O QUE FAZ uma obra ficar datada?

[@chackal7596]

"Datado" era um adjetivo usado para livros/publicações de ficção especulativa da primeira metade do século XX. Principalmente quando eram produzidos em sincronia com seu tempo e foram analisados em retrospectiva.

[@fabiomuruci813]

Já tentei várias vezes argumentar em grupos que o que torna uma obra antiga ou moderna é o leitor, que vai ver a obra de uma forma que os contemporâneos não poderiam. Mas se tornou um modismo tão arraigado essa conversa de "datado" que muitas pessoas acreditam que é um fato quase físico. Você citou o exemplo do Frank King. Outro exemplo é o Jack Kirby, que costumava ser tratado por aqui como uma estética "essencialmente anos 60" e agora que foi valorizado pela Pipoca & Nanquim e relançado pela Panini passou a ser "gênio atemporal".

[@heitorsantoslima9289]

Também, mas é que lá fora o Kirby é bem reverenciado por uma porrada de gente. Precisou uma onda de filmes criados por ele pra gente se voltar e contemplar o que ele faz.

[@fabiomuruci813]

@@heitorsantoslima9289 Também. Mas isso confirma que a noção de "datado" expressa mais os critérios de uma determinada época do que algo essencial a obra. Daqui a algumas décadas, Kirby pode voltar a ser visto como datado.

[@otartaro1]

8:30 eu sempre entendo " @ criança na sarjeta".

[@williamblake3965]

Eu gosto dessas coisas que ficam datadas, ou voltam a serem resgatadas por conta de fatores. Tipo coisas da Image, ou mesmo coisas até como Kirby. Ou de outra maneira mesmo que datadas elas viram objetos históricos. É normal. Isso rola em qualquer época. Coisas famosas da época esquecidas, ou meramente datam. Arte é uma bela coisa que permite ser relativo e tudo ao mesmo tempo.

[@apcfelipe]

A discussão desse vídeo me lembra um ótimo texto de Aleida Assmann, intitulado "Cânone e Arquivo", que dimensiona bem essa problemática. O texto trabalha com a ideia de que existiriam, em um dado momento, formas de recordação ativa (que envolveriam uma seleção de elementos passados que seriam considerados 'ativos' no presente, como, por exemplo, fazem uma exibição de museu ou um cânone artístico ou literário) e passiva (que trabalha sobretudo com uma memória "acumulativa", nas prateleiras pouco frequentadas de bibliotecas e em arquivos onde uma massa cinzenta de documentos, livros e obras aguarda um leitor). Creio que você colocou muito bem que, com frequência, não apenas aquilo que é considerado "esquecido" ou "datado" em um determinado momento histórico pode ganhar uma nova relevância com o passar do tempo e com as mudanças sociais, mas também de que as obras relegadas aos arquivos são uma fonte inesgotável de possibilidades e potência criativa, como no caso do Chris Ware citado por você (ou Art Spiegelman em "À Sombra das Torres Ausentes"). No entanto, como historiador, creio que revirar o "arquivo" é fundamental para revermos o passado por outros prismas, como o das possibilidades que não foram trilhadas (o que seria do quadrinho americano se não fosse pelo Comics Code? E como teria se desenvolvido o quadrinho brasileiro se a CETPA tivesse permanecido ativa?), ou, ainda, o da problematização desse próprio cânone por meio de um exame do arquivo (Alan Moore e Neil Gaiman, por exemplo, são escritores maravilhosos e disso não resta dúvidas; mas por que só agora estamos "descobrindo" autores como Flávio Colin, Héctor Oesterheld, Carlos Trillo, Alberto Breccia e outros tantos quadrinistas brasileiros e sulamericanos que nada devem aos anglo-saxões?). No mais, parabéns pelo vídeo e pela excelente discussão!

[@gabrielcavalcante3226]

Puta merda. Disse exatamente o q sinto quando escuto alguém falar sobre algo ser datado. Sempre achei essa palavra quase como um palavrão por não aceitar como ela era usada pelas pessoas. Excelente vídeo. Parabéns.

[@MaisPaginas]

Esse programa é muito bem associado ao outro sobre obras clássicas. Excelente, professor. Um abraço.

