histórias das histórias em quadrinhos (com seus recortes, obviamente) muito bem escrito e ricamente ilustrado. E o "As Linguagens dos Quadrinhos" do italiano Daniele Barbieri. Esse último pode ser mais questionado, pois é um livro de 1995. No geral, mas acho que atende mais a uma necessidade inicial do que o livro do Eisner. Pelo menos foi assim comigo. Nesse livro, o autor, numa tentativa de entender a linguagem dos quadrinhos, ele vai atrás de ver o que o quadrinho tem em comum com outras artes (pintura, cinema, Literatura, teatro, poesia...) é um ótimo livro inicial. Mas no fim, dos que li até agora, os mais interessantes foram os livros do Groensteen e da Barbara Postema, ambos com tradução aqui no Brasil. São mais avançados e também mais atualizados, mas vale a pena lê-los. Abraços!
@henriquecardoso77863 жыл бұрын
@@TheXm2012 Maravilha! Muito obrigado pelo auxílio. Cheguei recentemente pelo podcast do Universo HQ e estou adorando o Canal, porém ainda preciso terminar de ver tudo. Vou atrás das suas sugestões
@letrasetraços3 жыл бұрын
Precisar fazer um vídeo para explicar esta coisa que é tão básica, assusta, na medida que reflete o modo em que as pessoas "pensam". Seus vídeos são sempre coerentes e ao que parece, com texto elaborado, justamente visando a maior eloquência, ou seja, a clareza na expressão das ideias. Considerando que aqueles que assistem este canal, são LEITORES, e que já entenderam que não se trata apenas de um canal que fale de "gibi de super-heroi" (Não que eu desgoste deste gênero, apenas entendo que há diferenças, e algumas destas, na maior parte do tempo, se dão na "maturidade" do conteúdo), preocupa que seja preciso fazer um novo material para explicar o anterior, pois estes mesmos "leitores" façam "leituras" tão tortas. Mas é aquilo: hoje é gostoso "sentar" em cima de uma opinião, e rosnar para qualquer coisa que "ameace" o quentinho da bunda, onde se está sentado. Parece que atualmente, PENSAR dói.
@felipemotta50743 жыл бұрын
Mas sempre entendi seus vídeos como catarses despertadas em você acerca de um tema. Sempre tem um ou outro que abre o vídeo e não tem muita base pra dar continuidade a sua reflexão e sente em você uma pessoa prepotente. Acho que eu que sou universitário e de Ciências sociais estou mais habituado a esse tipo de debate e fico mais aberto pra isso.
@FabioNegro3 жыл бұрын
muito interessante ver o tipo de minion comentarista que o Quadrinhos da Sarjeta atrai e comparar com o outro tipo de minion comentarista que o Central HQs atrai - mas tô achando os vídeos interessantes pra caralho
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Não entendi a parte dos minion, mas agradeço o prestígio.
@FabioNegro3 жыл бұрын
@@QuadrinhosNaSarjeta minions, aqueles seguidores que mais batem continência do que concordam; mais aplaudem do que entendem; você é um cara ótimo, consciente, que atrai uns seguidores que comentam assim "amei seu canal também acho que esse papo de minoria já cansou". é fantástico!!
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
@@FabioNegro gente sem noção tem em qualquer lugar. Nunca me esqueço do aluno que, depois da minha aula, disse "é, tem razão, odeio intolerância, tem que matar esses intolerantes tudo".
@FabioNegro3 жыл бұрын
@@QuadrinhosNaSarjeta HAHAHAHAHAH
@negodito66152 жыл бұрын
Me desorientou completamente obrigado👍😊
@danielbatsiq3 жыл бұрын
Vixe! Provavelmente tocou numa feridinha querida, numa acalentada chaguinha, pois doeu em alguns...
@limorfl78293 жыл бұрын
😂
@raposayouko Жыл бұрын
As pessoas são difíceis mesmo
@josefredericofreitastavare57113 жыл бұрын
Professor, só para ver se eu entendi alguns dos conceitos, mesmo que em pílulas. Bando de Dois, do Danilo Beyruth, pode ser um exemplo de regionalismo não retratista?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
preciso ler esse ainda!
@wilkersouza40002 жыл бұрын
🤣🤣🤣🤣 basta ler o gibi do A.R. 😂😂😂 morri morri
@desael283 жыл бұрын
Um dia vou submeter um projeto de doutorado contigo. Grande abraço
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Esperando!
