TRANSVALORAÇÃO de todos os valores - a crítica de NIETZSCHE à cultura cristã.

Todo mundo fala na necessidade de mudança de valores. Mas será que a gente sabe do que está falando?
O que você entende por transvaloração dos valores? Comente abaixo do vídeo para que eu possa entrar em uma conversa com você.
Neste vídeo, discuto a atualidade da transvaloração dos valores de Nietzsche. Esta é uma experiência de imersão em Nietzsche e Foucault através de vídeos. Comente e pergunte aqui no KZbin, e nos próximos vídeos eu responderei suas perguntas e comentários e trarei mais perguntas. Inscreva-se no canal para ser notificado sobre os próximos vídeos.
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#nietzsche
#filosofia

[@Milenanss]

Que vídeo fenomenal ! 👏🏻👏🏻👏🏻

[@jonathanbarreiros]

Grato pelo seu canal, professor, o descobri exatamente hj, e já tem mais um inscrito, talvez o mais verborrágico, mas enfim, grato.

[@myworldwide297]

Ajudouuu muito a entender, obrigadaaaa

[@julialopes1737]

oi boa tarde, estou com uma duvida em quem estao a trasnvaloracao de nietzsche, sera que vc poderia me ajudar nessa questao? De acordo com os conhecimentos de Nietzsche, qual a relacao entre as obras "Homem ouvindo o eco de seu próprio abismo". Susano Correia e a obra obra "Assim falou Zaratustra"?

[@ericklucas7181]

Vídeo esplêndido! Gostei muito do didatismo empregado e, também, vejo como emergente a necessidade de transvalorarmos tais valores, ou seja, aqueles tidos como absolutos e negadores da vida, principalmente na visão judaico-cristã.

[@fernandoreis5909]

Depois de ler anticristo e genealogia da moral e assistir esse vídeo , foi uma verdadeira cereja do bolo, obrigado !!!

[@daviriker9960]

Vídeo hipermaravilhoso, parabéns pela produção e conteúdo de qualidade

[@giovaninocchi1065]

Ótimo vídeo! Fiquei com uma dúvida: Na genealogia da moral Nietzsche constata que tudo e todos os valores que conhecemos no ocidente, se baseia/baseou em conceitos invertidos pelo cristianismo, ou seja “bom” e “mau”, e a moral do servo em contrapartida do senhor, certo? Eis o ponto…. já que está invertida a moral, passando os atributos de plebeu vir a ser o que há de “bom”, Nietzsche estaria propondo-nos a banirmos esses conceitos tidos como (caridade, humildade, altruísmo - bons em nossa concepção porém de plebeus) passando então a adotarmos os valores que realmente eram bons antes da inversão (porém reprimidos e visto como maus) como arrogância, força e crueldade??

[@criticanietzschefoucault]

Oi Giovani. Obrigado. Isso que vc falou seria apenas uma inversão de novo e não uma Transvaloração. O problema da inversão é que ela é muitas vezes Reativa, e o modo reativo é justamente o que cria a moral escrava. Para transvalorar é preciso em primeiro lugar não partir de nenhum idealismo e nenhuma tábua moral de valores universais. E criar valores a partir do que melhora nossa vida. E o que melhora nossa vida é muito diferente pra cada sujeito e cada contexto. Transvalorar exige o ato continuo de criação de si.

[@giovaninocchi1065]

Correto. Percebo nessa questão, que adotarmos o “oposto”, seria mesmo uma pura e simples inversão, ou seja, algo ainda sim cristão. Encaro a situação da seguinte forma: todos os valores que julgo importante como altruísmo, compaixão, lealdade, caridade, enfim, todos eu procuro transvalora-los, eu retiro o paraíso deles, retiro a metafísica e a barganha do céu. Eu os realizo de forma independente. Realizo porque isso basta e é oq minha sociedade precisa, muito mais alinhada com os imperativos categóricos. Creio que agir assim, já é transvalora-los, é está longe das muletas do enfraquecimento cristão.

