Como funciona esse tipo tão forte de conexão com o outro? O que gera a identificação com alguém? E qual a sua conexão com a empatia? Elas são a mesma coisa? Para mandar perguntas: emanuelaragaoreal
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@robsonlima61955 жыл бұрын
Interessante que acabei de ler "Androides sonham com ovelhas elétricas?", do Philip K. Dick. Nesta obra de ficção científica, a questão da empatia é uma questão-chave. É o que diferencia um ser humano de um androide. A empatia seria uma característica intrinsecamente humana. Dick trabalha esta ideia colocando o personagem principal desenvolvendo empatia inclusive por alguns dos androides que ele deveria "aposentar"... Ele se identifica, por exemplo, com uma androide que era uma grande cantora de ópera. Isso porque este era o gênero musical preferido dele e porque ela tinha muita vontade de viver e ser humana... Além disso, ele se apaixona por uma androide e chega a fazer amor com ela... Enfim, é uma obra interessante de se analisar por este viés da empatia e identificação!
@marciapinto34625 жыл бұрын
Muito legal essa vontade de entender o outro. Alguém disse que quanto mais vc aprofunda esse tipo de análise, mais vc se aproxima da unidade e do amor, pq no final das contas estamos todos nos manifestando com aquilo que temos. Não há o que julgar. Somos uma grande invenção. História sem fim.....
@Thiagolcgomes5 жыл бұрын
Oi Manu. Cara, eu tenho uma visão particular sobre a empatia, entendo a empatia justamente como o oposto de se colocar no lugar da pessoa, ou seja, para mim empatia é a habilidade de acolher o sentimento/afeto do outro apesar da minha interpretação subjetiva sobre ele. Por exemplo: Eu tenho que lidar constantemente com os sentimentos e demandas de um familiar meu que tem transtorno bipolar, assim, não sei até que ponto não é até nocivo para mim tentar me colocar no lugar de uma pessoa que tem essa condição, justamente por que ela lida com os seus afetos de uma forma totalmente distinta, de forma que eu nunca vou conseguir entender. Nesse sentido, empatia é justamente a percepção de que as pessoas interpretam seus sentimentos de forma subjetiva, apesar de existirem inúmeros pontos de contatos há sempre algo que escapa. E, ao meu ver, é aí que a ideia de se colocar no lugar falha, pois ela tenta compreender o afeto do outro a partir da interpretação do eu.
@barbaraamadios5 жыл бұрын
Oi, Manu. Queria aproveitar uma das possíveis deixas desse vídeo pra te pedir de todo coração um vídeo acerca do espelhamento que naturalmente ocorre em relacionamentos, por favor!
@mcrpereira4 жыл бұрын
Seus vídeos têm me dado muitos momentos de reflexão e profundamento nas ideias e vivências. Parabéns pelo material que me faz querer ler mais, aprender mais e ao mesmo tempo, querer ter paz e viver a vida assim como ela é. Muito obrigada pela companhia. Particularmente, curto e vejo mais os vídeos com suas reflexões, sozinho. É isso! Um abraço.
@renanfriosi29415 жыл бұрын
Bom dia manu Comecei a estudar psicanálise depois que conheci seu canal
@avsnsalvador4 жыл бұрын
"Acima de tudo, uma vontade de entender..." isso...concordo.
@ene065 жыл бұрын
Bacanérrimos papos abrangentes assim. Amo antropologia.
@raissacaixeta96395 жыл бұрын
Bom diaa! Comecei a te ouvir e me lembrei dos textos de Lévi Strauss e Angela Davis...leituras essenciais para mim. Pq realmente olhamos o mundo a partir da nossa perspectiva. E essas leituras me abriram vários campos.
@danim3755 жыл бұрын
No livro A Voz Sem Palavras o autor explica como fez parte do processo de evolução do homem o ato de se colocar no lugar do outro, usar as próprias referências para tentar entendê-lo. Uma ferramenta de sobrevivência, às vezes na tentativa de prever a próxima ação. Acho importante mantermos esse exercício de tentar entender quem nos cerca. Mas SEMPRE lembrando que as possibilidades de experiência humana são infinitas, e nós nunca seremos capazes de saber como foi/é estar calçando o sapato do outro.
@cintiacardoso52095 жыл бұрын
Bom dia !! Fui a primeira!!! Espero todos os dias os seus vídeos!!! Me faz muito bem!!! Parabens Manu para você e para a flor !!