@jamesrinley3 жыл бұрын
POLÊMICA: Alexandre afirma: "Alex Ross faz gibis Fascistas" Já que é pra entender tudo errado, vamos aos extremos hahahaa
@gabriellanda3232 Жыл бұрын
Pessoa que discordou dele, me responde uma coisa, onde vc mora? Talvez não perceba o retratismo por morar no sudeste, pior ainda se for no RJ. Eu moro no interior do MS, e algo que me incomoda muito em diversas obras é desenhar o brasil como se fosse... o Rio de Janeiro(capital). Peguem todos blockbusters das últimas décadas que se passam no Brasil, todos se passam na capital carioca. Eu nunca vejo a minha realidade retratada nessas obras, então é sim um retratismo, e bem local na verdade. Agora o MS até está com mais destaque na Mídia (com a novela Pantanal q teve mais erros que acertos, o sotaque daqui não tem absolutamente nada a ver com aquele). E em breve a Globo vai soltar outra novela se passando aqui, pq percebeu que outras regiões do Brasil fazem sucesso (cansa décadas e décadas de história na mesma cidade né?). Não que não seja possível fazer correlações, embora aqui não tenham as favelas cariocas, existem pessoas pobres, miseráveis, milícias que trabalham pros políticos locais, e aqui nem um pouco disfarçado. Mas concordam que existe um limite de até onde eu tenho que fazer o paralelo? Chega uma hr q vc tem q forçar se ver naquele brasil representado. Ok - isso aqui remete a... isso do meu estado, e isso a... aquele outro, sabe? Chega uma hr q vc chega a fazer força pra se ver no outro, então é um retratismo bem exagerado. Brasil todo tem corrupção, crime urbano, pessoas trabalhadoras, mas concordam que da pra retratar esses aspectos de mil formas que não sejam - miliciano, traficante da favela, praia do Rio de janeiro? Auto da Compadecida tem uma realidade muito diferente daqui, MAS eu consigo ver o Brasil lá, eu consigo sem nenhum esforço ver o que está sendo representado, desde a miséria, a fé do povo, a ganância dos poderosos, a classe média que enaltece os ricos, sem perceber que está mais perto dos pobres. É regional, mas não é retratismo. Então retomo a pergunta, se vc não gostou da crítica, já reparou que pode ser pq o SEU BRASIL está representado lá? e esse mesmo retrato bota outros milhares de Brasís de fora dessa representação?
@danielmendes44433 жыл бұрын
comentário do engajamento. Alex Ross como exemplo de arte fascista kkkkkk muito bom!
@thiagorpmendes96173 жыл бұрын
Faz um vídeo sobre a inspiração fascista do Alex Ross
@Munixx3 жыл бұрын
Toda hora precisamos redizer o óbvio, parece. Seu primeiro vídeo foi bastante claro.
@franciscodourado13083 жыл бұрын
3 é demais.
@johnnyalves74693 жыл бұрын
É triste ter que ficar explicando o que já foi explicado porque há pessoas que não sabem entender a mensagem de um vídeo e ouvem somente aquilo que querem escutar.
@giulyanoviniciussanssilva29473 жыл бұрын
Eu não acho isso.
@johnnyalves74693 жыл бұрын
@@giulyanoviniciussanssilva2947 tudo bem...é um ponto de vista.
@rafaelsanzio20903 жыл бұрын
bem por aí.
@22Gugoo223 жыл бұрын
Trocamos uma treta pela outra. Agora vão cair em cima, defendendo o Alex Ross
@felipenunes72702 жыл бұрын
eu vejo o retratismo como algo caricato diferente do regionalismo que trata de uma cultura sem acreditar em uma essência necessariamente ou molde a se seguir .
@culturia35553 жыл бұрын
O que vc esperava fazendo vídeos usando termos como pré cognição ou retratismo? Claro que 99% do povo não ia entender. Nem o meu dicionário Google aqui não entende retratismo, hahahaha
@josemsilvaprof3 жыл бұрын
interessante isso... daria uma tese... rsrsrs Tem teoria sobre isso? pode compartilhar?
@QuadrinhosNaSarjeta3 жыл бұрын
Sobre realismo na arte brasileira? Muita. Já sobre o conceito de "retratismo" desconheço.
@marcadiabo13 жыл бұрын
Histórias em retratinhos
@alx_carvalho3 жыл бұрын
6:03 AHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA Basta ler qualquer manual de "como deixar seu quadrinho de super-heroi mais dinamico" tbm. Posso ter interpretado de forma errada ou incompleta, mas me parece que a sua crítica não é obra ser ou não retratista, mas sim a pré disposição dos autores a produzirem algo com pretensões retratista (desconsiderando outras possibilidades da obra e deixando de aproveitar a potencia total da mensagem por causa desse recorte), assim como essa mesma tendencia no público, midia especializada e nas premiações. Aqui eu vou dar meu pitaco como alguem que teve experiencia academica (graduação em artes visuais) e que acompanha seus vídeos: vários dos termos que você utiliza nos vídeos são familiares pra mim, mas outros nem tanto. Não acho que você deva reduzir a complexidade sob o risco de perder a profundidade do termo. Por outro lado, "profundidade" num vídeo de 10 - 20 minutos no youtube é ser bem otimista. Acredito que é válido deixar uma sugestão de bibliografia no final dos vídeos pra quem quiser se aprofundar mais. Existem outras opções mais trabalhosas, mas não acho que o seu canal vá por esse caminho, que é produzir ensaios focados no termo que vc quer discutir e tentar mapear ele em certas obras (quase como um Meteoro Brasil das antigas ou um Quadro em Branco). Mas mesmo assim isso (alem de trabalhoso) não é "profundo" tbm. No fim das contas, nada substitui a leitura da bibliografia.