[@hector_meira]

Fugindo do assunto, tempos atrás você estava mostrando as estantes e falou brevemente sobre o Crepax e que estava fazendo a coleção que está saindo pela Fantagraphics, se puder traga um vídeo falando um pouco do autor e do conteúdo desse material.

[@heitorsantoslima9289]

Cara, como disse o Daniel do PN, tudo é datado, tudo foi feito em uma data. Isso tá dialogando muito com o encadernado de Dr. Estranho que eu li hoje, e uma coisa curiosa é que o maior Mago da Terra é muito impotente. Nessas edições ele tá sempre fugindo, sempre procurando um feitiço que ele não sabe, sempre sem energia, preso e quase não tem porrada, sendo muito mais importante o ardil, a fala, a lábia na hora de derrotar os inimigos, tem um quêzinho de Ulisses no Stephen Strange e me soou estranho que um dos homens mais poderosos da Terra fosse tão impotente, até que me caiu a ficha: Isso foi feito na Guerra Fria, corrida armamentista comendo solta, um tempo que caras que podiam explodir meio mundo se achavam no direito de fazê-lo. Não é o poder (seja ele bélico ou místico) é como se usa. Era uma questão muito importante naquele contexto e continua importante hoje, vide que a gente tá vendo gente com poder o administrando de forma irresponsável e sem refletir sobre.

[@sanchezz85]

"tudo é datado, tudo foi feito em uma determinada data" não é um argumento muito bom, né? tem coisa antiga que não é datada

[@heitorsantoslima9289]

@@sanchezz85 Cara, esse é um argumento pra provar que falar que datado não importa justamente porque é um ponto de vista e pontos de vista são referenciais. O que parece moderno hoje não vai ser daqui a um tempo. Pegue por exemplo a estética do anime dos anos 90. Naquela época aquela estética era o supra sumo, o pico das tecnologias que permitiram àquela arte ter aquela aparência. Hoje essa estética dialoga muito pouco com nossas sensibilidades de 2020 assim como a obra de 2020 muito provavelmente vai dialogar pouco no futuro ou não. Esse é o ponto, tudo é datado.

[@sanchezz85]

Opa, valeu pela resposta. Eu acho que dizer que algo é datado, com o sentido de que aquilo não envelheceu bem em algum aspecto, é válido na medida em que o problema da pessoa com a obra em questão não necesseriamente tá presente em outras obras da mesma época. Eu posso acho a maior parte dos animes dos anos 90 datados na questão da animação, e achar que Akira, que é anterior, envelheceu bem. Então a ideia de que "tudo é datado pq foi feito numa data" não faz tanto sentido, pq pressupõe mais ou menos que sempre que se assiste algo antigo é preciso de certa condescendência com o contexto da época pra justificar as falhas, o que não é verdade. Sobre a questão do ponto de vista ser relativo, claro, nem tudo que é datado pra um vai ser pra todos. Mas aí é pq juízo de valor é subjetivo mesmo né, inclusive dizer que algo é bom ou ruim. Abraço!

[@moisescw]

Excelente, sempre me incomodei com essa categorização. Até porque estamos cientes de estar diante de uma obra antiga, portanto seria delirante achar que ela soaria necessariamente igual a algo de hoje. Não é tão difícil contextualizar e ver o que podemos tirar dali.

[@adrianoarnold3090]

Ao meu vê uma obra datada é quando além de marcar uma década em específico ela deixa um certo legado, tem obras que se tornam quase totens, cada uma em um determinado lugar, em determinada época, e de acordo com as transformações sociais nós lugares em que estão inseridas, por exemplo, o Perramus, Eternauta, Chê, e certas obras Argentinas tem um forte peso da sua própria realidade enfrentada, enfim, não sei se consegui explicar o que eu entendo como uma obra datada, mas desde já deixo aqui meus parabéns ao canal, e as ótimas discussões aqui abordadas.

[@federicoest]

Acho que essa necessidade absurda de catalogação ( taxação) das obras é que já está datada, fruto de uma época em que as pessoas lêem muito pouco e disfarçam isso com esse reducionismo infantil.

