Pertinente discussão. Não podemos ser identificados por pessoas que possuem um referencial binário. Não somos apenas branco ou preto. O movimento negro brasileiro precisa evoluir. Talvez buscar inspiração na evolução do movimento gay, que passou de GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) para LGBTQIAP+. A inclusão de nuances não enfraqueceu o movimento: ao contrário.
@blacknationalism_neo_garveísmo Жыл бұрын
O movimentos negro que de esquerda. Quer apenas uma massa eleitoreira, já que eles julgam que defende os negros, logos os negros devem votar na esquerda. É POR isso que de forma autoritária, eles querem por negros, caboclos, mestiços no mesmo balaio.
@luisavillareal Жыл бұрын
Excelentes considerações, disse tudo o que eu penso, só que melhor kkkk❤
@ultramang55 Жыл бұрын
As falas desse cara do podcast me fez pensar em um aspecto bem cruel da negação da parditude. O cara basicamente coloca o pardo que se auto-identifica como tal como ou um ignorante ou alguém que quer ingressar na branquitude, pq segundo ele se pressupõe que a identificação enquanto negro é a mais lógica e razoável para um pardo "consciente". Mas, a realidade objetiva é que a experiência social do pardo não é mesma do negro, ele não é lido pelos outros enquanto negro, não é tão intuitiva essa associação com a negritude para a maioria dos pardos, especialmente aqueles da região norte, que muitas vezes tem muito presente a identidade indígena na sua história familiar. Acaba que o pardo é lido como um "traidor racial da negritude", "linha auxiliar da branquitude", sem nunca ativamente agir contra a negritude, apenas se identificar de forma coerente com sua experiência social. E no final das contas a experiência do pardo não é a mesma do negro nem mesmo no interior do movimento negro, ou em espaços que seriam dedicados a expressão de sua suposta negritude. Um pardo muitas vezes não tem acesso a política afirmativas destinadas a negros, está sempre refém a subjetividade do "tribunal racial", um pardo ator nunca será selecionado para um papel destinado a um negro, pq não tem as características fenotípicas esperadas de um negro, entre outras coisas. Ou seja, na realidade objetiva e em qualquer espaço o pardo tem uma experiência social distinta do negro, então essa inclusão no mesmo grupo só faz sentido para inflar estatísticas e americanizar o nosso debate racial.
@izabelvieiramoreira7583 Жыл бұрын
Concordo com vc, sou parda ,nunca vivenciei o racismo! Pelo contrário acho q o preconceito maior q existe na sociedade é relacionado a renda!! Pessoas pobres são assediadas, destratas por vezes humilhadas , pois são vulneráveis.Em relação a não ter uma rede de proteção que possa a assegurar de seus direitos como cidadão!!
@mahrianajuana Жыл бұрын
Mulher... Você é providencial!!!❤
@thaisvasconcelos486211 ай бұрын
Gosto muito de te ouvir. Bora, gente, divulgar esse canal tão interessante e importante!
@robertobraga6410 Жыл бұрын
Parabéns, Beatriz! Muito bem colocado e muito bem fundamentado.
@somatherain Жыл бұрын
Me vi em varios pensamentos seus sobre o podcast quando eu também ouvi, muito obrigado dedicar sua energia por isso
@shigueohamada Жыл бұрын
Me senti um asno diante de tanta inteligência dessa mulher, meus parabéns.
