Desconfio que o mal é a total falta de autoconhecimento, aquilo que pode ocasionar uma tremenda aflição, um grande sofrimento, miséria, desordem, cólera, brutalidade, engano, obscurantismo, guerra, aniquilação... aquilo capaz de destruir ou impedir a luz da compreensão. Todos nós estamos conscientes dele, não adianta nos iludir... Não são evidentes suas conseqüências no mundo? Desde a antiguidade, e tanto social como misticamente, tem existido uma relativização entre o bem e o mal. Mas existe realmente essa contingência? Ou só existe “o que é”, sem seu oposto? Suponhamos que há ódio, inveja, ira... esse é o fato, “o que é”, porém “eu não ficarei irado, invejoso, odioso...” é apenas uma idéia, um pensamento, não é um fato. O fato é há o bem e o mal, a luz e a treva. Porém a luz e a treva não podem coexistir. Uma destrói a outra. Se a luz é luz, então a treva, o mal, deixa de existir. O esforço é desnecessário, ele é então inexistente. Mas nós estamos em um estado de esforço contínuo, perdidos na nossa mesquinha ambição do vir a ser, correndo atrás do próprio rabo, porque o que para nós é luz, na real não é luz pois relativizamos. Talvez o conflito... não seja uma luta entre o bem e o mal, entre o eu e o não-eu. Talvez a luta esteja em nossa própria dualidade auto-criada, entre os nossos vários desejos autoprotetores. Porque não pode haver conflito entre a luz e a treva, onde há luz, lógicamente não há treva. Todavia consideramos inteligente e sábio estar no conflito dos opostos: a luta entre o bem e o mal visto que ela é julgada necessária e salutar para a evolução do homem, o conflito entre Deus e o Demônio é admitido como um processo inevitável e louvável. Mas esse conflito entre os opostos nos conduz mesmo à Realidade? Não conduz, antes, à ignorância e à ilusão? Pode o mal ser transcendido pelo seu oposto? Existe mesmo alguma evolução psicológica? Digo, pelo processo de evolução através do tempo, pode o “egoismo”, cevador do mal, tornar-se bem, bom ou belo? Não deve o pensamento transcender o conflito de ambos? Acho que é essa a questão. Assim como semeamos o bem, também cultivamos o mal, este, porém, em maior escala. O bem e o mal fazem parte de nós porém de nós igualmente independem. Ao pensar e sentir com sordidez e inveja, cobiça e ódio, aumentamos o mal já existente, que então se volta mais potente contra nós e nos fere mais gravemente. Suspeito que o mal que há no mundo, assim como o bem nele existente, é fruto de nossa contribuição real e não relativa de cada dia. E decerto a sabedoria real esteja no perceber e distinguir a causa do mal e do bem, pois, compreendendo-a, é mais fácil e efetivo desembaraçarmos dela o pensar e o sentir. Investindo nossa vitalidade em sublimar os desejos em vez da reprimi-los. Enfim, como diz o ditado: “quanto mais eu rezo mais assombração me aparece”?? Pois é, que na verdade, rezam pq tem medo, mas o medo precisa (e quer ficar vivo), então, enquanto você reza, o medo (fica mais fortalecido pela reza, pois afinal, você reza pq tem medo) “atrai as assombrações”, para que você sinta mais medo e tenha que rezar mais, etc, etc, em um infindável ciclo vicioso. Chegando ao ponto em que você passa a odiar assombrações! Pronto! O seu medo está travestido de ódio, e sobreviverá até que você descubra isto, né não? Fraterno abraço!
@guimendonca123Күн бұрын
Eu associo muito maldade a violência Tirando os últimos 80 anos do término da última grande guerra (spoiler: talvez seja só uma pausa). O resto da história humana é 90% de pilhagem, escravidão/servidão (forçada por alguém que tinha um pedaço de metal forjado) e disputas de poder; tudo isso como muita mas muiiita violência e estupros. Boa parte das pessoas da europa mais ao norte tem gene Viking pelos incursões de pilhagem e estupros realizados. A natureza ñ enxerga a maldade apenas a sobrevivencia (tirando o louva-deus 😅) mas talvez ele seja só ineficiente em matar de forma rápida. Mas enfim, na natureza existe dor mas ñ existe maldade. Maldade é da natureza humana, em algum ponto da sua vida ela irá se manifestar em maior ou menor grau ainda sim com exceção dos assassinos psicopatas que veem a maldade como um fim. Quase sempre ela é só um instrumento para alcançar poder e dinheiro e evitavel se pode ser usada de política. A politica foi praticamente inventada em substituição a maldade.