[@victoria9667]

Caio Fernando Abreu, tem um conto chamado Pequeno Monstro que discute a adolescência. É maravilhoso como Caio consegue ser atual por ir muito profundo nas indagações e emoções humanas, entretanto, o adolescente retratado contempla o mundo a sua volta, observa com detalhes, pensa sobre ele, o toca. É sensitivo. Penso o quanto nos dias atuais não há o tédio de estar fora de casa e de férias (como é o caso do conto), tendo apenas um livro e o mundo em sua volta. Agora temos outras distrações para amansar nosso ócio, como celulares e computadores. Se podemos imaginar um mundo distante do nosso deitado numa cama, para que vivermos e explorarmos nosso ambiente?

[@rafaelplf]

Eu vejo essa discussão mais voltada para os estilos de narrativa de determinada época. Geralmente eu vejo falarem que uma obra ficou datada quando ela é muito descritiva e verborrágica.

[@fernandoDcampos]

Alexandre. actualmente é complicado eu encontrar algo datado. Como é fácil obter informação sobre as obras, se nos transportarmos para o contexto de criação das obras, podemos usufruir delas plenamente. Sabes que eu escrevi 4 bds e tenho uma maior tendencia a ver é o datado do que eu fiz. Por exemplo: acho que o primeiro livro que fiz envelheceu muito mal, mas que os restantes não. O primeiro foi em 2006 e os restantes foram de 2010 a 2020, mas aí acho que é a auto-crítica de quem quer fazer melhor e que aprende e depura o seu processo criativo. Normalmente diz: "velhos são os trapos e não os livros" Óptimo video

[@brunoleonardodelimaferreir4873]

Preciso e muito coerente professor...bastante esclarecedor. Parabéns pelo vídeo! Vou compartilhar...

Ótima pergunta/resposta.

[@gabrielelias3333]

Acho que uma coisa que tem potencial de se datar muito rápido em algumas circunstâncias é o humor. Pra mim o exemplo mais claro é a Liguinha do J.M. DeMatteis. Curti bastante o volume 1 publicado aqui, mas conforme a história foi ganhando forma e o humor foi se estabelecendo cada vez mais ficou intragável pra mim

[@willssilva]

Em boa parte das vezes o que faz a obra ficar datada é colocarem a data de publicação na obra... fica datada na hora! sheuhsueh brincadeiras a parte comentei só pra engajar o vídeo, ótimo conteúdo!

[@jpsalgado9459]

Vejo que muitas pessoas que falam "tal obra é datada", estão mais se referindo à estética do que ao conteúdo. Sejam os traços dos artistas de uma época, colorização, a quantidade de balões e legendas, que esses sim, "datam" uma obra de forma mais objetiva. Mas os conteúdos, os temas tratados, como mostrado no vídeo, podem ser atuais, podem se reinventar, podem ser ressignificados até.

[@giulyanoviniciussanssilva2947]

Só que isso é ponto de vista, Astro Boy seria datado, segundo o público, mas eu acho bonito até hoje.

[@jpsalgado9459]

@@giulyanoviniciussanssilva2947 Sim! Eu coloquei que "data" de uma forma mais objetiva, por ser mais fácil de reparar, digamos assim, do que discutir o tema, o contexto em que a obra foi feita, etc. Por isso usei as aspas inclusive. Mas tem muita discussão ainda, concordo que não dá pra cravar que tal obra é datada.

[@jghamann]

Algumas coisas não envelhecem tão bem para os padrões atuais. Por exemplo, o excesso de balões do Claremont.

[@Gabriel_Campos94]

@@jghamann concordo. Algo q sempre acho massa são as animações dos anos 80/90. O traço de Shurato, yu yu hakusho e ate mesmo dragon ball são coisas lindas de se ver.

[@carlosdvitorio]

@@giulyanoviniciussanssilva2947 É lindo, mas a narrativa e alguns diálogos são datados, tinha como fazer de forma mais direta

[@RandiGameplays]

Esse debate me remete a um ensaio maravilhoso do Borges chamado "Kafka e seus precursores", em que é discutido como Kafka criou seus precursores, e não o contrário, como é de se imaginar; como a obra de Kafka criou novos sentidos e elos entre obras que tem como única ligação o próprio Kafka, o que, de certa forma, quer dizer que o influenciado influenciou seus influenciadores. Mas Alexandre, sobre a questão da obra datada, vejo muito falarem disso mais em relação a questões técnicas do que de conteúdo. No caso dos quadrinhos, vejo muito reclamarem das cores de hqs antigas, o que gerou essa onda de recolorização digital

[@isaiasnobrega7493]

Cara, que reflexão!!👏👏👏👏👏👏👏👏

[@filipemecenas]

Computação gráfica 3d tende a envelhecer mal , em comparação a animações 2d que acabam durando mais como legais visualmente

[@Gabriel_Campos94]

O bom é quando se trata apenas da animação dá para relevar, mas alguns amigos meus deixam de consumir uma obra só por conta da animação, acho bem superficial.

