Por onde começar a ler Deleuze? | 5 Ideias | Murilo Corrêa

[@Youtamatachi]

1) Opção didática Oferece ao leitor, a partir do próprio Deleuze, os principais pontos de referência do autor, a partir de duas obras a) Diálogos, texto a quatro mãos, escrito com a jornalista XXX que futuramente produziu o ‘Abecedário de Deleuze’. Em poucas páginas temos uma visão em conjunto da obra. b) Conversações, que são textos, cartas, entrevistas reunidas. 2) Opção sistemática Objetivo de conhecer com profundidade, podemos seguir, até certo ponto, cronologicamente. Começando com monografias da História da Filosofia, da década de 50, mostram a origem do pensamento do Deleuze. No Carta a um Crítico Severo, ele faz uma crítica a quem faz História da Filosofia, porém, diz ele que fazia de modo diferenciado, como se fizesse algo pelo método jocoso da ‘enrabada’, de chegar por de traz de um escritor e produzir um filho monstruoso. (Com exceção de Nietzsche, que Deleuze dizia que é ele quem nos enraba). As monografias dão a base para os textos futuros e inovadores. É muito difícil começar por diferença e repetição diretamente. 3) Ler os cursos, principalmente da Cactus Editorial, em espanhol. Os cursos andam lado a lada da produção de seus livros. Por exemplo, você pode ler o seu curso sobre a pintura junto com a ‘A Lógica da Sensação’, de Bacon. 4) Problemática A dificuldade de leitura do Deleuze decorre do hermetismo do autor, e por outro lado, um filósofo que se apresenta como ‘pop’ que pode ser lido por qualquer um. O Deleuze alimentava essa própria imagem de ‘pop’, e que não é bem assim, até porque ele se considerava também um filósofo clássico e sistemático. Dentro desta tensão, uma maneira de se aproveitar dela, é fazer como um rizoma, entrar pelo meio, por qualquer ponto da obra, participando do agenciamento dos conceitos dispares. 5) Trabalhar com comentadores a) Brasileiros: Roberto Machado, Peter Pál Pelbart, Luiz B. L. Orlandi b) Estrangeiros com livro em português: David Lapoujad, François Zourabichvili c) Estrangeiros: Igor Krtolica, Arnaud Bouaniche, Jean-Clet Martin

[@VanFilosofia]

Mago da síntese! Valeu!!!! Grande abç,

[@Youtamatachi]

@@VanFilosofia capaz, eu que agradeço pela sua explicação. Estava perdido porque estou lendo muito Sloterdijk, e este conversa muito com o conceito de repetição em Deleuze para propor as antropotécnicas. Só que estou achando Deleuze de mais difícil leitura que o Sloterdijk. Vou começar por obras de conversação.

[@VanFilosofia]

@@Youtamatachi Sensacional!!!

[@ericklucas7181]

Upp

[@claudiacarlamartins9278]

Conheci Deleuze na tv Cultura, Abcdário. Não compreendia francês, mas fiquei profundamente impactada com a presença dele, sua força e paixão. Inescapável, tragou-me!

[@VanFilosofia]

Que legal o seu relato ! Deleuze era uma força da natureza! O abecedário é uma ótima maneira de simpatizar com Deleuze e o seu pensamento 😊

[@marciuslopes3067]

Cabe acrescentar tbm que se, por um lado, Deleuze é um crítico da história da filosofia no sentido de que esta por muito tempo funcionou como uma forma de intimidação do pensamento ("só se poderá falar disso ou daquilo se vc antes tiver lido fulano ou sicrano"), por outro lado, o filósofo francês não abre mão da história dos conceitos. Deleuze insiste várias vezes que nenhum grande conceito veio do nada. Todo conceito se remete tanto a problemas quanto a outros conceitos.

[@complexod3889]

Olá Murilo, estou fazendo minha dissertação de mestrado em filosofia sobre os indigenas em situação de protagonismo nos quadrinhos brasileiros. Para isso, estou traçando uma genealogia a respeito da questão do "ser indígena: em relação ao projeto do "ser brasileiro". Nisso pensei em Deleuze como um método pois não queria tratar isso de forma linearizada

[@gorlafraid]

Sou estudante de economia e procurando livros de base para uma pesquisa encontrei o Anti-Édipo, até o momento já li o anti-édipo, dois regimes de loucos e dois volumes de mil platôs. É cada vez mais interessante saber sobre ele e o poder da heterodoxia na ciência, poucos pensadores conseguiram abrir caminhos para despir a nossa sociedade e entender que todo problema também é da politica e economia.

