Jones Manoel faz um espantalho ao criticar o poder em Michel Foucault

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Iluminismo Pós-Moderno

Iluminismo Pós-Moderno

Күн бұрын

Пікірлер: 295
@Joaopauloggarcia
@Joaopauloggarcia 3 жыл бұрын
Mas o comentário do Jones sobre essa ênfase ao caráter "onipresente" do poder não nega as relações de poder na escola, no trabalho, nas instituições; é muito mais uma crítica a um apagamento da centralidade dos conflitos de classe em projetos de transformação da realidade. A crítica do Jones é à tendência fortemente reformista dessa abordagem que se faz das relações de poder.
@VictorMAW
@VictorMAW 3 жыл бұрын
Entendi assim tbm
@joaopedrofeitoza3420
@joaopedrofeitoza3420 3 жыл бұрын
Tbm mano
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Olá amigo, olha só, eu quase que transcrevi o vídeo dele. Quando fala do livro, logo no começo, ele diz que o livro "Crítica a uma concepção difusa, pós-moderna que circula a partir da ideia de poder, que fala em relações de poder dispersas, diluídas no corpo social, que fala de relação de poder na sala de aula, relação de poder na escola, relação de poder na família, relação de poder no tinder, relação de poder não sei aonde." Em outro momento, vou colar o que escrevi no roteiro: "Jones: A partir disso ele recomenda a leitura como INÍCIO de um debate sobre o conceito de poder de Michel Foucault. E fundamentalmente como um avanço na crítica a este conceito pós-moderno de poder, que vê o poder diluído em tudo, vê o poder em todo lugar, e aí se o poder tá em tudo, se o poder tá em todo o lugar, você não precisa conquistar o poder. Percebeu a consequência reformista dessa tese? Se o poder tá em todo lugar, se o poder tá disperso, você não precisa conquistar o poder. Você não precisa também derrubar a classe dominante, porque não existe uma classe dominante. " Se você reassistir ao vídeo, vai ver que ele diz tudo isso mesmo. Então ele critica sim a ideia do poder como algo omnipresente na sociedade, dentro das instituições etc. Embora, também ache estranho que ele pense dessa forma. Até acho que ele não pensa. Mas foi o que ele disse no vídeo. Mas mesmo assim, se ele apenas critica o apagamento da centralidade dos conflitos de classe ou a ideia de que só podemos uma proposta reformista de mudança, ele continua fazendo um espantalho, porque nada disso está em Foucault.
@rodrigothompson2375
@rodrigothompson2375 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Mas Daniel, ele não fala que isso está em Foucault, ele fala que isso está em uma "cultura pós-moderna" ou "certas leituras de Foucault". A não ser que se assuma que cultura pós-moderna = Foucault. Ele inclusive nem faz crítica de fato ao conceito de poder em Foucault, ele deixa isso pro Boito e pro Merquior que já é um debate sobre "o conceito de poder de Foucault ter sido simplificado ou não". Percebe? Ele fala de 2 coisas no vídeo e os 5:30 está o resumo: O livro do Boito como inicio da crítica ao conceito de poder em Foucault; e crítica ao "conceito pós-moderno" de poder. São duas coisas separadas, o argumento do Foucault e o argumento "pós-moderno" (quem? ele não especifica se são intelectuais, quais são, se é o senso comum sobre pós-modernidade etc e tal). Em nenhum momento do vídeo ele fala o que o Foucault quis dizer "X" e sim sobre essa tal "cultura pós-moderna" que interpreta o conceito de poder de Foucault de maneira X. Acho que da pra criticar esse ponto do vídeo dele pois fica muito abstrato de quem ele está se referindo (e até entendo que tenha gente que faça essa associação já que somente o Foucault é citado no vídeo dele e nenhum outro "Foucaultiano" seja). Pelo menos foi assim que eu interpretei e olha que eu revi o video do Jones umas 10 vezes agora pra ter certeza de quem ele falava antes de tecer as suas críticas.
@colunas.tortas
@colunas.tortas 3 жыл бұрын
​@@rodrigothompson2375 É um vídeo sobre o poder em Foucault que não fala sobre o poder em Foucault?
@thiagocarminate4181
@thiagocarminate4181 3 жыл бұрын
Na hora que eu vi o Jones falando sobre Foucault já fiquei esperando a sua resposta kkk
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhhhhh, mas eu só respondi porque um inscrito do canal me sugeriu. Da próxima vez não fique esperando e comente algo, senão capaz de eu deixar passar, hahaha. Zueira. Abração.
@juperucchi
@juperucchi 3 жыл бұрын
"Jones falando besteira sobre Foucault" tu queres dizer, né?
@mvts1
@mvts1 3 жыл бұрын
Sim sim, era de se esperar
@raulvieira7422
@raulvieira7422 2 жыл бұрын
o importante é que eu aprendi alguma coisa sobre poder em Foucault, independente de quem está certo ou errado
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Concordo plenamente.