[@filipemecenas]

@@Gabriel_Campos94 como assim ? Tipo saiu uma anima , ele já não vai ler mais o texto base ?

[@Gabriel_Campos94]

@@filipemecenas do tipo que abandonam a série/filme por conta da animação que não gostaram.

[@douglasnobre8558]

Vejo muita gente usando "datado" no sentido, "eu não gostei, mas não tenho coragem de falar que não gostei".

[@AndreLCFigueiredo]

Quando vejo um RPG de mesa, como Cyberpunk Red, lançado em 2020, cuja história se passa em dois mil e quarenta e tantos, no qual as pessoas ainda usam cabelo moicano pelas ruas, como punks, e há mega empresas japonesas malvadonas, como se ainda estivéssemos na década de 80, fico com dificuldade em não chamar de datado.

[@aportete4262]

Liga da Justiça do Zeca Splinter é datado desde que foi lançadokkkkk

[@EstantedoChariot]

Seria muito bacana se a Veneta lançasse esse gekiga. Achei muito interessante a história e também sua arte.

[@gvbarbosa78]

Dizer que algo é datado não seria um atestado de anacronismo e um recibo do desconhecimento dos processos históricos? Uma de minhas leituras mais recentes foi O Perfeito Estranho, de Bernie Krigstein, e há estórias lá do estilo "aces high" que me causaram um misto de surpresa e estranhamento (e que aventaram esse tema do 'datado'). São estórias de combates aéreos, até então algo inédito pra mim. Mas aí entra em cena a perspectiva histórica: quando essas histórias foram produzidas? Em qual contexto? E para qual público? E os ótimos textos de apoio do volume publicado pela Veneta me ajudaram a entender melhor o que eu lia. De outra parte, o oposto do datado é extraordinário, como foi mostrado no vídeo. Há no Perfeito Estranho uma estória chamada Você, Assassino que tem um sabor muito especial nos dias de hoje. É uma metáfora que serve como uma luva em nossos dias turbulentos de pós-verdade e fake news. Valeu pela reflexão! Inté.

[@rafaelrobertoleira635]

On the road no Kerouac. Porém tento fazer o esforço de olhar de que modo ela pode ser atual. Na vdd gosto de pensar que ela é o início de muito do que somos hoje como sociedade.

[@TheBazingaGames]

Eu uso datado especialmente quando a obra supostamente se passa no mesmo ano que foi escrita e há dispositivos da sua época. Exemplos: obra pra trás de 1990 e há toca fita em um carro: obra dos anos 2000 e o cara tá usando walkman. Não analiso em questão de ideologia. Como você mesmo disse, algo que diáloga em uma época pode dialogar em outra (e eu tô analisando sozinho, as vezes diáloga com o mundo que eu vivo, nem que seja uma pessoa, e não tenho noção disso) Pra mim, fica na análise dos recursos utilizados na narrativa como disse antes (tal sujeito se comunicou em um orelhão em vez do smartphone, sendo que não é uma obra que se propôs se passar em uma época diferente da sua escrita)

[@clarissaassuncao5642]

Me lembra um pouco a experiência que tive com Claudine de Riyoko Ikeda. É uma tragédia que conta a história de um rapaz trans que não é aceito como é. Em um determinado momento é revelado que ele presenciou seu pai trair sua mãe com um jovem rapaz. No final, a hist afirma que Claude é um homem trans pq ele nasceu assim e que isso nada tinha haver com esse trauma. A impressão que tive foi que talvez isso seria uma revelação p aqueles que acreditavam que transexualidade tinha algo haver com um trauma. No meu contexto, essa ideia não faz o menor sentido, ainda assim eu entendi q essa idea estava subentendida. No fim, fui surpreendida quando a hist não seguiu essa narrativa e que a tragédia no final não tem uma função moralizadora, mas sim uma critica a intolerância. Tb é interessante que essa discussão veio da autora que estabeleceu algumas das garotas-príncipes mais famosas da época.