@carolbalt5 жыл бұрын
Oi Manu, primeiro: obrigada pela troca! Pensando alto.. se o processo de identificação segundo Freud é exatamente sobre colocar pra dentro o "peito" (i.e. algo que não temos), então existe aí por definição uma percepção a priori de alteridade. O problema então não é *perceber* o outro, mas querer sempre *coloca-lo pra dentro* (e nesse processo dissolve-lo no eu/consumi-lo/canibaliza-lo). A pergunta então seria: como perceber o outro e mantê-lo/respeitá-lo enquanto outro. Em outras palavras: como perceber esse outro e não querer dissolve-lo em mim... Talvez então a postura mais respeitosa com o outro seria não submete-lo ao meu consumo/controle/colonização e, em última instância, oferecer parte do meu "eu" a ele como única forma de laço respeitoso para com a sua alteridade. Nesse sentido, "colocar os sapatos do outro" (empatia) seria sobre me submeter ao molde do pé do outro, me permitir ser "enquadrada" pelo outro e ver o que acontece comigo no processo. O desafio social, então, é outro. O desafio não é conseguir perceber o outro, e sim *não me desesperar quando eu entendo que o outro também pode me transformar, me consumir, me "colocar pra dentro"* . Acho que não reagimos às pessoas em situação de fragilidade na rua pq em alguma instância já consumimos e enquadramos a sua existência de maneira que aquilo parou de nos intimidar/desafiar/afetar. Agora, o que é *afeto* nesse esquema todo ainda é confuso pra mim... já estou com saudade do DD :(
@floremanu5 жыл бұрын
carolbalt caráter sintético da dádiva/ obrigatoriedade da reciprocidade... tem muitas coisas aí... né?
@floremanu5 жыл бұрын
carolbalt o problema é que eu acho que isso tudo passa por modelos mais primários na gente. Amanhã tem mais coisa sobre isso.
@brcaxias5 жыл бұрын
Gente. Muito obrigado.
@elisatroian84355 жыл бұрын
Desculpe, não consegui entender a relação entre o desafio social que tu propõe e a situação das pessoas mais fragilizadas, poderia explicar melhor? O fato de não reagirmos sobre essas pessoas seria pelo fato de já termos entendido que elas nos afetam?
@carolbalt5 жыл бұрын
@@elisatroian8435 Oi Elisa. Olha, eu não trabalho com essa questão especificamente então o que eu vou falar é puro achismo, baseado na minha experiência com outras questões sociais. Mas o que eu suspeito que aconteça é o seguinte (exemplo hipotético): Quando a gente ainda é criança e passa por alguém em situação de moradia de rua e literalmente se aproxima da pessoa, a nossa mãe grita: "sai daí, esse cara é sujo". E aí, ao invés da gente elaborar que vivemos num sistema social que é capaz de deixar as pessoas em tamanha situação de marginalidade (uma violência), a gente (em função do grito da nossa mãe) já responsabiliza o indivíduo por aquilo (é ele/o cara que é sujo, e não a sociedade que é violenta e cruel). Simplificando muito, dá próxima vez que a gente encontrar alguém nessa situação vai ser muito mais fácil ignorar aquela dor (até pq somos muito leais ao que aprendemos com os nossos pais, né?)... já explicamos pra nós mesmos (um processo mto inconsciente) as causas daquela "sujeira" e já entendemos que não temos nada a ver com aquilo. Ou seja, todo o potencial daquele outro ser/pessoa de nos levantar questionamentos sobre a nossa estrutura social e valores culturais é aniquilada. Ele é simplesmente "sujeira" e merece ser descartado. SE nós somos capazes de não ignorar "o outro" (nesse caso a pessoa em situação de moradia de rua), seriamos obrigados a encarar que parte do que tomamos como verdade no nosso sistema cultural/social precisa ser revisto... e isso não é fácil. Teríamos que rever o que aprendemos com pessoas da nossa confiança e seriamos obrigados a abandonar premissas que nos são muito caras. Por isso que é tão difícil reconhecer o outro na sua diferença...