@gheographus159 Жыл бұрын
Todo mundo que estuda, ou conhece a história do Brasil, sabe que a formação básica de todo o povo brasileiro se deu através de um processo de mestiçagem, tanto física/biológica quanto cultural, a mestiçagem infelizmente deu-se não de forma pacífica e igualitária, mas de forma violenta e abusiva, esse fato transformou o Brasil em um país racista, com uma sociedade racista, todavia, a enorme diversidade física e cultural desse produto direto da miscigenação, que somos nós, fez com que a violência, o racismo e a marginalização dos espaços de poder se desse de forma substancialmente diferente entre os diferentes grupos de mestiços! Eu sou pardo, sou mestiço (com ascendência indígena, europeia e africana) e tenho parentes brancos, negros e pardos assim como eu, cada um de nós experienciou a sociedade e a cultura brasileira de forma sensivelmente diferente em função da nossa condição de nascimento: a cor da nossa pele, os traços dos nossos rostos e os tipos dos nossos cabelos... Assim sendo fica a pergunta: será que simplificar e reduzir toda uma experiência de vida e uma apreensão de sociedade tão complexa e diversificada, como as nossas, é uma escolha positiva e eficaz para reduzir, e eventualmente reverter, as consequências do nosso processo injusto e violento de formação social? Eu tenho pra mim que não! Esse reducionismo gera, ou melhor, acentua ainda mais o sentimento de "não pertencimento" tão característico das pessoas pardas, além do mais, a ambiguidade dos nossos aspectos físicos e culturais é constantemente utilizada para deslegitimar as nossas reinvidicações contra o racismo sofrido, muitas vezes pessoas brancas nos tratam de forma descriminatória e racista, e em seguida, usam um embranquecimento forçado do nossos corpos em seus discursos para se evadirem quando são expostas, por outro lado, uma parte da militância dos movimentos negros (principalmente aquela mais alienada, radicada na internet), chega a minimizar, excluir, ou mesmo a silenciar as experiências de racismo sofridas por pessoas pardas, também seguindo a mesma linha de embranquecimento forçado dos nossos corpos, ou seja, reproduzindo, talvez inconscientemente, um discurso opressor que serve convenientemente aos interesses racistas dos grupos mais privilegiados... Convivendo com os dois grupos em momentos diferentes da minha vida eu vi e vivi esses fatos! É por isso que eu acredito que o esforço em "reabilitar a parditude" e demonstrar que ela é essencial para superar o problema do racismo estrutural no Brasil é uma atividade fundamental para o nosso avanço social e político.
@avnereriksen Жыл бұрын
O movimento negro só quer saber dos pardos na hora em que o IBGE contabiliza os pardos como negros. Fora isso, somos descartáveis.
@TheRosangelabc Жыл бұрын
Beatriz, obrigada e parabéns pela sua atuação e pelo seu pioneirismo. A sua relevância nos cenários cultural e acadêmico brasileiros já está gerando frutos. Estou maratonando os seus vídeos. Além de tudo, você tem o dom da fala. Ouvir você falar é um bálsamo. Somente peço perdão pelo meu nem sempre útil formalismo de mulher mais velha e licença para sugerir que você, ao se referir aos nossos antepassados, use ascendência em vez de descendência, que são as gerações que vêm depois de nós. ❤️
@robertodsmartins8268 Жыл бұрын
Parabéns, Beatriz. Muito bom o seu tema de pesquisa. Sou professor de História no ensino médio, tema muito presente no meu trabalho.
@marry1321 Жыл бұрын
Ola! Obrigada por nos dsr voz! Você deveria escrever um livro (se já não tiver)
@thiagoxxdead Жыл бұрын
Na realidade existe apenas uma raça: a raça humana, porém quando falamos de fenótipos ou etnias, existe diferentes tipos de grupos: brancos, pardos, negros, mulatos, indígenas, mamelucos...
@gabrieldomonteleao1390 Жыл бұрын
Muitos profundos os seus estudos e análises! Hoje em dia, o fato de você se identificar já é motivo de polêmica e isso não ajuda a debater questões raciais no Brasil.
@luisavillareal Жыл бұрын
Nem me fale, já me calaram só c as caras e bocas😂😂😂
@laisl648810 ай бұрын
mulher, ouvi esse podcast e fiquei arrasada, pois estava esperando o resultado do meu recurso contra uma decisão super injusta da banca de heteroidentificação. Pensei: é, não é para pardos mesmo. Apesar de estar mais ciente da identidade parda, percebi que a ideologia que restringe pardos a negros, e que portanto, nos deixa de fora no acesso a direitos, é a mais forte. E como você mesma disse, beira a imposição do dogma. Felizmente reconheceram meu fenótipo depois, apesar de tudo isso.
@aliciagabrielydasilva3051 Жыл бұрын
Mooooçaaa posta mais
@felipedw Жыл бұрын
eu não sou filho de um "casal interrracial". Minha mãe tem olhos verdes, mas o "branco" mesmo é o meu pai . Todas as características "negróides" que eu tenho vieram da minha mãe, sobretudo o cabelo "ruim", o que define muita coisa. Os jornalistas brasileiros são horríveis, e nem é por vivência, pq que isso seria o mínimo. É como o Rodrigo Amarante do Los Hermanos falou, é um "jornalismo preguiçoso". Eu tenho preconceito até dos jornalista não preguiçosos, mas o jornalista realmente preguiçoso, que fala tudo de orelhada, é outro nível! Com certeza esse é o caso!