[@joao__ka]

Cara muito bom o seu trabalho.

[@joaosales2239]

Amei o vídeo

[@godzillajrjr]

As vezes esse "datado" parece mais uma preguiça de pensamento e de uma coragem de se afundar na obra do que uma verdadeira crítica.

[@EvandroACruz]

Acho que as hqs do Superman do começo da Era de Ouro envelheceram muito mau.O Superman que é um dos maiores símbolos de nobreza,compaixão e bondade começou como um vigilante que aterrorizava criminosos e obrigava eles a confessarem seus crimes à força,igual um bullying além de sua total indiferença a segurança e a vida dos vilões.A fase do Grant Morrison dos N52 trouxe de volta esse Superman "babaca" e por quê esse tipo de atitude não funciona mais nos dias de hoje.

[@flaviogomesdesouza1412]

mais ou menos como moda, tem coisas da moda que vem e vão como a "Pochete". Quanto ao mangá que você citou. Nos anos 1990 ele seria lançado em uma editora pequena, Editoras como Abril e Globo não pegariam o material, se uma editora grande pegasse esse material, teria matado a onda de mangás e animes no Brasil iniciada com o Boom de cavaleiros do Zodiaco. Hoje em dia saia fácil na Comix Zone, Mino, New Pop ou JBC

[@Pedro-S1lva]

otima reflexão alexandre!

[@pedroaugustonascimentodasi1764]

Esse lance de ser datado me lembra o Cavaleiros do Zodíaco. Pelo menos eu considero ele uma obra datada por ser uma representação da sua época de produção e muito dos seus elementos são replicados hoje, mas com uma evolução na construção de personagens e tal.

[@heitorsantoslima9289]

Cavaleiros é bem curioso, porque se você for comparar com os contemporâneos dele ele tem muito mais uma sensibilidade dos anos 70 que os anos 80 propriamente ditos.

[@pedroaugustonascimentodasi1764]

@@heitorsantoslima9289 De fato!

[@alefyabrantes9307]

Cavaleiros já era ruim pra época em que foi lançado,principalmente se for comparado com dragon ball, hokuto no ken, jojo e outros mangás shonen de porrada da mesma época

[@pedroaugustonascimentodasi1764]

@@alefyabrantes9307 Acho que não necessariamente tendo em vista que ele fez um relativo sucesso no Japão, antes do ocidente. Claro que ele não vendia o que o DB e outros grandes da época, mas ele tinha lá sua fama.

[@heitorsantoslima9289]

@@alefyabrantes9307 Ruim é relativo.

[@JonJonAcademy]

Toda obra é datada, sendo um reflexo do seu tempo. Mas, felizmente (ou infelizmente), a história, apesar de não se repetir, rima. Isso faz com que os temas que a sociedade discute sejam sazonalmente reciclados e requentados.

[@eduardofigueiredo2491]

Parabéns por mais uma excelente reflexão. Gostaria de trazer mais um ponto para o debate. É adequado adjetivar de datado o material que traz conteúdo moralmente inaceitável para o padrões atuais, tais como obras manifestamente racistas ou homofóbicas? Ou tal problema deve ser tratado com outra terminologia?

[@adolpholevy315]

Tintin no Congo é datado (estou me referindo ao conteúdo). Já, Holy Terror é desrespeitoso e de mal gosto em qualquer época. Frankestein, Moby Dick, A Ilha do Tesouro, 1984, A Revolução dos Bichos, Blade Runner, Maus, são atemporais. Serão sempre ótimas histórias.

[@yurigoncalves9861]

O tema é atemporal, a obra é datada

[@VictorHugo-Al]

Toda obra é datada, pois toda obra foi criada num contexto de uma época específica, não dá pra desconsiderar essa questão, nada é verdadeiramente atemporal.

[@luciadefatimadossantosduar7001]

Uma prova de que os quadrinhos ficam realmente datados é que grande parte do que é publicado hoje em dia perderá o interesse em um próximo momento.

[@rennancruz614]

05:30 Linck coringando por causa de uma gato numa janela...

