Acredito que o desejo da sociedade oitocentista pelo fim da escravidão estava mais centrado nos interesses econômicos do que nos interesses em proteger aqueles sujeitos escravizadas, pode-se notar que essa visita das autoras, na realidade, somente faz uma comparação a sociedade europeia, mas não visualiza todos os âmbitos da exploração do sistema escravista, podemos assim, notar que em suas interpretações sobre a vida da mulher negra e da escravidão como um todo estavam sendo postas somente questões comparativas e não de revolta com aquela situação vividas por esse povo. É claro que a literatura da época se mostrou por vezes questionadora da sociedade senhorial e do sistema escravista, mas em sua maioria elucidava questões comparativas para o desenvolvimento econômico do país, e não questões de reparação para o povo explorado, fazendo assim, surgirem leis abolicionistas que libertavam, mas não asseguravam essa população.
@amandabarbosa23407 күн бұрын
Acredito que em vários momentos do século XIX a abolição da escravidão foi um pauta por vezes escanteada em nome de outras pautas consideradas mais importantes, como ocorreu, por exemplo, na Revolução Pernambucana de 1817, ou mesmo simplesmente para manter os privilégios dos senhores de escravos. Nesse sentido, as discussões propostas pelas autoras citadas no artigo parecem não defender a abolição da escravidão de fato, mas apenas defendem uma escravidão mais "branda". No entanto, as discussões se mostram relevantes/interessantes do ponto de vista da proposta de discutir o tema da escravidão na sociedade oitocentista, colocando em questão a violência empregada contra os escravizados, apesar de não se posicionarem de forma clara a respeito do tema.