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O PLANO DE DEFESA DO PALÁCIO GUANABARA
O plano, resumidamente, previa cinco linhas de defesa:
1ª linha - cinco batalhões da Polícia Militar, dispostos em arco, desde o Hotel Glória até uma posição ao norte do Palácio. Elementos da polícia civil, descaracterizados, fariam rápidos ataques de inquietação. Esta primeira linha de defesa foi apenas parcialmente acionada.
2ª linha - grupamento formado por militares e civis voluntários, sob o comando do Cel Av João Paulo Burnier, equipados com armas automáticas, antitanques, coquetéis molotov e dinamite. Esses elementos, formando pequenos grupos de combate, ficariam dispersos tanto nas vias de acesso ao Palácio como em apartamentos cedidos por moradores, preferencialmente entre o 4º e 6º andares. O posto de comando do Cel Burnier foi instalado na Escola Anne Frank. Esta linha de defesa foi ativada no início da tarde do dia 31. Desse contingente de voluntários fazia parte o ex-combatente da FEB Cel Osnelli Martinelli que comandava o grupo
nº 22, cuja missão era proteger as entradas do túnel Catumbi-Laranjeiras.
3ª linha - formada pelo 2º Batalhão da Polícia Militar (quartel da Rua São Clemente) que ficaria entrincheirado em sucessivas linhas de caminhões pesados da frota do Estado (a maioria da COMLURB) posicionados de modo a dificultar o acesso de carros de combate e demais viaturas inimigas. Esta linha entrou em operação na manhã do dia 31.
4ª linha - constituída por voluntários “especiais” com armas antitanque mais pesadas. Algumas viaturas (jipes e caminhonetes) foram adaptadas para esse tipo de armamento e certamente se constituiriam num fator de grande surpresa para as forças hostis. Ficariam em reserva e entrariam em ação quando as três linhas anteriores já tivessem retraído e concentrado seus elementos nas quatro vias de acesso à Rua Pinheiro Machado. Esses voluntários “especiais”, em sua maioria militares com experiência no manejo daquele armamento, estavam sob o comando
direto do Cel Burnier.
5ª linha - formada pela 1ª Cia Independente da PM, sediada no Palácio, por vários choques da Polícia de Vigilância e reforçada, eventualmente, por elementos remanescentes das linhas anteriores. A resistência final seria na própria sede do governo, prevendo-se a retirada pelo maciço do Sumaré. A tática seria trocar espaço por tempo. Para o governador e outras autoridades estava planejada uma evasão com destino às lanchas do Corpo Marítimo de Salvamento, colocadas em pontos estratégicos da praia. Essa última linha de defesa seria comandada pelo General (ex-integrante da FEB) Salvador Gonçalves Mandin, Secretário de Serviços
Públicos do governo do Estado.
No plano de defesa do Palácio - cujo dispositivo ficou parcialmente pronto na segunda-feira, dia 30 de março - foram também incluídos serviços de intendência (com suprimentos diversos), geradores de energia (dois grupos) e serviços médicos.
Nas encostas à retaguarda do Palácio (morro Novo Mundo) foram derramados mais de mil litros de óleo diesel com a finalidade de dificultar qualquer tentativa de progressão do inimigo com armamento mais pesado. Também foram acionadas viaturas do Corpo de Bombeiros. O plano previu até mesmo um dispositivo para o enterro dos mortos.
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