[@Flavio-mp2ne]

Batman é um dos melhores exemplos de obras datadas. É tão datado que dá pra criar até um "soturnometro" que pode ir de Adam West à Robert Pattson. Lembro de uma Hq lançada pela Ebal nos anos 70 em que Batman entrava numa disputada de jurisdição com o Lanterna Verde, pq um alienígena causou um terremoto em Gotham e Batman foi ao espaço atrás do mesmo para que pudesse ser julgado em Gotham .

[@xereta1123]

interessante, particularmente eu acho q toda obra tem seu valor, só que as vezes nao é reconhecida pelas pessoas certas que conseguem tirar conteudo daquilo

[@gaftube]

fazendo o papel de advogado do diabo: acho a expressão útil justamente para situar e reconhecer formas de estranhamento e de alteridade na relação com certas obras - justamente porque a expressão diz mais sobre nós que sobre as obras, ela vale para estabelecer contatos, compartilhar esses estranhamentos e deslocamentos. No fundo, é uma negociação retórica entre interlocutores em busca de consensos tácitos para poder conversar sobre aquilo que em princípio nem poderia fazer parte do discurso.

[@jucimarrocha1203]

Ótima reflexão!

[@ahrrtuu]

Excelente vídeo, como sempre.

[@ahrrtuu]

Quero ler este manga.

[@ivanildopereira3181]

Concordo 100%... É na minha opinião a crítica mais vazia e preguiçosa que se pode fazer a uma HQ, filme, livro ou obra de arte em geral, esse papo de "datada".

[@felipemotta5074]

Yoshihiro Tatsumi precisa ser publicado pela devir urgentementeeeeeeeeeeeeeeeeee

[@valeriocatellan8322]

Mesmo hoje é estranhíssimo. Esse debate é altamente datada. Quando a moda passar vai ser tão 2022

[@heitorsantoslima9289]

Discutir se uma obra é datada é tão 2015.

[@GuilhermePozzibon]

Vídeo mais que necessário em tempos que nossos museus são destruídos e incêndiados

[@MrBenedito7400]

Friends, datado num nível que dá orgulhinho da vergonha. De certa forma houve conquistas nesse meio tempo.

[@pedroleonelli6304]

o que fica datado é a forma e não o conteúdo..... o Stephen king faz uma introdução muito maneira sobre esse assunto no livro do frankstain..... A forma está sempre evoluindo mas o conteúdo continua pertinente, seja pelo tema ou pela crítica histórica... . até a biblia se reinventa e se adéqua aos problemas atuais, mas como forma tem um texto datado..... um quadrinho dos anos 30 ou 60 não funcionam hj mais pela forma que pela proposta (temas datados podem facilmente virar metáforas para outras questões...mas a forma como foi escrito evoluiu e não tem como ignorar..... )......o flash gordon era um jogador de polo de universidade que foi parar no espaço! As soluções simplistas são datadas.... as técnicas de roteiro são datadas..... príncipe valente a mesma coisa. Quando o stan lee trouxe personagens mais bidimensionais aos quadrinhos nos anos 60, acabou deixando os personagens mais planos dos anos 30 sem graça.... o alan moore e a galerinha que fez história nos anos 80 datou completamente a visão inocente e repetitiva que tinham nos anos 60..... e o dinamismo do markmillar ou kirkman datou a maneira morosa e verborrágica que os autores 80tistas usavam pra se expressar.... e assim por diante.... Em filmes vc vê muito isso nos efeitos especiais..... x-men não funciona tão bem hoje como funcionou no inicio dos anos 2000......2001 uma odisseia no espaço é monotono pros dias atuais......mas sempre a evolução é técnica.

[@jghamann]

Eu vejo isso muito em fãs mais novos de cinema... é um saco, para eles filmes dos anos 90 são datados!! Eu só acho que uma obra é datada quando ela tem tantas referências de sua época - não gerais, mas muitos específicas - que deixam ela incompreensível para os leitores/espectadores modernos. Por exemplo, um quadrinho que faça uma piada com uma eleição para prefeito de Nova York dos anos 30.

[@giulyanoviniciussanssilva2947]

Acontece de não envelhecer mal, com certeza eu acho Lovecraft um saco, nem todas as suas obras me funcionam, geralmente os contos dele envelheceram bem, mas tem vezes que as pessoas apenas apontam e falam datado sem um bom motivo, mas é opinião é capaz de eu me identificar com essa obra datada como acontece com Lovecraft, por parte das outras pessoas, mas eu diria que é mais fácil falar no quesito animação, Cassiopeia e Toy Story 1 envelheceram bem mal por serem 3D, o oposto acontece pra mim com animações feitas a mão.