[@jonathanbarreiros]

Nietzsche me ensinou a desconfiar da verdade, até que encontrei no Cristo (e não no cristianismo moral/histórico/cultural) o Caminho, a Verdade e a Vida. E quando ache nEle a verdade, fiquei ainda mais cético quanto a tudo que não se identificasse com Ele. E Nietzsche, graças a Deus (irônico, né) foi que, de início me desviou do "cristianismo", para que eu pensasse e fosse alcançado por Deus fora do ar pesado e mofado do templo, pois fui achado pelo meu Pai em ambiente de ar puro, sem qualquer toque persuasivo de sacerdote. O que se promoveu nesse encontro (Espinosa) foi o acontecimento que me gerou o mais alto sentimento (Nietsche). E hoje minha tábua de valores, outrora evaporada pelo niilismo negativo, passou a ser reconstruida com base em Cristo, porém, de forma, agora, totalmente afirmativa, superhumana (e não ultramundana), reconhecendo e afirmando a imanência (e não a transcendência), e acima de tudo, valorizando a Vida e dançando com ela, de modo a que no processo venho me tornando cada vez mais aquilo que eu sou em Cristo.

[@rafaelverissimo1468]

acho meio estranho e bastante contraditório um evangelho Nietzscheano, se vc vive a vida pelos prazeres e dança com ela, como vc viveria junto com Deus? Deus eh a própria vida? Se sim não há essa visão Cristã de Deus, e sim a visão de Espinoza, Deus sendo tudo.

[@geraldoramos7350]

Muito bom. Vida longa ao canal.

[@giovaninocchi1065]

Sendo a moral uma interpretação de fenômenos, transvalorar pode ser a afirmação dos mesmos valores existentes (bondade, compaixão, altruísmo) sem o ar fraco cristão metafísico que se usa como barganha pelo céu. Descristianizar nossas ações (fazer sem esperar o céu) é o maior ato de transvsloracao.

[@giovaninocchi1065]

O que fazer quando vc pertence a boas instituições e percebe que tudo está tomando por essa moral? É possível fugir deles?

[@criticanietzschefoucault]

É bem por aí, existem instiuitções que gostamos mas mesmo elas são tomadas pela moral. Fugir por fugir nunca é uma boa opção. Buscar o melhor, sim. Se voce sai de uma instituição porque isso pode melhorar sua vida, isso é uma busca e não uma fuga.

[@giovaninocchi1065]

@@criticanietzschefoucault então imagino que ao invés de fugir simplesmente, deveríamos retornar aos valores antigos? Deveríamos então passar a sermos arrogantes, egoistas, perversos e vil?

[@criticanietzschefoucault]

@@giovaninocchi1065 nada disso. Valores antigos de quando e quem? E porque nao novos valores?

[@giovaninocchi1065]

@@criticanietzschefoucault não consigo visualizar quais então seriam esses valores….. uma vez que se imaginarmos que caridade, bondade, altruísmo, progresso, humildade, são valores cristão e segundo Nietzsche decadentes, deveria haver então uma retomada aos valores opostos, como citei.

[@criticanietzschefoucault]

@@giovaninocchi1065 veja....simplesmente fugir é ser covarde. Ao inves de fugir, ser corajoso para buscar o melhor para voce e quem importa a voce. Esse é um valor antigo, mas que voce pode criar tambem como seu. A coragem. Quem apenas foge do que não gosta, não sabe do que gosta, foge por medo, ao inves de ter coragem para o que gosta. Apenas um exemplo e nao sei se isso se aplica a voce pois nao lhe conheço.