@nivealins33575 жыл бұрын
Queria pedir licença pra postar um texto que escrevi há um tempo atrás sobre empatia :) “A importância da racionalidade para se desenvolver empatia” São Paulo: cidade que oprime, trocamos os papéis de oprimido a opressor cotidianamente e várias vezes ao longo do dia. Nunca saberei de fato como me enxergam e como sobrevivem aqueles que me pedem uns trocados na rua; racionalmente tenho minhas proposições, mas no âmbito dos afetos não tenho como compreender plenamente as dores daqueles que lhes foram roubados a dignidade de existência e que, portanto, perante a moralidade de um sistema atroz devem ser exterminados. Não sinto tão diretamente esse contexto brutal; ou seja, não corro o risco de morrer de frio embaixo de viadutos, de sentir o receio diário de ser morta enquanto durmo nas sarjetas, de me verem como ladra em potencial e, por isso, tatuarem injurias na minha testa ou me prenderem em postes, à base de tortura, sob a alegação de “justiça sendo feita”, de ver meus pertences incendiados, tirados de mim à força em meio à violência armada da polícia, de não saber onde e como vou dormir, comer, tomar banho, quiçá ter um emprego para suprir essas condições básicas da vida...Enfim, vejo que há uma infinidade de medos, frustrações, choros, angústias e raivas entendidas por mim racionalmente, das quais me revolto, solidarizo e sensibilizo, mas que ao mesmo tempo algo sempre me escapará no processo de apreensão dessa realidade perversa. Vamos a outro fato, só que agora mais perto do que sempre convivi. O que presencio no transporte público me deslocando entre universos opostos (da periferia ao centro) vai além do que teorias e reportagens podem mostrar. Para quem nasce e vive em regiões centrais e elitizadas não há como saber por completo as dificuldades dos moradores das grandes periferias. O período de deslocamento (que começa a contar desde o momento em que você se prepara para sair de casa), seja pela longa distância e/ou pelo constante e intenso trânsito de carros, é literalmente um roubo de tempo de vida. Sentir esse roubo de tempo na esfera do sensível e da praticidade “concreta” do cotidiano não é o mesmo que só teorizar sobre ele. Além disso, você imaginar o quão é humilhante e desgastante passar horas dentro de um transporte precarizado, não é o mesmo que se identificar - afetivamente - com essa realidade, uma vez que você não convive com isso diariamente. O que quero dizer é que quando se está longe sensorialmente desse dia-a-dia fica difícil a captação de detalhes e certas sutilezas. Por exemplo, o olhar perdido, ansioso e melancólico de milhares de transeuntes que sacrificam suas vidas por empregos que lhes arrancam toda a esperança de acreditar numa condição melhor de subsistência é algo complicado de decodificar. As explicações às vezes falham e faltam quando se observa esse olhar cansado dos passageiros nos metrôs, trens e ônibus, pois é também seu olhar e logo se sente empatia por saber que compartilham de uma realidade tão parecida com a sua. Nessa breve divagação sobre cidade e opressão, penso que talvez seja naturalmente mais fácil sentirmos empatia por aqueles que temos alguma espécie de afinidade ou identificação, seja ela qual for, por se tratar de uma questão muito intuitiva de se ver no outro e, então, sentir-se aceito, acolhido e compreendido. Identidade é mais assimilável do que alteridade. O diferente causa estranhamento e choque, dificultando assim um processo de empatia mais eficaz; se você não consegue se enxergar nesse outro que lhe é tão diferente, como poderia entender mais profundamente o que causa essa diferença? A importância da racionalidade para desenvolvermos empatia reside nisso: não é porque não compartilho de determinadas vivências que não posso tentar compreendê-las e, concomitantemente, contribuir para que haja equidade social e ética inclusiva. Evidentemente sempre haverá aquilo que escapa para uma compreensão “total”, já que muitas vezes não sentimos “na pele” inúmeras situações; porém, a racionalidade é uma potência que pode estimular nossa capacidade empática de forma mais ampla, pois ela força a sairmos de nosso contexto, de nosso casulo egoístico, a fim de que cada um perceba a complexidade das realidades que se cruzam sobre nós. Se continuarmos nos prendendo somente as nossas dores e as dos nossos semelhantes, ainda perpetuaremos diversas barbaridades e insensibilidades que nos colocam na pior posição de ser vivente.
@carvalhooisabellaa5 жыл бұрын
Essa estante dividida por cor me dá uma paz.
@ValdemarTatiano6 ай бұрын
Muito bom ! Conteúdo excelente 👏🏽👏🏽👏🏽
@amandamoura34025 жыл бұрын
Conheço pessoas super empáticas que sentem msmo o que o outro está sentindo, percebo pela narrativa, vc ve q aquele sentimento está la, eu não sinto, eu imagino o que o outro deve estar sentindo, as vezes qndo converso com essas pessoas super empáticas me sinto meio deslocada. rs
@elisatroian84355 жыл бұрын
Com esse vídeo consegui finalmente entender o vídeo do coringa (não vi o filme ainda) hahaha ótimo video
@celiomaracc5 жыл бұрын
Sou desde sempre uma pessoa muito curiosa e trabalho sempre muito a empatia, nunca entendi o que se passava na minha cabeça quando eu passava horas analisando os motivos que levavam um assassino tirar uma vida, o fim do vídeo responde minha pergunta.