@glauciogonzales
@glauciogonzales 3 жыл бұрын
Infelizmente esse espantalho não me surpreendeu, Daniel. Jones infelizmente faz umas dessas de vez em quando... Tristemente.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que pena. Mas faz parte. Eu tento não demonizar. Estamos no youtube né? O vídeo é claramente um vídeo gravado rapidinho pra dar aquela sustentada no algoritmo. Se você olhar o meu canal vai ver que eu não tenho moral pra reclamar disso, hahaha. Mas fico triste que tenha sido falando mal de Foucault. Poxa, se quer dar uma polemizada xingando alguém, tem MBL e Foucault, pra que escolher Foucault? hauahuhau
@Simone15097
@Simone15097 3 жыл бұрын
Ele tem o objetivo de desqualificar a luta das "minorias" e identitárias.
@LuizaRios
@LuizaRios 3 жыл бұрын
Ele costuma fazer com autores decoloniais. Acredito que é a extensão do não entendimento desse poder difuso que atravessa as instituições e os nossos corpos.
@FelipeRocha-ek9qk
@FelipeRocha-ek9qk 2 жыл бұрын
@@LuizaRios onde ele fez isso? ele critica tendências decoloniais que são antimarxistas claramente como é o caso de Grosfoguel e especialmente Mignolo. ele é crítico de certas tendências de "descolonização epistêmica" que não são mais nada é do que pós-modernismo vulgar. ele nunca faz espantalho com o "decolonial".
@anakarine415
@anakarine415 3 жыл бұрын
Vim do canal do Jones, fiz inscrição pra acompanhar os outros vídeos.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que bom. Espero que curta.
@anakarine415
@anakarine415 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmodernogostei sim, tenho algumas leituras de Foucault, e também não concordei com o Jones, achei estranho e fui ouvir seu vídeo, pois vc disse que tinha estudado na pós. Penso que é uma tática capitalista/neoliberal de esvaziamento de teorias para parecer mais inclusivo e acaba não combatendo o problema na sua estrutura, a mesma coisa acontece quando usam figuras como Lélia González em uma propaganda do Bradesco, frases de autoras feministas em propagandas de grandes empresas de cosmético. Coloquei como reflexão, pois foi o que eu assimilei, não sei se é por aí.
@fernandacorreamoreira6896
@fernandacorreamoreira6896 3 жыл бұрын
Não sei se concordo com tudo que vc fala, mas é mto interessante o teu conteúdo e a forma como explicas. Até me inscrevi no canal, obrigada pela aula!! Hehe
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Obrigado também. Acho que não precisamos concordar com tudo né? Aí que tá a graça. Discordar, mas dialogar sempre.
@iurifariacodas2376
@iurifariacodas2376 3 жыл бұрын
Faltou ler o artigo recomendado pelo Jones, do Armando Boito Jr. Não se discorda que o poder está em toda parte, mas de que não haveria um poder central ordenador no Estado. E a consequência das duas concepções é como se dá a disputa política, se o caminho para a emancipação caminharia apenas por lutas difusas ou depende da disputa pelo poder central na sociedade.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Eu acho que faltou o Jones explicar melhor o artigo né? Eu não fiz um vídeo sobre o artigo, eu fiz um vídeo sobre o vídeo do Jones falando do artigo, hahaha. Mas continua sendo um espantalho, porque Foucault nunca propõe que o caminho se dê por lutas difusas apenas.
@glgl662
@glgl662 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno É uma conseqüência lógica da tese foucaultiana do poder meu amigo... se o poder é socialmente difuso e institucionalmente disperso. Leia o artigo e para de surfar ...
@EduardoLuedy
@EduardoLuedy 2 жыл бұрын
Excelente crítica sobre a leitura que muitos fazem da noção de poder.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Muito obrigado. Feliz que tenha curtido.
@phillnavaho2866
@phillnavaho2866 11 ай бұрын
Ótima Aula e Reflexão Professor. Sobre essa questão do Poder, percebe-se que há um bom tempo que a Geografia vem Discutindo a ideia e a importância do Poder através da perspectiva do Conceito de Território, inclusive nós Geógrafos já discutiamos muito antes de Foucault sobre o que é Poder, tendo assim uma Vasta literatura Acadêmica de discussão sobre tal Tema, diante disso, o Território pode ser entendido como a Consolidação das Estruturas de Poder sobre um determinado Espaço Geográfico. Como diz, Jones Manoel não consegue nem entender o que é o Conceito de Poder em Foucault e acha no direito de parecer que "Refutou", pior ainda, que talvez nunca deve ter lido Geografia, e entender de como essa Ciência consegue demonstrar muito bem a Difusão e a Consolidação deste Conceito sobre o lugar onde Vivemos. Tem uma Obra do Geógrafo Estadunidense Edward Soja chamado Geografias Pós-modernas, e nele tem um Capítulo onde Soja Entrevista o Foucault, e o pensador Francês discute em como é Nítido a Negligência das Análises Espaciais nos Textos Marxistas e também nas Ciências Humanas. Talvez isso que o Jones Manoel fala a Respeito disso seja um Reflexo por parte dessa Herança transmitida pela Academia e nas Obras de Certos Autores.