@socialistapatriota3444 Жыл бұрын
Por que tu não contata a Lívia Zaruty pra fazer uma live ? Ela tem um canal com mais acessos e poderia ajudar a promover essa discussão. Inclusive tu poderia discutir umas questões que ela coloca e que ao meu ver são equivocadas. Pra quem não conhece a Lívia é uma influencer negra que combate as teses do identitarismo racialista e o apagamento dos pardos. O equívoco dela é fazer distinçaõ entre pardo e mestiço ( pardo pra ela são apenas os mulatos do tipo Taís Araújo e mestiços seriam os mulatos quadroon e caboclos ).
@luisavillareal Жыл бұрын
Verdade, haha. Conheço a Lívia tbm, seria interessante um papo entre elas.
@avnereriksen Жыл бұрын
Acabei também de conhecer a Lívia. Acredito que a conversa entre ambas seria bem produtiva.
@2003NAmy Жыл бұрын
Otimo vídeo, porém tenho uma dúvida. Para ser pardo basta a pessoa ser a mistura de duas ou mais raças, porém se a aparência dela estiver mais próximo de negro, seria uma pessoa negra ou é a diversidade de pardos? Porque como você falou, tem pardos que não tem negros na sua descendência, porém tem outros que sim, daí surgiu essa questão do negro de pele clara.
@luisavillareal Жыл бұрын
Em algum vídeo aqui ela responde sobre essa questão. É um em que ela reage a um vídeo em que algumas pessoas se autodeclaram negras, pardas ou brancas. Teve um caso de um senhor que se achava pardo. Mas no contexto da aparência dele, ela(a moça dona desse canal aqui) o via como pessoa negra mesmo. Então, sim, ela leva a aparência geral em consideração.
@LanguageNerdsofia_ Жыл бұрын
A internet é um perigo! Pra ser de esquerda no Brasil, hoje, existe uma cartilha de coisas que você precisa repetir como um papagaio. Não se discutem pautas, apenas temos que aceitar tudo a partir do momento que alguém se ofenda. Materialidade mandou um abraço!
@guilhermegaitaponto Жыл бұрын
Parabéns pelo conteúdo e muito obrigado. Acredito que a maior parte dos pardos se entende como branco. Pelo menos do meu ponto de vista / bolha. Depois de assistir seus vídeos me identifico como pardo / mestiço
@GhostTown24 Жыл бұрын
maravilhosa
@carlosrodrigues0106 Жыл бұрын
Suas análises são muito interessantes.
@jeanfabiobatistadossantos5040 Жыл бұрын
Parabéns pelo seu trabalho
@gladistonaugustocorrea3663 Жыл бұрын
Ótima exposição de um assunto que precisa ser " conhecido" discriminação e não identificação daqueles que estão no limbo racial.
@liber-flamen Жыл бұрын
Você é muito inteligente.
@Arturzao0502 Жыл бұрын
Interessante o seu ponto, moça... eu nunca havia pensado nisso... meu pai era pardo do olho cor de mel, e minha mãe era retinta... qdo eu era criança/adolescente, eu me identificava pardo... hj sei que sou preto.
@rafaelirineu5854 Жыл бұрын
Uma cruza de Portuguesa com Sueco resulta em mestiço... Ainda que o resultado seja de um pessoa europeia e branca. O termo mestiço confunde mais ainda e não responde.
@avnereriksen Жыл бұрын
Pessoas como portugueses, espanhóis e outros europeus do sul e leste da Europa não eram considerados brancos na Austrália, na era da chamada "Austrália Branca", política que visava atrair imigrantes brancos para a Austrália 50 anos atrás. Brancos nesta definição eram somente as pessoas do norte europeu. Na era do apartheid da África do Sul, os imigrantes portugueses eram considerados negros de pele branca. Na era de segregação norte-americana, italianos e irlandeses eram considerados "não-brancos", o que mostra que dividir as pessoas somente em duas categorias: brancos e negros ou brancos e não brancos é um viés ideológico que os movimentos raciais brasileiros importaram dos países de colonização anglo-saxónica.
