Рет қаралды 145
- MANEL BERRA-BOI -
Muita boa noite!
Meu nome é berra-boi.
Sofrido de açoite
Vou contar como é que foi
Que cheguei no Rio de Janeiro
Quase trinta de fevereiro.
Quando aportei
Fui logo parar na tal favela
Num é que reparei que tinha mais paraíba
Que bandido nela...
Como bom sertanejo
Sem dinheiro e muito gracejo
Aluguei um barraco
Fazido de taubua de buraco.
Com as miudezas da economia
Comprei um pacote de bananada
Pra ganhar um faz me ria.
E pertinho da noite, escuriando o tempo,
Conheci um rabo de saia
Que me deu um alento!
Ô mulher arretada sô!
Arrebentou minha fimose.
Me deu um arreio de dor
Mas que preta, que lordose!
Morena flor, assim queu chamava ela.
E ela verbalava
- Te amo minha anta!
Arruma a casa, lava as panelas, faz a janta.
oxi ! Essa mulher é uma santa!
Fui indo e avivendo.
Pois, pois, montei uma barraquinha de doce.
Um dia, um frangote, um fedelho
Como se fosse dono do pedaço
Mandou eu vender um troço
Pra deixar o olho vermelho.
Na primeira vez que fiz a venda gritei:
- Ó meu Padim Ciço, que é que eu fiz?
O homem pegou a farinha e botou no nariz.
O moço saiu gritando todo feliz.
Eu disse: Arre égua!
O homem virou baitola, soltou as prega!
Depois me dei conta
Que tudo que é carioca
Gosta da tapioca que deixa tonta
Ai, me assosseguei, sabe.
Comecei a vender muitcho.
Só parava carro bonito
E filho de rico.
E minha mulher sempre dizendo:
- Homem... Riqueza nesse negócio
É quando o outro tá morrendo.
Tô ganhando, Tô vivendo.
Fui pro boteco tomar umas pinga
De susto chegou a puliça.
- Pronto! Vou perder meu ponto!
Pra que eu saí da minha terra
Pobre em qualquer lugar se ferra.
Punhei o resto no bolso
Pra garantir a semana
Fiquei feito caçamba sem poço.
- Jerimum tu tá em cana!
- Bebo não seu moço.
- Palhaçada Paraíba!
Perdeu, passa a grana!
- Aí que foi me entortei de vez
Saí correndo até a sombra se perder.
Meteram o pipoco, corri feito louco.
E roguei:
- Me livrai dessa. Nossa Senhora do Sufoco
Que serei teu da raiz até o coco.
Num repente, credo em cruz.
Desceu uma luz... Do céu
Uma voz dizendo:
- Não tá na tua hora Manuel.
- É isso mermo que eu tô vendo?!
- Sim, sou eu, volta pro teu corpo.
Tá cheio de ―inocente‖ aqui no beleléu.
Meti os cambitos e aqui tô eu.
Muito prazer, Manel Berra-boi.
Já tive no céu
Mas, não sei como foi.