@victormoulin6554
@victormoulin6554 2 жыл бұрын
Debate muito saudável, obrigado a ambos os camaradas
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Que bom que gostou. Fico feliz.
@colunas.tortas
@colunas.tortas 3 жыл бұрын
Parabéns pela paciência.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Obrigado. Fiquei gravando de madrugada, hahaha.
@fernandojunior3296
@fernandojunior3296 3 жыл бұрын
@colunas tortas nossa voce por aqui? recentemente usei um de seus videos e texto como referencia pra fazer um seminário sobre Bauman. me salvaram kkk
@colunas.tortas
@colunas.tortas 3 жыл бұрын
@@fernandojunior3296 é pra isso que eu existo! Tamo junto!
@professorluciojunior3998
@professorluciojunior3998 3 жыл бұрын
Foucault tem uma posição política. Há um livro recente contando que Foucault ajudou o estado francês a fazer a reforma universitária. Ele não é marxista e no final da vida apoiou o solidariedade polonês, aceitou o arquipélago gulag e textos reacas de André glucksmann
@danielmendes4443
@danielmendes4443 3 жыл бұрын
Interessante! mas os trotskystas também apoiaram o solidariedade, por exemplo, a convergência socialista nos anos 80. Parte da esquerda também aceitou o arquipélago Gulag, o maoísta Sartre por exemplo. E obras antiestalinistas são abundantes na esquerda marxista(o próprio Trotsky, Pierre Broué, Isaac Deustcher etc.)
@professorluciojunior3998
@professorluciojunior3998 3 жыл бұрын
@@danielmendes4443 pois é, Foucault também flertou com o maoismo. Mas quase nada do que Jones gosta é foucaldiano: marxismo pós colonial, questão do negro, etc. Ele fala pouco sobre isso.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Estou vendo seu vídeo agora, alguém recomendou aqui professor. O senhor saberia o nome do livro?
@professorluciojunior3998
@professorluciojunior3998 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno vou procurar e te falo
@professorluciojunior3998
@professorluciojunior3998 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno A última lição de Foucault. Vc tem esse?
@Erik-ti2np
@Erik-ti2np 3 жыл бұрын
Jones Manoel é um dos meus yotubers preferido, agora, você também. Obrigado pelo vídeo, muito necessário. (fui me inscrever no canal e vi que já sou inscrito haha).
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhhh que bom ouvir isso. Mas é isso mesmo, sempre bom ouvir pontos de vista diferentes, contato que exista empenho de cada parte em fazer o melhor.
@JoaoPSLuz
@JoaoPSLuz 3 жыл бұрын
Caramba que vídeo ótimo Daniel! Parabéns mesmo, didático, fraterno
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhhh fico muito feliz que tenha gostado. :)
@mvts1
@mvts1 3 жыл бұрын
Agradeço as contribuições
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Fico feliz que tenha gostado.
@stampedesp
@stampedesp 3 жыл бұрын
Temos que qualificar esse debate e não ignorar que implicações niilistas a Foucault foram feitas por pessoas como Habermas, Fraser e Carlos Nelson Coutinho, portanto, isso faz parte do debate sim. Acho que nesse debate devemos falar de Nietzsche e de Hegel, afinal, o conceito de poder de Foucault depende da noção de "vontade de poder" e é exatamente esse pensamento nietzscheano que gera incompatibilidade com o hegelianismo implicado a qualquer marxismo. Ora, Foucault teve que responder algumas vezes coisas como "se tudo é relação de poder, pq devemos resistir?" por sua vinculação com Nietzsche, ou seja, por seu flerte niilista. Evidente que ele respondeu que resistir é sim importante, mas como disse Fraser em "Foucault on Modern Power", essa fuga do niilismo necessita de um discurso normativo que entra em contradição com sua analítica do poder. Todo adepto de análises foucaultianas deve lidar com tal contradição onde a ação política do subalterno cria um discurso e, portanto, um sujeito (sujeito emancipado) com uma analítica que se colocou como uma superação de filosofias do sujeito. Isso me lembra sim o dilema niilista "sou eu mesmo/ sou nietzscheano". O Jones foi simplista no vídeo sim, mas considerei que isso foi pelo meio usado, um canal que propõe iniciar debates, do que pela criação de um espantalho pois, posso estar errado, pressupus que o que ele falou se referia à contradição entre ação política e analítica do poder que, como já disse, Foucault em vida teve que responder algumas vezes. Gera sim discussão pensar: "luto por um mundo sem racismo" é um discurso que tem um sujeito alvo, o "negro num mundo sem racismo", mas para isso uso Foucault que por toda sua obra alerta para o perigo de discursos que se propõem um regime de verdade por estar vinculado a uma filosofia do sujeito. Abs e espero que vc e o Jones façam um vídeo debatendo isso, hehe!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
