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"Os Ratos", de Dyonélio Machado, é um romance comovente e incisivo que investiga as lutas socioeconômicas do Brasil do início do século XX através das lentes de seu protagonista, Naziazeno Barbosa. A história se desenrola ao longo de um único e angustiante dia, enquanto Naziazeno, um funcionário de banco de baixo escalão, tenta desesperadamente garantir os fundos necessários para pagar uma dívida. Esta dívida, embora aparentemente pequena, acarreta consequências sociais significativas, levando Naziazeno a um estado de intensa ansiedade e desespero. Machado emprega um estilo narrativo de fluxo de consciência, permitindo aos leitores vivenciar intimamente a turbulência psicológica e o pânico crescente de Naziazeno enquanto ele navega pela paisagem urbana indiferente e alienante.
O romance serve como uma crítica poderosa da sociedade capitalista e de seus efeitos desumanizantes sobre os indivíduos. Através das interações de Naziazeno e do motivo recorrente dos ratos, Machado simboliza a sensação generalizada de decadência, aprisionamento e negligência social. Os ratos representam os medos persistentes do protagonista e as pressões implacáveis impostas pelo seu ambiente socioeconómico. "Os Ratos" não só capta as lutas existenciais do seu protagonista, mas também oferece uma exploração intemporal de temas como o medo, a vergonha, a dignidade e a resiliência. Através da sua prosa concisa e narrativa convincente, a obra de Machado representa um comentário significativo sobre a condição humana e a busca incansável pela sobrevivência e dignidade em meio à adversidade.
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