Рет қаралды 1,893
1. Quem é Foucault?
Filósofo francês que viveu entre 1926 e 1984
Especialista no debate sobre o poder
2. Ditos e Escritos I
MOTTA, M. B. (Org.). Michel Foucault: problematização do sujeito, psicologia, psiquiatria e psicanálise. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. (Coleção Ditos e Escritos I).
Lacan, o “Liberatore” da psicanálise (texto publicado em 1981, dois dias depois da morte de Lacan).
3. Algumas ideias do texto
(1) Lacan revolucionário: “Acho que Lacan teria recusado este termo de ‘revolucionário’ e a própria ideia de uma ‘revolução em psicanálise’. Ele queria apenas ser ‘psicanalista’. Isso supunha, aos seus olhos, uma ruptura violenta com tudo que tendia a fazer depender a psicanálise da psiquiatria, ou fazer dela um capítulo sofisticado da psicologia. Ele queria subtrair a psicanálise da proximidade da medicina e das instituições médicas, que considerava perigosa.” (p. 133).
(2) Caráter não normativo da psicanálise: “Ele buscava na psicanálise não um processo de normalização dos comportamentos, mas uma teoria do sujeito. Por isso é que, apesar de uma aparência de discurso extremamente especulativo, seu pensamento não é estranho a todos os esforços que foram feitos para recolocar em questão as práticas da medicina mental.” (p. 133).
(3) Teoria do sujeito e psicanálise: “Se remonto aos anos 50, na época em que o estudante que eu era lia as obras de Lévi-Strauss e os primeiros textos de Lacan, parece-me que a novidade era a seguinte: nós descobríamos que a filosofia e as ciências humanas viviam sobre uma concepção muito tradicional do sujeito humano, e que não bastava dizer, ora com uns, que o sujeito era radicalmente livre, ora com outros, que ele era determinado por condições sociais. Nós descobríamos que era preciso procurar libertar tudo o que se esconde por trás do uso aparentemente simples do pronome ‘eu’ (je). O sujeito: uma coisa complexa, frágil, de que é tão difícil falar, e sem a qual não podemos falar.” (p. 133-134).
(4) Hermetismo de Lacan: “Penso que o hermetismo de Lacan é devido ao fato de ele querer que a leitura de seus textos não fosse simplesmente uma ‘tomada de consciência’ de suas ideias. Ele queria que o leitor se descobrisse, ele próprio, como sujeito de desejo, através da leitura. Lacan queria que a obscuridade de seus Escritos fosse a própria complexidade do sujeito, e que o trabalho necessário para compreendê-lo fosse um trabalho a ser realizado sobre si mesmo.” (p. 134).
(5) Terrorismo intelectual de Lacan: “Quanto ao ‘terrorismo’, observarei apenas uma coisa: Lacan não exercia nenhum poder institucional. Os que o escutavam queriam escutá-lo. Ele não aterrorizava senão aqueles que tinham medo. A influência que exercemos não pode nunca ser um poder que impomos.” (p. 134).