O problema é que quando Habermas e Cia fazem implicações niilistas acerca de Foucault, eles estão completamente enganados. Chega quase a ser uma desonestidade intelectual. De fato, quando você diz que o nietzschianismo de foucault gera incompatibilidade (uma palavra forte, na minha opinião) com Hegel e Marx, eu acho que você não está de todo errado. Todavia, eu acho perfeitamente possível ser nietzschiano e marxista ao mesmo tempo, contanto que você se atenha mais ao Marx enquanto crítico do capitalismo e menos ao Marx enquanto teórico do socialismo/comunismo. E convenhamos que a maior obra de Marx (O Capital) é uma crítica ao capitalismo. "se tudo é relação de poder, pq devemos resistir?" Vou fazer um vídeo só sobre essa frase. Confesso que embora eu considere uma objeção sem sentido, talvez seja a mais importante de ser respondida. Note que eu não demonizei o Jones por ser simplista, apenas expus o simplismo. Eu sei que o Jones tem seu discurso estratégico, mas eu também tenho o meu. Também gostaria de dialogar com o Jones. Infelizmente, ele é demasiadamente popular pra dar atenção para um canal pequeno como o meu.
@arunamzanvettorguedes3051
@arunamzanvettorguedes3051 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Eu acho viagem a ideia de que Foucault é incompatível, eu fico com Foucault e o Marx inteiro, crítico do capitalismo e teórico do comunismo. Esse posicionamento virulento com o pensamento Pós-Moderno por parte de alguns (especialmente os chamados "Marxistas-leninistas") marxistas pra mim é incompreensível, eu acho um ótimo complemento na vdd
@stampedesp
@stampedesp 3 жыл бұрын
Nietzscheanismo e hegelianismo são como Palmeiras e Corinthians: vc pode até seguir os dois, mas ao fazer isso será um excêntrico que não encontrará coerência nem com Nietzsche e nem com Hegel. O marxismo é devedor do hegelianismo justamente por uma transcedência do sujeito revolucionário na História; tal historicismo em Nietzsche é impossível pq ele recorre, a meu ver, a uma Ética absolutista: transvaloração de todos valores, etc.. Exatamente por esse pé em Nietzsche que Foucault teve que responder algumas vezes se resistir ao poder era necessário. Um marxista pode usar análises de Foucault, mas sempre será necessário uma "correção hegeliana" no nietzscheanismo dele, comp foi necessário ele responder se resistir ao poder é importante pelo mesmo motivo. Para ser bem objetivo: Nietzsche falou que era dinamite não por acaso. Foucault guarda a mesma qualidade. Por isso que sua analítica do poder demole igualmente o socialismo, o que não acontece com o marxismo exatamente por causa de Hegel.
@stampedesp
@stampedesp 3 жыл бұрын
Sempre li Foucault usando minhas leituras anteriores de Nietzsche para entendê-lo, por isso que acho estranho essa sua leitura dele que o aparta do niilismo. Nietzsche levantaria questões parecidas para Chomsky naquele clássico debate, por exemplo. O alemão seria cético com o conteúdo de verdade de uma ideia como "natureza humana". Já tive a pretenção de juntar Nietzsche e Marx, mas Deleuze em "Nietzsche e a Filosofia" me convenceu de que o filósofo dinamite é necessariamente anti-dialético. Acho complicado falar que é possîvel ser materialista e nietzcheano, bem como ser marxista sem ser socialista. Tenho comigo que Nietzsche herda de Schopenhauer uma ética como autocriação e por isso revolução para eles é sempre individual, o que é praticamente anti-hegeliano. Seria legal um vídeo que respondesse se resistir é necessário. Se possível, faça isso lembrando os momentos que Foucault teve que responder isso tbm. A meu ver isso foi sempre demandado a ele por conta de Nietzsche, ou seja, por uma implicação niilista. Quando ele diz (link) "onde há poder, há resistência" , ele, a meu ver, não coloca a resistência numa zona cinzenta entre ethos e logos, como Hegel e Marx, mas sim na zona cinzenta entre ethos e phatos, como Nietzsche e Shopenhauer. Não por acaso, mas por essas zonas cinzentas diferentes que quando Marx olha para o proletário (um sujeito afetado pelo poder) teoriza coisas como alienação e consciência de classe; já Foucault quando olha para o louco e o condenado não segue esse caminho de um logos pois, na analítica de poder dele, fazer isso implica, a meu ver, apenas "substituir" um regime de verdade por outro regime de verdade. Para resumir: em Hegel e Marx, só há resistência ao poder onde há alguma espécie de logos (consciência de classe); já para Foucault onde há poder há resistência pq ele esta na linha entre ethos e pathos, como em Nietzsche e Schop. criticallegalthinking.com/2012/02/07/in-defence-of-foucault-the-incessancy-of-resistance/
@arunamzanvettorguedes3051
@arunamzanvettorguedes3051 3 жыл бұрын
@@stampedesp a analogia com o Palmeiras e Corinthians kkkkkk. Mas eu diria que o marxismo não é hegelianismo, apesar de ter sido influente nele é uma ruptura com ele, existe uma crítica e superação, que nem existe uma crítica e superação da economia política clássica.. Em segundo lugar, o pensamento do Foucault não se resume a Nietzsche
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 2 жыл бұрын
Um dos vídeos mais assistidos do canal. O povo gosta é de TRETA kkkkk 🔥🔥🔥🔥🔥🤣🤣🤣🤣🤣🤣
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Hauhuauah, total.
