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A descoberta de Márcio Jorge, morador de Rondonópolis e que cria 300 cabeças de boi, foram até parar no Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, em Sertãozinho, onde pesquisadores estudam a emissão de gases da atividade pecuária.
E como o pecuarista descobriu?
Márcio contou para o Globo Rural que tudo começou por conta de um item da dieta convencional dos animais que estava sendo difícil oferecer para todos: o volumoso - capim que deve ser dado para o boi junto com milho na dieta convencional.
Como é engenheiro florestal e professor de química, resolveu que queria mexer nas fórmulas já existentes da ração sem volumoso, que exige alguns aditivos.
Ele, então, acrescentou na ração moléculas tratadas de lisina e taurina, que são aminoácidos que melhoram a digestão e o desempenho do gado. Esses elementos controlam o excesso de ácido produzido no rúmen dos animais.
A fórmula deu tão certo que, em 2006, ele abriu uma fábrica de ração para vender o produto - devidamente registrado no Ministério da Agricultura. No ano passado, cerca de 300 mil animais confinados foram engordados com essa dieta desenvolvida por ele.
E, com a nova fórmula, Márcio buscou ainda resolver o problema da falta do volumoso na ração. Ele conseguiu, mas acabou acertando naquilo que ele nem imaginava.
A descoberta
Márcio verificou que o gado estava ruminando muito menos, o que faz com que diminua a produção do gás metano - fruto do processo digestivo de ruminantes e um dos responsáveis pelo aquecimento global.
A descoberta chegou até o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, no município de Sertãozinho.
Os pesquisadores separaram o gado em três piquetes, cada um com 12 bois em um sistema de confinamento. E foi constatado que os animais que consumiram a ração sem volumoso, desenvolvida pelo Márcio, emitiram 77% menos de gás metano: apenas 60 gramas por dia.
Já os animais que comeram a dieta controle - com volumoso, concentrado e antibiótico - emitiram 261 gramas de metano por dia. E o grupo que comeu a dieta dois - com algas e sem antibiótico - emitiu 15% a menos: 220 gramas.
Fonte: Globo Rural