[@miriambrockmann7282]

Metodologia da cartografia no tcc e dissertação livro cartografia sentimental, mil platôs, entre outros, a minha orientação foi voltada pra essa pesquisa. Vou ver tuas indicações

[@Eduardo37477]

O Roberto Machado tem diversas aulas sobre Deleuze disponíveis no youtube, inclusive...

[@andreamoniz9026]

Li diferenca e repetição.Me abriu o universo da variação dentro do tempo. Também me levou à Niestzsche que ele admirava. Muita coisa eu n entendi mas gostei da leitura.

[@GustavoXDmais]

Vim aqui por meio das várias menções a ele em eps do podcast Benzima e, tempos depois, por recomendação do prof. Alexandre Linck, do canal Quadrinhos na Sarjeta - um apreciador de Nietzsche, por sinal

[@VanFilosofia]

Seja bem-vindo!

[@libertycitygoon320]

Conheci Deleuze pelas aulas do Dr. Paulo Ghiraldelli. Irei começar pelas 'Conversações' pois estou interessado no Post Scriptum' e questões relacionadas ao desenvolvimento do capitalismo

[@deleusemontenegro1396]

Estou conhecendo agora

[@VanFilosofia]

Maravilha! Esperamos que o material do canal ajude nesse primeiro contato! ☺️

[@leniraassuncao4655]

eu escrevi um artigo e lancei mão do conceito de Devir. Era o meu primeiro artigo e até então eu ainda não havia estudado nada sobre ele.

[@ojoaoneto]

Estou me aproximando agora da obra de Deleuze e esse vídeo foi um bálsamo, obrigado!

[@VanFilosofia]

Valeu, João! Seja bem vindo! Feliz em ajudar !!!

[@romuloandradedeoliveira7236]

Video bem articulado sobre como acessar Deleuze

[@VanFilosofia]

Obrigado, Rômulo! Seja bem-vindo!

[@joselimajunior22]

Peguei carona nessa Van. Até já desconfio onde desembarcar pra um rolê pela riso-zona. Valeu!

[@VanFilosofia]

Seja bem-vindo! 🤗 Grande abraço!!!

[@ramiroferreira1902]

Tomei conhecimento do autor só recentemente, como aluno especial em disciplina sobre Diversidade, no mestrado em Educação da UESB.

[@Akantontoczek]

Grande Murilo! O pouco que aprendi de Deleuze foi com vc e o Pablera! Gosto.. parece algo que é melhor aproveitável com o tempo, degustando aos poucos as pontes reflexões. Valeu mestre! Show de bola o vídeo!

[@VanFilosofia]

💙

[@alinenogueira1776]

Boa noite! Conheci Deleuze na faculdade de psicologia e, claro, me interessei de pronto.

[@FelipeLopes-ud7bp]

Conheço Deleuze pelos comentários sobre Espinosa, pois sou pesquisador na filosofia do holandês rsrs!! Abraço!!

[@VanFilosofia]

Espinosa é um deleite de ler! Seja bem-vindo, Felipe! Valeu!

[@luigidandrea5854]

Sou psicólogo e trabalho com Deleuze e Guattari. Utiliza seu ferramental na minha tese de Doutorado. Me inscrevi no canal.

[@VanFilosofia]

Legal, Luigi! Obrigado e seja bem-vindo! Abçs!

[@fabriciosouza4147]

Muito bom Murilo. A dica do Dialogos é muito boa.

[@VanFilosofia]

Obrigado, Fabrício! :-)

[@TheHalliday123456789]

Ótimo vídeo.

[@MARCOSSANTOS-yt1xm]

Meu muito obrigado pelas indicações, Professor Murilo. Começo a me aproximar de Deleuze agora no Doutorado. Um abraçaço.

[@VanFilosofia]

Maravilha! Que o doutorado te seja leve, meu amigo. Seja muito bem-vindo!!!

[@MARCOSSANTOS-yt1xm]

@@VanFilosofia Obrigado. Comprei os Livros: Conversações, Diálogos e Deleuze, movimentos aberrantes para começar a aproximação. Meu muito obrigado. Um abraçaço.

[@VanFilosofia]

@@MARCOSSANTOS-yt1xm boa!!!

[@guilhermeviegas6139]

obrigado pelo video, gostei de voce

[@VanFilosofia]

Valeu, Guilherme! Seja bem-vindo!

[@Linhadefug4]

Pode me dizer por onde começar as obras de Deleuze por Economia?