@danilorodrigues5869
@danilorodrigues5869 3 жыл бұрын
Vim por indicação do Renan. Não conhecia o canal, gostei do conteúdo. Ganhou um inscrito.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Opaaaaa, que bom. Fico muito feliz que tenha gostado. E feliz que o Renan tenha me indicado, hahaha. Grande abraço.
@luimollossi661
@luimollossi661 2 жыл бұрын
Qual livro/texto Foucault fala da URSS?
@escritorsemhistoria7766
@escritorsemhistoria7766 3 жыл бұрын
Achei muito interessante esse diálogo com o vídeo do Jones ❤️ pude revisitar e aprender muitas coisas tanto contigo quanto com ele, porque vocês são muito estudiosos e comprometidos em aprender sempre. Interessante que, apesar de haver algumas divergências, também foi possível perceber aspectos comuns nas falas de vocês, que são bem dialógicas. Eu super entendo quando algumas pessoas discutem as relações de poder sem compreender a origem dessas construções e suas consequências. Mas também entendo que é necessário ter consciência de que o poder está em tudo, inclusive na luta de classes. O próprio capitalismo coloca valores diferentes entre nós. A gente precisa entender a origem, combater a origem, ao passo que se reconstrói as relações humanas alimentadas e manutenidas pelo capitalismo. É possível combater os bilionários e instituicoes poderosas entendendo e aprofundando como as nossas diversas identidades se localizam dentro da estrutura. Isso faz diferença e amplia nossa compreensão da dinâmica do capitalismo, e do poder também. (Escrevi meio nas pressas porque tô exausto de tanto que trabalhei hoje mas depois eu organizo melhor aqui) EU AMEI SEU CANAL APRENDI MUITOOOOOL
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que bom que curtiu o canal. Fico muito feliz. Certamente eu acredito ter vários pontos em comum com os marxistas, inclusive com o Jones. E acho que no âmbito político atual temos os mesmos adversários na política, que são os conservadores, neoliberais e fascistas. Então o ideal seria promover o diálogo. Como diriam Dardot e Laval, o neoliberalismo (ou capitalismo neoliberal) é criador de subjetividades. Sem entender isso não vamos em frente. Precisamos inclusive combater essas subjetividades. O poder está em tudo e não iremos "descansar" dele depois de alguma revolução ou alguma grande vitória. Pelo contrário. Foucault, enquanto homossexual que sofreu homofobia inclusive dentro do partido comunista, teve a oportunidade de perceber isso bem antes de muita gente. Por isso é importante entendermos que vivemos uma guerra cultural nos mais diversos âmbitos. Sem ela, não teremos revolução e se tivermos, será um fracasso, pois ela irá reproduzir os mesmos erros de seus algozes.
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 2 жыл бұрын
Acho que o video engajou!!! 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾
@arunamzanvettorguedes3051
@arunamzanvettorguedes3051 3 жыл бұрын
Hmm, foi bem legal o vídeo, seria legal um dia se vc pudesse aparecer novamente pelo servidor, esse é um assunto bem interessante.. E tbm tem outras coisas que se eu tiver a oportunidade novamente gostaria de conversar com vc.. Mas como professor vc deve ser bem ocupado rs
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Estou ocupado com um concurso agora na primeira metade de novembro, mas depois estarei mais livre. Até estou a alguma semanas sem poder participar do sextou. Felizmente, a partir da segunda metade de novembro tudo fica mais tranquilo.
@JOAGOSTINI
@JOAGOSTINI 3 жыл бұрын
O vídeo foi ótimo, mas me permita uma correção, JM não é marxista, no sentido restrito, mas stalinista, uma derivação enviesada do marxismo, ou, como é comum chamar hoje essa tendência: marxismo ortodoxo ou socialismo real. Valeu.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Olha, muita gente diz que ele é stalinista, mas ele não aceita o termo, então decido respeitar. Ele se diz leninista. Pra mim, vou confessar que apenas respeito e deixo a decisão para quem pretende seguir ele para aderir a ideologia, heheeh. Mas agradeço a correção.
