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Em 3 semanas a Mônica descobriu que estava grávida e acabou passando pela perda gestacional, que a fez perceber diretamente como as maternidades não estão preparadas para receber mulheres que passam pelo mesmo que ela.
A Mônica sempre enfrentou problemas de fertilização e pensou que não engravidaria mais (ela tem um filho de 11 anos, o Theo). Em 2023 ela descobriu uma gestação de risco próxima de 12 semanas.
A gravidez não era planejada mas foi muito bem recebida pela Mônica e seu companheiro, mas infelizmente a partir da descoberta, tudo aconteceu muito rápido. 3 semanas depois da descoberta, ela estava na Alesp participando, enquanto deputada estadual, de uma votação importante, a privatização da Sabesp, quando notou um sangramento.
Dali ela foi direto a uma maternidade pública na cidade e chegando lá foi atendida como urgência pela equipe médica. No susto, Mônica acreditava que estava tendo atendimento prioritário por ser deputada, mas não.
A situação dela era urgente e seria irresponsabilidade com as outras gestantes e com a paciente se o hospital deixasse alguém sangrando na sala de espera.
Depois de muitos exames, a notícia: Mônica entrava para a estatística da perda gestacional. Hoje a cada 4 mulheres grávidas, 1 perde sua gestação. Apesar do atendimento humano que ela teve, coisas que podem passar despercebidas por olhos desatentos chamou sua atenção.
Enquanto Mônica sofria no quarto pela notícia, uma outra mãe estava com seu filho no colo presenciando toda aquela cena de dor. A situação era constrangedora para todos ali: Mônica por ter que ver mães com seus filhos no colo, enquanto a outra mãe sem condições de comemorar a chegada de seu filho em respeito àquela mulher que havia passado pela perda gestacional.
Uma semana depois, Mônica - assim como todas as mulheres que passam pela perda gestacional - teve que voltar ao hospital, encarar novamente aquelas mulheres com seus filhos no colo, para passar por perícia, junto ao feto que é guardado pela equipe médica. Uma forma ainda de criminalizar mulheres, talvez?
O que ficou de toda essa experiência dolorosa para a Mônica é que o Estado e a medicina precisam cuidar das mulheres. Maternidades são sempre acolhedoras às vidas que estão chegando ao mundo, e estão certas, mas a vida das mulheres, suas dores, suas expectativas e frustrações precisam também ser acolhidas.
Em 2019, antes de tudo isso acontecer, Mônica havia cocriado um Projeto de Lei para acolher mães de natimortos, o projeto foi aprovado pela Alesp mas vetado pelo então Governador de São Paulo, João Dória.
Agora, mais uma vez, Mônica apresenta o projeto para que o atual Governador, Tarcísio de Freitas, aprove o PL de Dignidade para as mães de Natimorto. Você pode contribuir com o abaixo-assinado pelo link: pretas.org/dignidade-as-maes-...
Principalmente quando há dados que mostram que os números de perda gestacional são muito grandes. Quem está cuidando dessas mulheres?
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