Há uns dias estava a ouvir a conversa entre o Sam Harris e o Harari, e às tantas o Harari faz um elogio da ideia de Nação, como salto civilizacional, mesmo como uma das melhores ideias/invenções da Humanidade, no sentido em que permite que milhões de pessoas, que na realidade não se conhecem, de cooperar e cuidar uns dos outros. Isto pôs-nos para la de uma lógica tribal e de um circulo restrito. Faz sentido e soube bem ouvir isso num momento onde nacionalismo vem associado à ideia de xenofobia em muitos média. Como se estivesse que estar associado. Nesta conversa com o Rui Tavares e na dicotomia entre cosmopolita/nacionalista, achei muito forçada a associação entre o emigrante português como exemplo de cosmopolita, procurando contrapor uma 'caricatura' do cosmopolita. Em grande parte o emigrante português não emigra por escolha, e fá-lo para trabalhar. Já o cosmopolita "típico", vencedor da globalização, viaja em lazer e fá-lo muito regularmente continuando a viver no seu pais de origem. Achei que esta observação do RT releva de uma certa miopia ideológica. Outro ausente (ou não muitas vezes mencionado por RT) é a questão da representatividade. Tenho de ouvir uma segunda vez. Gostei da entrevista.