Sou fã...há mais de 45 anos Pena que o Brasil não tenha mais essa força cantada..somos hoje escravos comendo migalhas...e muitos achando bom! Triste!
@MrNewton19617 ай бұрын
Assombroso!
@alexandremonteiro576 Жыл бұрын
Meus irmãos de território É o pajador das missões Que repontou dos fogões Seu bárbaro repertório Que chega para um ajutório Do nativismo e da crença Cantar é mais do que uma doença Que mau-olhado ou quebranto E eu sou viciado no canto E canto se dão licença. Tetraneto de cacique, Bisneto de curandeira Trago um breve da parteira Dos ranchos de pau a pique Isso talvez justifique Essa imponência baguala Do cantor que quando fala Do sorsal que quando canta Brotam notas da garganta Que até o silêncio se cala. E se fui índio primeiro Deste chão abarbarado Antes de ser espoliado Pelo ibérico estrangeiro Depois de ser missioneiro Não caí sem resistência E na bárbara pendência Do taura - sem Deus, nem lei Eu mesmo me aquerenciei Dentro da própria querência. E se ela me foi tomada Num raio guacho de luz Quando a beleza da cruz Curvou-se à força da espada Extinta a chama sagrada Que toda cultura encerra Eu que fui morto na guerra Num barbaresco repuxo Me transformei em gaúcho E renasci sobre esta terra. Irmão gêmeo de Sepé Retornei de muito longe Trazendo a bêncão de um monge E do último pagé Que me ensinaram a fé E a senha dos rapezodos Para acalmar os denodos De missioneiro andador No ofício de pajador Que é o mais crioulo de todos. Desde então, canto - e cantando Persigo o tempo que viaja Em qualquer parte onde haja Uma pátria se formando Um oprimido peleando E uma causa em abandono Sem nunca pegar no sono Onde existam espoliados Ou tiranos apossados De coisas que não tem dono. Eu canto a cordeona que chora E a guitarra que ponteia A Dalva que fogoneia Quando vem clareando a aurora O pialo porteira a fora E o boi manso lambendo a canga Canto os lábios de pitanga Que tem gosto de resina E o corpo doce da china Respingando água da sanga. Eu canto a estrela boieira Eu canto o céu estrelado Eu canto o berro do gado Canto a vivência campeira Canto as lides de mangueira E os remansos do açude E no instinto de índio rude Dos primeiros evangelhos Canto a esperança dos velhos E as ânsias da juventude. Eu canto a infância - essa planta Que merece ser cuidada A planta mais delicada Que nos ares se levanta Ela é a cultura mais santa Precisa de água e calor Porque Deus - nosso senhor Fez a luz, fez a umidade Pra que houvesse liberdade E dela, brotasse a flor. Não gosto de cantar rios Mortos pelos insensatos Nem vítimas de artefatos Dos humanos desvarios Nem os corações vazios Dos escravos de a cabresto E dentro deste contexto Não quero cantar de novo Os ancestrais do meu povo Mendigos vendendo cesto. Eu canto o dia que nasce Eu canto a tarde que morre Eu canto a sanga que corre E a lua que mostra a face E se o mundo se acabasse Numa tragédia bravia Assim mesmo eu cantaria Um mundo nascendo doutro Indiada domando potro E bugra lavando a cria. Se acaso um dia, os feitores Dos quatro pontos cardeais Queimassem seus arsenais Mandando cultivar flores Nosotros, os pajadores Queimaríamos incenso No templo do pampa imenso Berço do ancestral andejo Que peleava por um beijo E morria por um lenço.
@jorgeantoniodasilva34982 жыл бұрын
POETA de fundamento 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻.
@adaorocha85642 жыл бұрын
Jaime Caitano Braun o melhor do nosso Rio Grande do Sul
@luizpliniomiranda30622 жыл бұрын
JAIME CAETAM O UM E UNICO QUE MOSTA AS BELEZAS Das poesias GAUCHESCAS