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No dia 27 de agosto, “Reconversa” levou ao ar um bate-papo com a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, uma das mais importantes e fecundas estudiosas da questão racial no Brasil. Pesquisadora e escritora premiada, Lilia não vive de louros e sabe que as boas certezas nascem do exercício da dúvida. Nas reedições de férias do podcast, uma síntese daquele encontro raro.
“A história mais esquece do que lembra”, como afirmou Walter Benjamin”;
“Houve um tempo em que o grande fantasma do historiador era o anacronismo: o medo era que nós viéssemos do presente com questões para o passado, mas isso é incontornável”;
“O passado não está fechado; ele é constantemente aberto, mas essa abertura ao presente não se faz de perguntas ideológicas, cujas respostas já se conhecem”;
“Nina Rodrigues publica o livro ‘As Raças Humanas’ e, dizendo-se favorável ao negros, propõe a existência de dois Códigos Penais: um para brancos e outro para negros. E também defendia que fossem os médicos a escrevê-los”;
“O Brasil tem de parar de falar da escravidão benigna, da democracia racial... Isso nos atrasou muito”;
“O argumento de uma humanidade universal é bom, mas é preciso levar em conta que o Brasil é o 6º país mais desigual do mundo”;
“Sim, só existe uma raça humana, mas eu trabalho com o conceito de raça social; vejam quem mais morreu de Covid”;
“Foram as pessoas brancas de origem europeia que criaram a escravidão; que criaram as teorias do darwinismo racial; que criaram as teorias do branqueamento; que criaram o mito da democracia racial e que, por sua vez, criaram agora a ideia de meritocracia”.