@JOAGOSTINI
@JOAGOSTINI 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno tudo bem, mas no futuro considero, então, que seria mais correto apresentá-lo não como marxista, mas leninista mesmo, como ele afirma, seguindo Stálin, que não se afirmava stalinista mas leninista (apelo a autoridade), como o JM faz, é um eufemismo.
@GambiarraMinidoc
@GambiarraMinidoc 3 жыл бұрын
Parabéns, ganhou mais um inscrito.
@RENATASOLE
@RENATASOLE 2 жыл бұрын
Professor, em que situação o "poder" é bom? O poder do povo ?
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Olha, existe poder na opressão e existe poder na liberdade. O poder não é uma categoria metafísica que existe independente dos seres humanos. Dessa forma, sempre que nos traz liberdade, emancipação, felicidade, empatia e mais uma série de coisas boas, o poder é bom.
@RENATASOLE
@RENATASOLE 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno O poder é bom qdo se refere a liberdade , sim ..a mulher PODER sair sem ser assediada...a mulher muçulmana PODER estudar, sair , não usar burca ... a mulher PODER decidir sobre seu corpo. Porém, em ralação as relações de poder... acho q não existe nada de bom nisso , né? Ou existe ? 🤔
@Mayaotsu
@Mayaotsu 3 жыл бұрын
Off topic do video o anúncio era do Brasil paralelo
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Afffff. Que raiva né? Como diabos o algoritmo me faz uma coisa dessas? Mas pode ser um bom sinal, pode sinalizar que os haters tão começando a se inscrever no meu canal. E nenhum canal cresce sem que tenha haters para divulgá-lo, hahahah. As pesquisas mostram que as pessoas que odeiam algo divulgam muito mais do que as que adoram.
@jaobicalouro6183
@jaobicalouro6183 3 жыл бұрын
A falta de comunicação nas discussões é algo absurdo
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Infelizmente a esquerda está perdendo uma guerra cultural porque se foca mais nas divergências do que nos pontos em comum.
@juliopereira8740
@juliopereira8740 3 жыл бұрын
Excelente video!
@jonatassantos7878
@jonatassantos7878 3 жыл бұрын
Eu queria entender melhor este negócio de espantalho... Uma vez fui em um canal ancap em um vídeo onde o cara falava que é um absurdo a quarentena, a obrigação do uso de máscara e da vacinação, Eu então comentei algo do tipo " é isso aí, oq importa é a nossa liberdade, vamos todos nós agromerar sem máscaras e pouco importa se eu passei o vírus para outra pessoa e está pessoa acabou morrendo, ninguém nem eu msm vou saber que fui eu quem passou então minha consciência vai estar limpa, já o pulmão do idoso ao meu lado não vai estar muito não...." E vieram vários caras falar que é tudo espantalho oq eu disse....fiquei bolado me perguntando se é verdade msm...claro eles não explicaram o pq era um espantalho, só largaram a famosa frase FALÁCIA...e pronto!...
@glauciogonzales
@glauciogonzales 3 жыл бұрын
Existem várias estratégias para se vencer um debate sem entrar no mérito dos argumentos do próprio debate. A chamada "falácia do espantalho" é inventar um figura em opinião sobre alguém ou algum assunto e depois bater nessa figura criada e não nesse alguém ou assunto. No caso citado pelo Daniel, o Jones "criou um Foucault" e começou a bater nele ao invés de ler o autor e fazer a crítica sobre a obra do mesmo.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Espero fazer um vídeo sobre isso em breve. Mas você não fez espantalho nenhum no seu relato.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
@@glauciogonzales porém a resposta do Gláucio já tá perfeita, hehehe.
@jonatassantos7878
@jonatassantos7878 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno legal ....vou esperar pelo vídeo
@jonatassantos7878
@jonatassantos7878 3 жыл бұрын
@@glauciogonzales acho que entendi... então eles acreditam que oque eu disse era um espantalho pois o foco do vídeo em questão não era se as pessoas morriam ou deixavam de morrer com o uso destas medidas de proteção e sim a imposição e a falta de liberdade destas medidas...ou seja eu deixei de falar de liberdade e criei um espantalho que no caso eram as mortes das pessoas?!...
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
Uma problematização que eu faço sobre o título da obra "microfisica do poder". Você avalia que esse verbete colabora para uma visão de poder baseada num "mecanicismi" tal como ocorre na termodinâmica, isto é, baseada no principio de autoconsevação?
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Não necessariamente. O poder pode perfeitamente ser auto-destrutivo. Inclusive, é assim que eu vejo o capitalismo. Seu pior inimigo não são seus adversários, mas ele mesmo.
