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Um dos maiores mistérios de Saturno envolve uma grande tempestade na forma hexagonal no polo norte do planeta.
Essa tempestade foi descoberta nos anos 1980 pela sonda Voyager e depois foi estudada de forma detalhada pela sonda Cassini nos anos 2000.
A tempestade tem cerca de 32 mil km de diâmetro com ventos acima de 482 km/h.
Essa feição é única no Sistema Solar.
Para tentar entender melhor a tempestade um grupo de pesquisadores criou uma simulação 3D onde conseguiu modelar a atmosfera de Saturno.
Os pesquisadores conseguiram ver que a aparência estranha dessa tempestade, surge quando fluxos atmosféricos se aprofundam dentro de Saturno criando vórtices, ou ciclones grandes e pequenos, que circundam um net stream maior perto do polo norte do planeta.
As tempestades menores interagem com o sistema maior e como resultado ocorre um pince no net stream que fica confinado no topo do planeta.
Esse pince que acontece faz com que o jet stream tome a forma hexagonal.
De acordo com o modelo a tempestade tem milhares de quilômetros de profundidade.
A simulação conseguiu reproduzir a camada superior do planeta e cobriu somente cerca de 10% do seu raio.
A simulação mostrou que um fenômeno chamado de convecção térmica profunda, que acontece quando o calor é transferido de um local para outro pelo movimento dos fluidos ou gases.
Quando tudo isso se mistura no topo cria uma forma inesperada, como um hexágono.
A convenção é a mesma força que gera os tornados e os furacões na Terra.
O padrão de fluxo hexagonal é um exemplo de uma turbulência auto oragnizável, e o modelo ainda conseguiu produzir jatos zonais .
O modelo não reproduziu um hexágono exatamente, mas sim um polígono de 9 lados que se movia mais veloz do que a tempestade de Saturno.
Mas a forma serve como prova de conceito, sobre a tese de como esse tipo de tempestade pode ser formada.
A simulação acaba definindo uma maneira de como a tempestade se forma, existiam duas ideias, uma que seria um hexágono raso que se estendia somente centenas de quil6ometros e a outra com jatos zonais profundos com milhares de quilômetros, e a simulação mostra que essa segunda ideia é a mais provável.
Entender a atmosfera de um planeta, ajuda a entender como ele se formou e várias outras propriedades, e com esse tipo de trabalho, resolvendo um dos maiores mistérios atmosféricos de Saturno os astrônomos podem se aproximar de uma resposta sobre a origem do planeta.
Os pesquisadores irão continuar alimentando o modelo com mais dados atmosféricos e melhorando o modelo cada vez mais.
Fonte:
news.harvard.e...
arxiv.org/pdf/...