[@mestredemarionetes7817]

💪🎉

[@giovaninocchi1065]

Pq os valores são cansados? Por que são destinado à Deus? (metafisica)

[@jonathanbarreiros]

Entendo como tudo isso pode parecer contraditório e inconciliável, tanto para oa cristão morais quanto para os ateus e agnósticos (cujo grupo já pertenci). Mas em mim todos estes fluxos convergem e assumem uma grade epistemológica cujas forças se tensionam e se retroalimento num estado de equilíbrio dinâmico e conflitante, que pretendo que se mantenha assim. Afinal não pretendo repetir ou comentar teorias mortas que apenas afirmam a si mesmas, mas destruir, criar, transvalorar, afirmar e e contender, porém segundo a minha própria potência de agir, usando os acontecimentos que me engendraram cujo cozimento tenho utilizado para me alimentar pouco a pouco de moda a que eu, também pouco a pouco, adquira cada vez mais potência na direção de me tornar o que eu sou.

[@rafaelverissimo1468]

Uma pergunta fora do tema, qual a crítica de Nietzsche em Kant?

[@jonathanbarreiros]

Creio em Cristo, não por persuasão à moral cristã, mas porque o Pai me revelou seu Filho. Consigo crer em Deus pelo Evangelho de Cristo, o que não se confunde con a adesão à cultura histórica critsã. Não atoa Foucault, Nietzsche e Espinosa são meus filósofos de base, e quando eu era agnóstico eu os valorizava menos do que agora que eu tenho minha fé.

[@rafaelverissimo1468]

Essa própria visão de Pai remete à uma transcendência

[@iago7738]

Olá, venho agradecer pelo seus vídeos! São demasiados bons, me ajuda a compreender Nietzche mais que qualquer outro canal. Parabéns!!!

[@jonathanbarreiros]

Gostaria muito e preciso ser capaz, com alguma orientação, fazer esse cotejo entre os pontos de afinidade e continuidade ética certamente existentes entre Nietzsche, Espinosa, Dostoievsky, e o Evangelho de Cristo (que em si mesmo é o próprio Evangelho). Fazendo a devida separação do evangelho puramente transcendental, moral, decadente, político, ultramundano e negador da vida como o é o pseudoevangelho que se tem estabelecido historicamente como base dos valores judaico-cristão. Pois este dá margem ao homem fraco, decadente e hipócrita, ao passo que aquele tem no Amor, na Vida, Afirmação, na Singularidade, na Liberdade e na Imanência, as bases para a o além-do-homem se erga e construa seua próprio valores tendo o referido estrado (Real Evangelho) como Alicerce.

[@rafaelverissimo1468]

Já existe essa tentativa de interpretar Nietzsche como um " verdadeiro" cristão que trouxe a verdade de Deus

[@ibpmarques2893]

Adorei!!!

[@jonathanbarreiros]

Só mais uma coisa, rs, reconheço a Cultura critsão, mormente hoje, como doente. Mas discordo de Nietzsche (com toda venia e respeito) que a visão de Paulo seja niilista, ao contrário. O que não faz com que Nietzsche decaia da condição de minha principal referência filosófica. A Leitura de Nietzsche de Paulo me parece heurística e contaminada pela própria cultura cristã, pois Paulo representou, desde seu despertar, verdadeira transvaloração da igreja já daquela época, ao contrário de Pedro. E Paulo, nascido da moral judaica da época, transvalorou radicalmente esta a ponto de virar apóstolo dos gentios (estrangeiros, não judeus) e abominava quando estes retornavam à antiga moral que um dia ele representou e da qual se despiu totalmente pelo Erhos do Evangelho transvalorador de Cristo. Não atoa Pedro (maior guardião da tradição entre todos os apóstolos) foi tido como 1o papa pela igreja politicamente institucionalizada (e tb guardiã das tradições). As análises e reflexões de Paulo, ao contrário, tem sido objeto de desonesta interpretação pelo cristianismo histórico-moral até hoje. Em verdade a perspectiva de Paulo sobre o Evangelho de Cristo (claro que não totalmente isenta de viezes culturais da época, mesmo entre os gentios) representa muito mais uma continuidade da transvaloração proposta pelo próprio Cristo (inclusive reinterpretando a Torá sob esta ótica) do que uma negação da Vida e afirmação dos instintos de preservação. Esta visão conservadora notamos mais em Pedro, o que tb não apaga as ocasiões em que este tb foi transvalorador (embora não se comparando a Paulo). Enfim, é isso: Cristo, Paulo, Epinosa, Nietzsche e Dostoiévski. Gostaria mesmo de ter uma orientação para conciliar a perspectiva destas personagens. Pois, vejo neles pontos de convergência ética, filosófica, teológica e epistemológica que precisam ser ressaltados, analisados e expostos a estudo pela academia. A fim de que, possamos, sob uma nova perspectiva, discernir o Ethos de Cristo da moral cristã. E como isso impactaria no cuidado de si. Seria este um objeto de pesquisa validamente delimitado professor? Abraço.