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno você diz isso pensando nas pessoas que, mesmo na posição de exploradas, legitimam o capitalismo, correto? E tendo em vista a qualidade de vida futuras gerações que se encontra ameaçada pelo transformações ecológicas. Nessa perspectiva de se compreender uma ética de cooperação baseada na interdepemdência entre os seres humanos e o meio ambiente, eu concordo contigo. Mas e na perspectiva daqueles que se mais beneficiam diretsmente do Capitalismo, aquela menor fração da humanidade, a classe dominante de bilionários, que possivelmente não estão preocupada com nada disso, ou não se preocupam, pelo menos não ao ponto de se mobilizarem a fazer fazer concretamente, porque pensam de forma imediatista. Para essa fração você avalia que o capitalismo é auto-desttutivo?
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno porque mesmo que seja auto-destrutivo, assumindo que o capitalismo seja apenas a forma pela qual a classe dominante explora o povo, baseda principalmente não então chamada acumulação primitiva, é possível também se pensar em novas formações econômicas e sociais em que a dominação é a exploração permaneçam. Nesse sentido eu acho bem válidas as complementações do Lenin, sobre o conceito de Imperialismo. O capitalismo se reproduz sim pelas suas contradições próprias, mas também conta com um aparato bélico e militar para se impor por meio da força.
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno mas retomando a questão inicial, minha pergunta foi mais direcionada aquilo que o verbete sucita, enquanto título da obra: uma tendência a autoconservação das posições de poder. Se você reconhece que o capitalismo é auto-destrutivo e que isso pode ser mais decisivo para sua superação do que seus adversários, mesmo que não seja essa sua intenção, do ponto de vista ideológico, você pode sim colaborar para algumas visões organizativas chamadas "aceleracionistas" que compreendem que elevando a exploração, o capitalismo irá sucumbir mais rapidamente. Ou seja, aprofundando ainda mais o neoliberalismo, a precarização do trabalho, tudo isso faria com que alguma crise emergisse mais rapidamente. É precisamente isso que eu chamei de visão mecanicista.
@bobleozinho
@bobleozinho 2 жыл бұрын
Excelente vídeo. Acho que esse debate faz parte da briga antiga entre marxistas X foucautianos. Como bem diz Bourdieu, o campo está aí para ser disputado! Sobre a perspectiva teórico-analítica do francês sobre poder, acho que os estudos sobre medicina, saúde e psiquiatria ressaltam a importância. Lá pelas décadas de 60-80, Foucault precisou fundar uma outra ideia sobre poder e produtividade para compreender, por exemplo, os movimentos da psiquiatria/psicologia sobre a loucura. A corrente marxista não dava conta, a corrente freudiana não dava conta e nem a de Nietzsche. Por isso, uma nova genealogia!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Concordo muito com você. E acho que nos dias de hoje já estamos prontos para integrar Marx e Foucault, sem grandes intrigas. Mas é uma tarefa difícil.
@Richallmight2
@Richallmight2 3 жыл бұрын
No final eu concordo e discordo de você. Essa radicalidade que um francês igual o Foucault demandava da experiência socialista num país quase periférico da Europa (URSS), soa imposição de uma visão ocidental, que radicaliza a ideia de democracia, sem levar em consideração fatores de influência da esfera da política internacional como o famigerado imperialismo, que comia solto em toda "periferia" do capital e países neocolonizados. Então sim, concordo que faltou "radicalidade" pra lidar com o poder de uma maneira que mudasse algumas relações "superestruturais" e estruturais, mas isso de um ponto de vista ocidental, europeizado e desconsiderando as particularidades da própria Rússia. De resto concordo com quase toda exposição.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Bom. Eu concordo com você. Acho que toda crítica acerca de um fenômeno que ocorre em um contexto específico, tende a ser simplista com as dificuldades reais que as pessoas que viveram aquele contexto enfrentaram. Mas veja bem, você me dizer que fulano e ciclano tinham bons motivos para terem cometidos erros, não muda o fato de que erros foram cometidos né? Então, ao criticar um período histórico, você pode optar por tentar ser o mais justo possível com os indivíduos de tal período, ou extrair o máximo de conhecimento acerca de seus erros e acertos, para que, conhecendo a história, não estejamos fadados a repeti-la. A ideia é que Foucault sempre vai optar pela segunda. Na verdade, a lógica da culpa não permeia a sua obra. Ele não está muito interessado em apontar dedos e propor algum tipo de moralismo nos erros dos outros, mas com fazer uma análise rigorosa dos acontecimentos e das relações de poder que estes acontecimentos suscitam.