[@0o0o0o0o0o0o0o0]

Uma das coisas que eu VIVI e hoje percebo o quanto parece de fato datada. Pelo menos nos gibis mainstream de herói: Coloração digital primitiva. Eu amava Aniquilação e Aniquilação: Conquista na época que lançou, tanto que não resisti e comprei quando saiu em busão. Imediatamente pareceu algo amador, porco, um retrocesso do que tinha antes.

[@marcieluzumaki479]

a verdade é q muita gente hj em dia usa palavras q nem entende

[@marcoantoniogoncalvesbando6352]

Palavras que me irritam e vejo muito nas análises de Hqs hj em dia são DATADO, CANÔNE e GRAMATURA ah vá pra Pííí Kkkkkkkkkkkk 🤣🤣🤣🤣🤣

[@ivyjmarinho]

Datados somos nós. Yoshihiro é Degenerado. Chloé é Make Up. Mas Watchmen é Datado.

[@andersonalves8226]

A minha percepção de obra datada tem mais a ver com a forma do que conteúdo. Quarto mundo é muito atual nos dilemas políticos que apresenta, mas a expressão textual e os recursos de roteiro são muito próprios da época em que foi lançado.

[@marcosmonteiro3042]

fenomenal, parabens amigo, e olha que tu é chato igual o Thiago ou o Ferrez , ambos do CZ, muito boa a explanação, mas apesar de ter mostrado as hqs dos caras "datados", mostra de fato essas hqs, QUERO PUBLICADAS ESSas hqssssssssss.......

[@CarlosHenriqueMoreiraOliveira]

Ai como esse vídeo ficou datado

[@culturia3555]

O mundo é cíclico.

[@diegorodrigues4311]

amigo, eu já curti quando vi o card do Yoshihiro Tatsumi no vídeo e acho foda e vou pegar A Vida à Deriva porque o cara é foda demais. Puta que me pariu. Só leiam e chorem em um canto em posição fecal. Porra, tô meio bebu aqui.

[@AL0981000]

A grande questão de saber se era homem crossdresser ou mulher trans. Eu aprendi recentemente uma mulher trans japonesa se identifica usando a frase "Meu corpo é de homem,mas meu coração é de mulher." Além da parada,isso é internacional entre os trans,nunca usarem pronomes que remetem aos seus gêneros biológicos. Uma curiosidade que mulheres cis usam pronomes masculinos como boku,mas não sei se os homens cis fazem o mesmo. Vou caçar pra ler pra ver se a personagem é realmente trans ou só acharam que era trans porque se vestiu de mulher.

[@missingno9529]

Essa frase é de um episódio de Yu Yu Hakusho não?

[@missingno9529]

E o unico anime que conheço tem como tema vida de pessoas trans é Hourou Musuko ja mangas tenho certesa que tem mais lembrome de ler um artigo a respeito mas não lembro de nem um.

[@AL0981000]

@@missingno9529 então a frase é antiga, ela é a diferença entre cis e trans. Agora,sobre a temática trans,vou deixar duas histórias: J no Subete de Asumiko Nakamura que é sobre uma mulher trans e Boys Run The Riot que é sobre um homem trans de Keiku Gaku. De animes,os bons não cometem o erro figadal de colocar plot de crossdrenser em personagens trans,que fica ofensivo,é charmoso com crossdresser,mas ofensivo quando aplicado a personagens trans. Dessas lembro como a Lily de Zumbiland Saga ou a Aluka em HxH.

[@ivanildopereira3181]

Datado é osso de dinossauro... Esse termo é a desculpa perfeita pra pessoas que não querem experimentar nenhuma obra de arte que tenha sido feita antes delas nascerem. É preguiça que chama, e só perdem por isso.

[@guilhermesantiagolimasanti1196]

Lovecraft, Poe, Christie, Doyle, Machadão de Assis mano, todos eles são datados e nem por isso menos Incríveis

[@isaacnewton5491]

"O MELHOR DOS 2 MUNDOS"

[@CalangoDoidodoCerrado]

Não existe quadrinho datado. Depende do interesse e do objetivo na leitura. Ler HQs das décadas de 1950, por exemplo, são excelentes para observar costumes da época, ou para entender como imaginavam nossa época, no caso de sci-fi. Sem contar que história boa é história boa, e ponto.