@rafaelirineu5854 Жыл бұрын
@@avnereriksen @avnereriksen Não vejo q foram os movimentos raciais que importaram isso, ao contrário, a maneira como o racismo se manifesta é a separação entre que é branco e preto. Haja visto que os índios foram chamados de negros da terra por Pero Manuel Gandavo. Outra detalhe é que essa influência do movimento afro americano só ocorre em meados dos anos 60 pelo movimento negro unificado e que foi bastante criticado pelos remanescentes da frente negra brasileira, mas isso só se deu em razão da insuficiência das concepções que exaltavam a mestiçagem nesse período e que estavam relacionados a ideia de identidade nacional e que fracassou.
@rafaelirineu5854 Жыл бұрын
Resumindo não há pioneirismo nessa tese muito pelo contrário, já foi superada. A autora Beatriz parte dos anos 50 o que por si só já é um erro. Ela teria que dizer quais são os movimentos. A impressão que eu tenho é que tais "movimentos raciais" são aqueles baseados no q se manifestam nas redes sociais, É de uma generalização...
@elanisales4549 Жыл бұрын
Parabéns 🎉
@rafaelirineu5854 Жыл бұрын
Não da pra vc colocar pessoas com fenótipos opostos numa mesma categoria, e é isso que defere o que vc chama de binário (preto e branco) desse meio termo mestiço que vc exalta e eu considero está ultrapassado, pq se tratam de pessoas que ainda que possua tonalidades semelhantes, são racializadas de maneiras diferentes através do fenotipo, onde a cor da pele em questão é passada para o segundo plano. E essa racialização se da por se tratarem traços que mais se aproximam do "ideal" que se percebe como europeu em detrimento do que mais se afasta do mesmo e é percebido como africano. Veja, poderiamos entrar aqui em um outro fator importante que é o da nacionalidade, muniz sodré é uma ótima referencia. Creio que o que vc considera como pardo é na verdade o mouro, e que nada tem haver com pessoas de tonalidade mais clara e que tem o fenótipo africano, haja visto que uma Uma pessoa "morena" se passa facilmente por branca. Duas pessoas brancas de regiões diferente tambem podem ser chamada de mestiço, por exemplo. O termo mestiço nunca respondeu sobre a questão racial no Brasil e foi vendido la fora como resposta... Olhem o que aconteceu durante muito tempo, as pessoas se escondia atraves disso para se afastarem de qualquer associação ao povo africano, e quando politicamente a população começa e reverter esse processo, alguem sugere segmentar. Se partimos desse princípio teriamos que criar o ocre como linha intermediária entre o branco e o pardo, e talvez o marrom como linha intermediária entre o pardo e o preto. Outro equívico que vejo é essa idéia de que a ivisibilidade do povo indígena, se de por conta de uma perspectiva afrocentrada no brasil, que consequentimente resultou num binarismo entre o preto e o branco, pois o processo de inserção do africano e do indígena na sociedade se desenvolve de maneira totalmente diferente, e se vc observar bem, esse apagamento ocorre muito em função de questões especificas de cada luta, e somente eles mesmo podem modificar isso, não é chamando todo mundo de pardo que irá resolver a questão. e mais ainda, o fenótipo indigena é muito mais aceito que o fenotipo africano digasse de passagem, o que nessa mistura faça com que seus descendentes "pardos" se passem por branco devido seu fenótipo terem caracteristicas não rejeitadas pelos brancos, algo que acontece com os orientais no brasil. Existem lugares na america do sul que os descendentes diretos do indigenas descriminam afrosdescendentes e reproduzem a maxima branca, vimos isso rescentemente no futebol.
@wellingtoncarvalho70237 ай бұрын
Muitas generalizações aí em detrimento da diversidade racial e da complexidade do assunto. Por exemplo, o pardo indígena se passa por branco só pelos negros! Vi isso acontecer diante dos meus olhos quando morei no centro-oeste, onde a presença indígena é forte no aspecto racial. O branco sabe muito bem quem é branco e quem não é, É impressionante! Não sou especialista, mas me parece que pouca gente é realmente branca no Brasil.