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Uma história inacabada, o caso Rubens Paiva
(Em virtude das agressões nos comentários, me vejo obrigado a impedir que eles ocorram)
A ditadura militar acabou há 27 anos, mas o Brasil ainda não tem resposta a uma pergunta simples: o que aconteceu com os desaparecidos políticos? Até hoje, as famílias convivem com o luto em suspenso nessa história inacabada.
No programa especial que pode ser visto abaixo, que fiz para a GloboNews, com o jornalista Cláudio Renato, falamos dos desaparecidos políticos, do caso Rubens Paiva, da Comissão da Verdade.
No dia 20 de janeiro de 1971, feriado no Rio, Rubens Paiva, deputado cassado pela ditadura, foi capturado pelos miltares. Rubens é um dos 183 desaparecidos políticos cujo paradeiro a Comissão Nacional da Verdade quer investigar.
A Procuradoria da Justiça Militar do Rio e Espírito Santo reabriu 39 casos de desaparecidos políticos, começando pelo de Rubens Paiva. Os mlitares sempre disseram que a Lei de Anistia encerrou todos os casos que aconteceram antes de 1979, mas o promotor da Justiça Militar Otávio Bravo encontrou um novo caminho que derruba essa tese de que tudo foi encerrado.
Nessa reportagem especial também conversei com os filhos de Rubens Paiva. Eliana Paiva, uma delas, que falou pela primeira vez, contou como foi o dia em que os militares a levaram presa para o DOI-Codi. Ela tinha 15 anos.
Em breve começará a funcionar a Comissão da Verdade, que quer investigar a violência de Estado. Mas o tema divide opiniões. Para os militares que são contra essa comissão, o que houve à época foi uma guerra contra os que queriam, segundo eles, implantar uma ditadura comunista no Brasil.
Um deles é o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-secretário-geral do Exército.
Para os que são a favor da Comissão, os que lutaram, inclusive com armas, queriam derrubar a ditadura.
Para esse programa especial, também conversei com a ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, e com José Genoíno, indicado pelo Ministério da Defesa.
Hoje, a maioria dos brasileiros tem menos de 40 anos, ou seja, não tinha nascido quando tudo isso aconteceu. Mas o Brasil foi o único país da América Latina que não providenciou a investigação de casos cometidos na ditadura. Essas histórias precisam de um final.
Miriam Leitão
oglobo.globo.co....