[@VanFilosofia]

Oi, @guguneas! Deleuze e economia, grande pergunta meu caro! Eu separaria da seguinte forma: 1) Textos de Deleuze-Guattari que de alguma forma incidem no grande tema do capitalismo. Se isso não é economia em sentido estrito, evoca a política da economia (a economia política). Os centrais são três: O anti-Édipo, Mil Platôs e O que é a filosofia? Ali existem discussões sobre o valor e a teoria da moeda, mas também sobre a axiomatica capitalista e a formação social que lhe corresponde; 2) Textos e entrevistas laterais em que o tema aparece. Livros como Conversações, Diálogos, mas também os textos entrevistas de A ilha deserta e outros textos, e de Dois regimes de loucos. Como são textos muito fragmentares, aqui tem que garimpar mesmo. Mas você vai achar uma coisa ou outra; 3) Existe uma literatura, talvez mais vasta do que imaginaríamos, que se alavanca em Deleuze e Guattari para discutir tópicos da economia. Alguns exemplos: Balabes é um saudita que escreveu "What can economists learn from Deleuze?". Finn Janning escreveu "Doing business with Deleuze?". Ambos são artigos questionando o campo via Deleuze. Pode interessar, ou não. Sugiro fortemente or ao Google Scholar e mandar um "Deleuze+theme" (em inglês mesmo); 4) Derivações que se alavancam em Deleuze/Guattari, mas não apenas. De bate-pronto, me vêm à mente o Brian Massumi, de 99 teses sobre a revaloração do valor; o Lazzarato, de Potencias de la invención (mais sobre Gabriel Tarde do que sobre Deleuze, mas ainda assim, é um belo livro e uma bela aproximação a esse intercessor tão importante e esquecido de Deleuze-Guattari); por fim, um livro ótimo que tem uma pegada deleuziana, mas não apenas, e envereda pela teoria da moeda é "A vida da moeda", de Giuseppe Cocco e Bruno Cava. Espero ter ajudado. Abçs!!!

[@jamesjesuinodesouza1095]

Sugiro a biografia Cruzadas ....

[@otaviovieira2032]

Já tenho contato com uma obra do Deleuze quando tive q fazer um texto pra faculdade a partir de uma concepção dele sobre o problema filosófico. A partir dos livros "Lógica do Sentido" e "Diferença e repetição".

[@VanFilosofia]

Maneiro, Otávio! Valeu!

[@victormiguelcastillodemace5052]

Parabéns pelo vídeo. Muito bom! Fico curioso para saber se há alguma sistematização dos efeitos da obra do Deleuze na Antropologia.

[@VanFilosofia]

Oi, Victor! Obrigado! Sobre isso, especificamente, não conheço nenhum trabalho. Mas o Eduardo Viveiros de Castro, em Metafísicas Canibais, tenta levar a cabo o projeto de uma antropologia pós-estrutural, exatamente via Deleuze e Guattari (entre outros). Se D&G escreveram O anti-Edipo, EVC nos deu um livro que ele mesmo considera não-escrito: o anti-narciso. 😉

[@MauriliaAmaralzappa]

obrigada pelas sugestões. Excelente exposição.

[@majaldinho]

Não conheço. Quero conhecer

[@marcusperes6154]

Filósofo Cláudio Ulpiano UERJ/UFF

[@VanFilosofia]

Sem dúvida, Marcus, um dos precursores de Deleuze (e outros intercessores) no Brasil! O site dedicado a ele inclusive é ótimo e cheio de excelentes materiais! Bom te-lo por aqui! Grande abç!

[@dczz5889]

Muito obrigado pelo vídeo! Aonde posso encontrar as monografias escritas por ele no começo?

[@VanFilosofia]

Oi! Já estão todas publicadas em português (por diversas editoras diferentes). Pdfs rolam na internet, rs! Só dar um Google ("Título", Deleuze) que acha! ;-)

[@dczz5889]

@@VanFilosofia muito obg pela resposta!

[@VanFilosofia]

@@dczz5889valeu, grande abç!!!

[@Babbit44SilvadeAlmeida]

Bom dia, não seria melhor começarmos pelos cursos do autor? Como o professor Alberto Oliva faz com Foucault nos seus vídeos, sempre indica os cursos.

[@VanFilosofia]

Sim, é uma ótima opção. Terceira ideia apresentada no vídeo! 😉

[@JoaoBatista-mm9br]

Qual leio primeiro? Conversações ou Diálogos?

