QUINTAS AMERÍNDIAS - Invasão Colonial 'Yvy Opata': a terra vai acabar

QUINTAS AMERÍNDIAS - "Invasão Colonial 'Yvy Opata': a terra vai acabar"
O Grupo de Estudos Abya-Yala, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em parceria com o Museu das Culturas Indígenas (MCI), e com o apoio do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), traz Xadalu Tupã Jekupé e Sandra Benites para o Ciclo de Eventos Quintas Ameríndias, no seu 5º Aniversário. O encontro faz parte do programa da disciplina “Artes Ameríndias em Contexto Global: Artistas, Objetos, Coleções”, que visa introduzir novas abordagens ao estudo das produções artísticas dos povos indígenas no contexto de uma história da arte local/global, baseadas nos métodos mais atuais da historiografia, orientados por uma perspectiva decolonial, desconstruindo as narrativas formuladas a partir dos pressupostos das culturas dominantes.
Para impulsionar outro olhar e outra forma de entender e de habitar a “ore ypy” (narrativa) de nossa origem no mundo, através da ótica de quem nunca protagonizou sua própria voz no território compartilhado com os invasores, desde a invasão colonial, como hoje é chamada pelos não-indígenas do Brasil, é necessário um processo que se assemelhe ao reflorestamento da visão, é necessário enraizar no imaginário brasileiro dos ancestrais palavras-afeto e escuta de sementes de sabedoria milenar que sustentam e articulam conceitos fundacionais acerca do espaço e das relações entre humanos e não-humanos, desde o “Tempo de Origem”. Os não-indígenas chamam o “Tempo de Origem” de mito, mas o mito não é mito, é a fonte ancestral para compreendermos como lidar com o corpo vivo da Terra, com todo o bioma brasileiro que chamamos de nossa “Nhandexy Ete” (mãe verdadeira).
Para este momento, Xadalu Tupã Jekupé e Sandra Benites, artista e curadora, trazem reflexões sobre a exposição inaugural do MCI “Invasão Colonial ‘Yvy Opata’: a terra vai acabar”, de maneira a elaborar pontes comunicacionais entre a história da comunidade Guarani Mbyá, transmitindo conhecimentos e memórias anteriormente circunscritos à oralidade. Trazem saberes repassados entre gerações que são confrontados com a visão oficial da história do Brasil, abrindo os caminhos, iniciando e elevando a todos os verdadeiros ensinamentos acerca do entendimento desses corpos como território sagrado. A narrativa dessa exposição foi exibida através do olhar de quem luta e resiste à luta pelo território contra invasores que querem controlar e dominar o corpo e o pensamento indígena, estimulando e ampliando a compreensão dos aportes das tradições artísticas dos povos indígenas para o debate estético no mundo moderno e contemporâneo.
Convidados:
Xadalu Tupã Jekupé - artista e ativista indígena
Sandra Benites - artista, curadora e pesquisadora indígena
Projeto Jovem Pesquisador 2 FAPESP/FAUUSP Barroco-Açu e Grupo de Estudos ABYA-YALA FAU
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Organizadores do Ciclo de Seminários Quintas Ameríndias:
Profa. Dra. Renata Martins (FAUUSP, coordenadora JP2 FAPESP)
Prof. Dr. Luciano Migliaccio (FAUUSP)
Anna Heloísa Segatta (FFLCH-USP)
Bárbara Carneiro Servidone (FAUUSP)
Christian Mascarenhas (FAUUSP)
Luís Felipe Clemente (FAUUSP)
Victor Salgado (FAUUSP)
Grupo de estudos Abya-Yala FAU