@caioprado73125 жыл бұрын
a imponência do mistério e a curiosidade que surge dele! afinal, como pode?! hehe
@elucubracoesdeumloucobrand27195 жыл бұрын
Pode ser que o esforço de entender venha a carregar em si, esferas de entendimento. As vezes, é possível até se identificar com a dificuldade de entender, principalmente quando existe algum bloqueio mais sério no processo de autoconhecimento da pessoa. A empatia sob meu ponto de vista é um esforço racional, diferindo da compaixão(religiosidade) porque se distancia dessa idealização que é a habilidade de sofrer junto. Acredito que a compaixão sim, precisa de uma experiência similar. Você só sente a dor do outro quando aquela dor já foi sentida por você. A empatia passa mais por um esforço racional de se perceber escolha(lembrando que algumas “escolhas” são compulsórias também), estamos à deriva no processo de construção do eu. Pode vir de tudo mesmo e, no fundo, a compreensão do EU não passaria de cristalização assistida. Em geral, essas pessoas que se esforçam verdadeiramente pra entender o outro possuem uma persona menos cristalizada e isso facilita na identificação.
@patty82625 жыл бұрын
Bom dia ^^ ce pode falar pq acha esse lance de quem se esforça pra entender o outro possui uma persona menos cristalizada? Qria entender tua perspectiva sobre
@elucubracoesdeumloucobrand27195 жыл бұрын
Patty a impressão que me dá é que quanto mais poroso é o discurso, mais aberto à discordâncias, mais reflexivo, menos fechado, menos frágil é o que a pessoa entende sobre ela e ao mesmo tempo mais aberta essa pessoa é à mudança. Acho que somos instantes. A tentativa continua de se agarrar a si mesmo, mantém algumas pessoas vivas... as vezes é necessário, pode ser imprescindível até... mas, em geral, impossibilita atravessamentos e dificulta na empatia. Reconheço, por exemplo, que uso o “eu sou assim” em algumas esferas e sei que quando lanço mão dessa expressão é pra tentar me agarrar a alguma coisa. Nós, mais que ninguém, sabemos onde estão nossas fragilidades.
Manu, entendo a dificuldade da questão, então queria perguntar uma coisa: quando dizemos que x se identifica com y que tipo de afirmação é essa? Desculpe o jargão filosófico, mas assim, qual o estatuto ontológico da identificação? Pergunto isso para tentar desviar de qualquer concepção metafisica de identificação, ou até mesmo cientifica. Por exemplo, quando digo que me identifico com minha namorada não é no mesmo sentido que digo que uma banana é parecida com outra banana, e por isso possuem algo que as identifica, certo? Se me permite vou tentar desenvolver. Tendo a pensar a identificação como envolvendo a memória afetiva, na maneira como reajo a determinadas situações. Por exemplo: diante de um pai que bate num filho meu sentimento é de revolta, mas um senhor de 80 anos pode achar isso normal. Ou seja, me identifico mais com quem se revolta diante de uma criança apanhando do pai por que o meu afeto diante dessa situação é o mesmo. Daria pra fazer uma cadeia de níveis de identificação nesse sentido: a espécie, a língua, a nação, o pais, a região dentro do pais, a classe social, a família... em cada nível acho que é possível encontrarmos qual é o elemento que identifica os grupos, menos no nível individual, por que aqui parece tudo muito particular. Assim posso entender porque um nordestino em algum nível se identifica com um paulista, mas acho muito difícil saber porque um é mais baladeiro o o outro mais caseiro, na medida em que são gostos individuais. Tentar remontar as causas da identificação propriamente individual de uma pessoa teria de tentar remontar a história dela, e ainda sim não seria suficiente. Há um livro (que eu não li) com uma coletânea de artigos sobre o tema da identificação e um viedo de um professor universitário de filosofia e psicanalise que estuda esse tema. Links www.amazon.com.br/IDENTIFICAMOS-Daniel-Alexandre-Augusto-Starnino/dp/8544427251/ . kzbin.info/www/bejne/noW6qHR9qd2cmK8
@lidianemedeirosdagraca37285 жыл бұрын
E o processo antropomórfico? Isso atrapalha demais as relações sociais. Se você está em um grupo todos os dias, exemplo: trabalho e que leva muitas vezes um desentendimento ou uma convivência insuportável.
@HelgaCavoli3 жыл бұрын
Entendo empatia de um jeito diferente: Sentimentos/sensações são personalíssimos, não tem como a gente sentir COMO a outra pessoa sente. A empatia rola quando a gente se conecta a algo no mesmo sentido da pessoa e com isso identifica (como você diz) essa mesma sensação na outra pessoa. Como alguém que diz/pensa "sei como é, passei por algo parecido".