[@antonioinnocenciodossantos981]

Hq datada pra mim é aquela que narra o desenho. Ou seja vc vê o desenho e ainda uma amarração descrevendo o que vc vê.

[@joaovidal9759]

Fala Sarjeta! Ótimo video! Confesso que só curti pela referência ao Skylab. Brincadeirinha, mas já tive a oportunidade de conversar com o sujeito, após um show no extinto Garage em 2004, no Rio de Janeiro e ele era normal. Agora, kirby, para mim é datado, mas não tira A contribuição dele para as comics. Como diz o Daniel Lopes do PN, que adora o Kirby, tudo é datado.

[@miguelarcanjomartins5750]

Concordo.

[@jorgegoncalves5916]

Tudo o que é criado pelo homem é datado, pois reflete sempre o seu tempo, o seu espaço e insere-se neles... La Palisse não diria melhor. E, para a sua análise, a contextualização é obrigatória. No entanto dizer "datado" querendo lhe atribuir um caráter pejorativo é abusivo, pois não define as suas qualidades intrínsecas, que são também resultantes do tempo em que "o objeto" foi criado. O que há é mais ou menos bom, vanguardista ou não vanguardista, mais conservador ou menos conservador, comercial ou menos comercial... O "datado" de hoje será o superprodutivismo de tudo um pouco? O Zeitgeist de hoje?... Vai também sempre haver revivalismos, modas... Há criadores que voltam à ribalta graças a este ou aquele novo autor, editora, grupo económico, lobbies, etc. Abraço!

[@mwevanne]

E aquele conteúdo feito por uma galera que cresceu nos anos 90 e a idade mental é de alguém que ficou por lá?

[@antoniocunha3912]

O Segredo do Espadão de Pierre Jacobs. Aquilo é racista até à medula. Bem desenhado na melhor tradição da linha clara franco-belga, mas ainda assim, expressa uma mentalidade e uma postura que ainda estão muito por aí, sim : não vamos nos iludir com o contexto que rege a mentalidade da bolha instruída em que vivemos porque AINDA não é o usual na sociedade, infelizmente.

[@ginzomelo]

Citou Rogério Skylab... like d(`･∀･')b

[@rogerterra4470]

O q faz a obra ser datada ? A data oras Foi mal galera não aguentei

[@tonirodrigues]

Costumo concordar com você, mas dessa vez não. Obras ficam datadas sim, mesmo quando feitas na mesma época. Rob, the Rover e Wash Tubbs são mais ou menos da mesma época. Ambas não são mais publicadas. Wash Tubbs ainda é muito divertido, ainda fala com os leitores de hoje em dia, mesmo tendo se passado mais de 80 anos. Rob, the Rover ao contrário parece ainda mais velho do que realmente é, parece ter 200 anos e não 80. Little Nemo ainda é muito bom, mesmo tendo mais de um século, Big Chief Wahoo que é bem mais novo e fez muito sucesso nos anos 40 é insuportável e quase impossível de se entender sem um mergulho informativo sobre o momento histórico dos anos 1940. Então sim, quadrinhos, como cinema e literatura, ficam sim, datados. Não como regra geral que serva para toda a produção, claro, mas não dá pra dizer que isso não acontece.

[@joao__ka]

Make up. Parece ser massa. Eu penso que estamos regredindo cada vez mais. Nunca pensei que voltaríamos a viver essa distopia conservadora e mau caráter.

[@GBELCHIOR616]

O excesso de texto dos quadrinhos de norte americanos de super heróis dos anos 60 me parecem bem datados.

[@ivanneypessoamoreiramartin4408]

Sinto Discordar, sobre SEMPRE designar uma obra como datada acaba depondo contra quem a assim a designa, pela possibilidade dos "Ciclos sociais" a recontextualizarem. Como exemplo Facil posso citar Tintim na Africa, na epoca acaba representando um pensamento predominante, ele eh datada pelo "racismo" retratado, hj (e Espero q no futuro tbm), nao eh "padrao" Mas concordo com a argumentacao em varios exemplos Em tempo sou contra retirada de qqr material jah publicado, muito melhor ter notas de editores contextualizando. Abs