@flaviormota3 жыл бұрын
É... não esclarece. Parece mesmo um recorte, mas sem um desenvolvimento, uma conclusão. Eu pessoalmente não vejo nisso um "problema", eu tendo a enxergar esses fenômenos como a manifestação talvez subconsciente do brasileiro em criar uma imagem de si mesmo (do brasileiro em geral ou do quadrinhista brasileiro). Somos como nação atualmente quase uma anti nação ou uma "não nação". Por exemplo, somos governados por pessoas que negam não apenas a ciência e a verdade, mas negam qualquer possibilidade do brasileiro ser algo bom, somos LIXO para nosso presidente, tanto é que por isso mesmo não sentem o menor remorso em induzir o povo à morte, a destruição da economia, das instituições, da sociedade, etc. Isso é só um exemplo. Eu tenho para mim que você captou a ponta de um iceberg porque de uma maneira mais abrangente o brasileiro está em crise consigo mesmo, e diante das crises se faz necessário construir ou reconstruir sua auto imagem para em cima dessa imagem construída ter uma sociedade estabelecida. O brasileiro médio tinha até um tempo atrás uma auto imagem que em muito foi colaborada pelas telenovelas e pela nossa própria elite de ser uma pessoa bem humorada, amistosa, simpática, bonachão, receptivo, alegre e que sempre vê o lado bom das coisas mesmo quando esse lado não existe. Esse perfil, esse retrato convinha para uma sociedade aonde a elite manda e desmanda mesmo com uma desigualdade social gigantesca, uma hiperinflação acabando com a qualidade de vida e o futuro do brasileiro médio, etc. Com a necessidade da nossa elite econômica tomar de volta o poder por volta de 2010 foi necessário construir às pressas uma imagem de brasileiro revoltado e revoltoso, conservador, briguento, combativo, intolerante e contra o poder estabelecido. Isso gerou no brasileiro médio um comportamento, um perfil que só não percebe o tamanho do contraste com a antiga imagem que o brasileiro fazia de si mesmo quem não quer. Então estamos vivendo uma guerra de narrativas que abrange muitos aspectos da nossa sociedade, essa guerra busca construir um perfil de povo, um ideário a ser perseguido como coletividade, como nação. Muito do brasileiro mesmo que inconscientemente busca com a destruição do retrato de si mesmo reconstruir uma imagem do brasileiro que mais se alinha aos superheróis estadunidenses, porque sonham, desejam que o Brasil seja uma cópia dos EUA. Outros desejam resgatar as peculiaridades regionais, ou características culturais/históricas/sociais que são arraigadas nos comportamentos de grupos populares. Outros tentam aproveitar essa crise de auto imagem para tentar inserir no retrato do brasileiro uma certa cultura, conhecimento, ciência, etc. (esse grupo é muito pequeno) e ainda tem um grupo que deseja construir a imagem de um ávido consumidor de cultura pop. E ainda tem gente que na sua neurose acredita que dá para fazer uma massaroca e misturar tudo isso numa síncrese sem pé nem cabeça. Resultado: um excesso de tentativas de retratação de idealizações sobre o Brasil. Esses retratos não são meros retratos, meras reproduções do que se enxerga, são filtros, interpretações, idealizações. []´s!
@carlosdvitorio3 жыл бұрын
Acho que entendi menos que o primeiro, mas curti
3 жыл бұрын
O colega demonstra incomodar-se com a incompreensão... Porém permitiu-se associar o nome do Ross ao do Fascismo. Aparentemente contando que essa associação está suficientemente clara. Isso sim dá margem à confusão... Olha, é sabido que a estética e ideologia fascista beberam de fontes anteriores. Estas sim referências incontestes do Ross. Não creio que você tinha o propósito de inferir que a origem ou essência da identidade visual construída pelo Ross é notadamente fascista... Mas, para quem não lembra das aulas do ensino médio (nas quais ouvimos falar sobre a constituição do nazismo), ou para quem nunca estudou um pouco de história da arte, pode ficar essa impressão. O que seria um lamentável equívoco. Feitas essas considerações, sobre o cerne deste vídeo e do anterior, eu diria que alegorias têm a mesma pertinência de obras aqui chamadas de retratistas. Particularmente também prefiro as alegóricas.
@erichmilane24723 жыл бұрын
Achei essa explicação meio complicada, achei que faltou exemplos de hqs retratistas, e de hqs regionalistas, ficou uma discussão meio vazia.
@wanderleidesousalopes30163 жыл бұрын
Concordo contigo.
@camilaferrers63323 жыл бұрын
O debate é sempre bem-vindo, mas ainda me impressiona como as pessoas anseiam por trocar farpas e considerar apenas a própria opinião. Você passa uma informação, provoca reflexões interessantes, e ao invés do debate há a agressão e falta de análise. Se a pessoa está firme em sua opinião e não quer mudá-la, porque a santa dita-cuja gasta dedos para discutir? Vale mesmo a pena? Não é mais interessante quando escutamos e lemos algo de mente aberta, ponderamos os pontos de vista, pesamos os fatos, reconsideramos nossas opiniões e formamos um novo conceito sobre o assunto, dessa forma expandindo nossas ideias? Triste. Bem triste.