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"Troquei o beijo dos meus filhos por um gole de cachaça". Essa é a frase que faz o Gil morrer de vergonha do seu passado, mas que ele conta porque o faz lembrar que conseguiu largar as drogas e estar limpo há mais de 10 anos.
Em 1993 o Gil já era dependente de crack, mas foi nesse ano que as coisas começaram a descarrilhar na sua vida. Por conta da dependência química, ele abandonou sua casa, a esposa grávida e toda sua vida, e só apareceu um ano e meio depois.
Na volta, sua família o recebeu de volta, ele segurou as pontas mas um tempo depois voltou a usar droga e mais uma vez rompia com a família por conta da dependência.
Nessas idas e vindas, foram 18 anos, 8 internações e 2 prisões. Mas o que mais marcou o Gil foi o dia em que ele deixou de ver os filhos para poder tomar um gole de cachaça.
O Gil estava em situação de rua na época e sempre dava um jeitinho de ver as crianças indo para a escola, tomava banho e ficava sóbrio para ter aquele instante com os filhos. Nesse dia a dependência falou mais alto.
As coisas mudam para o Gil quando ele se interna pela oitava e última vez, e acaba renascendo dia 29 de maio de 2009. Ali ele entendeu que a dependência química era uma doença, não uma falha de caráter ou falta de vergonha na cara. Ele precisava de tratamento.
Ao sair da clínica, ele decidiu viver outra vida. Uma vida limpo, que "só por hoje" dura 14 anos.
E se você acha que ele hoje usa sua conquista para validar discursos como "só basta querer" ou "é preciso esforço", o Gil mesmo refuta isso dizendo que o que ele fez foi só 1% de tudo que fizeram por ele.
Sem as oportunidades ele afirma que não teria chegado onde chegou. Muito menos sem a família ao lado dele, que não desistiu ao longo desses 18 anos, em especial sua irmã e sua ex-esposa. Até mesmo o rapaz que ofereceu pra ele um banho quando ele já não tinha mais dignidade.
Os braços estendidos para acolhê-lo foram combustível para aquele 1% de esforço que ele fez para chegar aqui hoje, e contar sua história.
Agora vale o exercício pra gente, enquanto sociedade: até quando vamos lidar com a situação da dependência química com repressão e deixar de dar oportunidades para quem precisa?
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