[@VanFilosofia]

Oi, João! Eu começaria por diálogos. Mas sugiro que folheie os dois e vá no que te despertar maior curiosidade! 🤩

[@JoaoBatista-mm9br]

Você recomendaria alguma obra, além da Pratica do direito e do Critica e clínica para quem tá pesquisando sobre Deleuze o direito e a clinica jurídica? Me interessei bastante no texto que li dele em controle e devir, achei genial

[@JoaoBatista-mm9br]

? @vanilosofia

[@VanFilosofia]

Oi, João! Que ótimo seu interesse nesse tema! Eu pesquiso Deleuze e o direito desde 2008, e acabei de terminar um livro a respeito (vamos ver quando sai, haha). Aqui, você teria dois caminhos. Um, ler toda a obra do Deleuze (solo e com Guattari) e ir rastreando de maneira contextual os momentos em que questões sobre o direito são suscitadas. É o caminho “por dentro” da obra. (Inclusive, ontem mesmo fiz uma fala no PPGLM/UFRJ cuja primeira parte reconstrói um pouco esse caminho por dentro. Em breve posto no canal e te aviso, se quiser conferir, beleza?). O segundo caminho seria rastrear as várias saídas na literatura secundária, nos comentadorxs sobre Deleuze e o direito. Algo que remonta ao início dos anos 2000, se intensifica (em termos de produção textual) no fim da mesma década (2008-2009) e se espraia daí em diante até hoje. Te recomendaria em especial um artigo em que faço um bom pedaço desse apanhado. Um ensaio chamado “O real do direito”. Segue link. Espero que ajude 😊 www.academia.edu/38210963/CORR%C3%8AA_M_D_C_2018_O_real_do_direito_Sobre_a_filosofia_do_direito_de_Gilles_Deleuze_DES_PUC_Rio_pdf

[@VanFilosofia]

Além disso, se interessar, posso te passar os textos que estão publicados de maneira dispersa em revistas e que rastreiam os principais conceitos, e propõem alguns novos, pouco explorados. Está tudo nesse perfil do academia.edu, mas se quiser uma indicação mais precisa, só falar que te mando uma seleção, beleza? Boas leituras, parceiro!!

[@emerson8318]

Comecei por O que é a filosofia? Difícil mesmo.

[@VanFilosofia]

O título engana. Pra nós, brasileiros, pode remeter à coleção primeiros passos (O que é…?), mas, no caso de Deleuze e Guattari, já é um livro “de chegada”. Boa leitura!!! 📖

[@joseantonioaravenareyes7192]

muito boas suas dicas. parabéns! Se eu quiser trabalhar o conceito de maquinação, o que vc me recomendaria?

[@VanFilosofia]

Oi, José! Obrigado! Eu recomendaria um texto do Félix Guattari como entrada. Chama-se "Máquina e estrutura", de 1969, e está publicado em Psicanálise e Transversalidade (1974). Se quiser seguir o conceito de máquina, pode ir lendo, cronologicamente (ou como preferir) O Anti-Édipo, Kafka e Mil Platôs. E, se quiser ir mesmo ao fundo do desenvolvimento do conceito, intercalar essas leituras com os escritos preparatórios ao anti-Édipo (há os de Guattari e os de Deleuze - os de Deleuze, na forma de cursos), O inconsciente maquínico (de Guattari) e os textos esparsos (a selecionar, que estão em A ilha deserta, Dois regimes de loucos e no volume de cartas e outros textos, estes de Deleuze). Também há pistas em Diálogos e Conversações, mas ambos são registros pós-Mil Platôs. Então, entregam um conceito de máquina que já não está apenas na dimensão das sínteses passivas do inconsciente, mas já na dimensão de uma teoria das multiplicidades mais elaborada.

[@danilzadesouzateixeira5290]

Quero começar a me aproximar de Deleuze.

[@jansleyzecca]

Boa, pode começar indo até o cemitério cimetière de Saint-Léonard-de-Noblat onde ele está enterrado!

[@gramaticapolitica2443]

Valeu Murilo! Do mundo anglófono, vc indica algum comentador? Todd May é uma boa entrada?

[@VanFilosofia]

Oi, Gramática Política! Eu, infelizmente, não li muitos comentadores anglófonos. A introdução do Todd May, que não li (então, me perdoe desde logo qualquer juízo desinformado e apressado) me parece gravitar de forma interessante em torno da relação entre ética e política, mas não sei se é uma introdução compreensiva e abrangente da obra. Não saberia te dizer, sem ler, se funciona ou não como entrada. Em inglês, me parece haver uma proliferação editorial de livros em torno de "Deleuze & something". Muitas vezes, isso produz entradas interessantes e reatualizações da filosofia de Deleuze em conexão com problemas dos mais variados (Joga Deleuze no LibGen pra você ter uma ideia). O problema dessa estratégia editorial é que nem todas essas entradas facilitam uma introdução propriamente dita (para quem quer começar do absoluto zero). O ponto positivo, por outro lado, é que formaram uma bibliografia imensa que faz Deleuze dialogar com praticamente tudo o que existe! Ou seja, é difícil encontrar uma lacuna que já não esteja coberta nessa bibliografia... Então, a depender do teu interesse específico com Deleuze, você pode achar não tanto entradas, mas saídas a partir de Deleuze para problemas situados (Arte, Política, Ética, Ontologia, Tecnologia, Finança etc.). Abçs