[@jonathanbarreiros]

Não há como a moral cristã apreender isso, assim como ela é incpaz de apreender o próprio Cristo que diz representar. Tanto que certamente o crucificaria novamente ("Grande Inquisidor"). Quem Lê o sermão da montanha (Mateus 5,6 e 7) sob um perspectiva não transcnedental e/ou devocional, vê ali uma tranvaloração radical da moral judaica do passado e da moral judaico-cristã do presente. E ao mesmo tempo a construção das bases do real Evangelho como afirmação, vida, imanência, transvaloração e vontade de potência. Pois o tipo de ser que realmente fosse capaz de "escutar estas palavras e as colocar em prática" não pode ser considerado menoa que um além-do-homem nietzschiano.

[@kawavieira9426]

Muito bom!

[@rodriguesals99]

Por ora me limitarei a elogiar a síntese teórica do vídeo, as críticas fundamentadas na obra, inclusive com citações diretas, bem como a conclusão com relação à extinção da idolatria ao homem-substituto-de-divindades. Parabéns!

[@sandrasakaguti8262]

Transvalorar será sempre o melhor conceito , pois já não somos os mesmo de ontem... entendi assim, como uma porta que deve se manter aberta . Percebi que devemos desconfiar de si mesmo, pois meus próprios valores são raízes desta cultura do medo do inferno, e a ânsia de alcar a santidade e ganhar o céu...

Então a transvaloração de todos os valores seria o momento do "grande menosprezo", o qual Nietzsche fala repetidamente no início de Assim Falava Zaratustra (não sei se ele continua a falar sobre o grande menosprezo, ainda estou no início do livro), certo?

[@ozziefreitas5883]

Ótimo vídeo, muito bom mesmo! Parabéns pelo conteúdo! Sempre que ouço sobre essa preponderância do princípio apolíneo nas culturas ocidentais, inaugurada pela filosofia de Sócrates e Platão, fico pensando se transvalorar estaria mais para o resgate de uma conceitualização e construção coletiva nos moldes pré-socráticos, capaz de considerar também o princípio dionisíaco em seu cerne, ou transvalorar seria algo totalmente novo, oriundo de concepções individuais, um exercício contínuo, desprendido de quaisquer formulações estáticas estabelecidas, sejam políticas, históricas e/ou culturais... fica a dúvida!

[@criticanietzschefoucault]

Transvalorar é sim em parte um resgate de filosofias do devir, e ao mesmo templo sempre algo novo, uma nova construção, pois depende da especificidade de uma vida.

[@Lichtgeschwindigkeit196]

Da mesma forma que coragem não é a ausência do medo, mas o domínio dele, valores como a caridade, a empatia para com os marginalizados e o sofrimento dos outros, a preocupação com o meio ambiente, a paz, entre outros, não significam "falta de caráter", mas "DOMÍNIO DE CARÁTER".

[@criticanietzschefoucault]

Nem sempre. Coragem pode vir da ignorancia, empatia com o sofrimento pode vir da impotencia, preocupação com o meio ambiente pode ser apenas uma socialização e uma nova cultura do consumo e nao uma mudança radical do capitalismo, o valor da paz pode ser impotencia. Enfim, nomear valores em si, não nos diz de onde eles vem. Por isso é preciso analisar os valores do valores. Nietzsche era muito preocupado com o meio ambiente por exemplo, mas certamente ele nao acreditava que o problema se resolveria com consumo verde.