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Como pode ser prometida a felicidade numa sociedade de competição generalizada? Uma competição tão naturalizada e entranhada cuja narrativa teria seu início na seminal corrida dos espermatozoides na reprodução humana. A felicidade somente seria possível no plano da ideologia: a felicidade individual às custas da infelicidade da maioria. Esse é o tema do curta de animação “Happiness” (2017) do britânico Steve Cutts: ratazanas antropomorfizadas correm frenéticas em metrôs, ruas, calçadas e shoppings lotados, lutando entre si pela posse de mercadorias em uma Black Friday selvagem. E todos cercados por centenas de peças publicitárias que prometem felicidade com a compra de qualquer coisa. Quanto maior a infelicidade que a competição provoca, mais valorizada é a mercadoria “felicidade” no mercado. A sátira social do curta “Happiness” questiona o modelo de felicidade prometido, com ácida ironia.
O curta de animação Happiness (2017), do britânico Steve Cutts (“Are You Lost in the World Like Me”, vídeo-clip criado para DJ Moby , coloca em questão esse conceito de felicidade na atual sociedade de consumo baseada na competição e nos modelos de conquistas oferecidos pela Publicidade. E principalmente como numa sociedade construída sobre a ideia de competição generalizada, os modelos de felicidade somente podem realizar-se como ideologia.
Em termos de retórica visual, todo o argumento do curta é inspirado na analogia de homens com ratos: vagões de metrôs, calçadas e locais de trabalho apinhados de ratos antropomorfizados, correndo e lutando em ritmo frenético, cada um por si.