@SuperSl4Sh
@SuperSl4Sh 3 жыл бұрын
Meu caro, cheguei recentemente no seu canal e, aproveitando o ensejo manoelino da crítica a Foucault, gostaria de te perguntar três coisas: 1) Posso assumir que a sua tese é onde melhor está desenvolvido essa conceituação de poder na obra de Foucault? 2) Qual sua perspectiva acerca da tese da Mavi Pacheco Rodrigues, "Michel Foucault sem espelho"? Você compreende esse trabalho como um esforço sério de crítica ao pensamento do careca ou padece de graves equívocos? 3) Quais críticas você reputa legítimas ao pensamento ou aos pressupostos do autor ao qual você dedicou sua carreira acadêmica? Abçs!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Opa, obrigado pelas contribuições. 1) Não diria que o melhor. Seria presunçoso, arrogante e fora da realidade. Eu faço um debate bem legal sobre o conceito de poder em Foucault. Mas tem muita gente legal fazendo o mesmo. Para os iniciantes eu recomendo o livro "Como ler Foucault" da Johanna Oksala. Para quem lê em inglês, eu recomendo Foucault on Freedom, da Oksala, que para mim é a melhor comentadora do autor. Mas se você não vai ler a Oksala em inglês, eu acho que poderia gostar de ler minha tese sim. Eu vou até Nietzsche e Rorty para tentar entender Foucault. 2) Não conheço a obra. Acabei de baixar a tese e ler o resumo e os tópicos. Me parece um estudo sério, porém, que já veio com conclusão encomendada antes da pesquisa. Retratar Foucault como Irracionalista e conservador são erros GRAVES. Retratar o pós-modernismo como a lógica cultural do capitalismo tardio também é. Mas é um erro grave baseado em um dos famosos autores marxistas que tem: David Harvey. Então acredito que o grande problema não seja tanto da pessoa que escreveu a tese, mas do fato dela já se inserir dentro de uma tradição e não ter tentado ir além. Uma leitura cuidadosa de A condição pós-moderna de Lyotard já teria resolvido o problema. 3) Eu tenho uma série de críticas que considero legítimas ao pensamento de Foucault. 1 - Foucault é necessário, mas não suficiente. Faz parte do pensamento foucaultiano (e isso é demasiadamente complexo por ora), não fornecer soluções. Foucault está mais preocupado em derrubar ídolos do que construir outros. Isso é excelente para a Filosofia mas problemático para a política. Sempre que derrubamos um ídolo, fica um vácuo de poder a ser preenchido. Foucault não ajuda muito nisso (mas também não atrapalha). 2 - O entusiasmo dele pela revolução iraniana. Como bom esquerdista, Foucault fica entusiasmado com qualquer coisa que faça frente ao imperialismo norte-americano. Isso tem seu sentido e eu até concordo. Mas a revolução iraniana já dava sinais de que instauraria um governo autoritário e misógino. Foucault inclusive confessa a seu amigo pessoal Paul Veyne que quando o governo fosse instaurado, seria catastrófico. Mas isso não o impediu de romantizar a coisa em alguns escritos. Acho bastante duvidoso. Embora precise ficar claro que ele não defendeu a Revolução iraniana, mas o direito do povo de se libertar do jugo norte-americano e colocar o governo que desejava no poder (ainda que desejassem algo demasiadamente trágico para ser romantizado, ao meu ver). 3 - Estilo de escrita que não ajuda em alguns momentos, especialmente em alguns dos seus livros iniciais. Aparentemente, Foucault teria admitido para algum filósofo norte-americano que não lembro o nome, que você não é levado a sério na França se não for um pouco complexo e obscuro. Quanto mais famoso Foucault ficou, mais simples ficaram seus textos. Isso me leva a acreditar que ele foi bem maquiavélico em construir seu caminho para a fama. Não julgo, mas acho uma crítica válida. Ao ler os Ditos e escritos vemos que ele tem um enorme potencial de comunicação que poderia ser melhor utilizado em suas obras. Se eu pensar em mais alguma eu venho aqui relatar.
@SuperSl4Sh
@SuperSl4Sh 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno, fico extremamente feliz com seu comentário. Eu perguntei sobre sua tese porque fiquei em dúvida entre ela e sua dissertação rsrsrs. Como ambos os trabalhos tratam da questão, decidi perguntar. Mas, de antemão, já agradeço a recomendação! Quanto a Mavi Pacheco, é um trabalho de fôlego que tem sido bastante mobilizada dentro do campo marxista, mas que não vejo tanto diálogo entre os foucaultianos. Pelo que li, me parece valer a pena. Sobre as suas críticas, obrigado por elencá-las. Vou acompanhar seu trabalho! Abçs!
@juperucchi
@juperucchi 3 жыл бұрын
Que bom que tens paciência (e competência) para sujeitos arrogantes e que adoram falar (mal) sobre o que desconhecem, da esquerda militante, como esse tal Jones Manoel. O artigo é equivocado e o rapaz que o indicou, mais ainda. Obrigada pelo vídeo.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Obrigado. Fico feliz que curtiu o vídeo. :)
@Richallmight2
@Richallmight2 3 жыл бұрын
Como assim "esquerda militante"? Você quer dizer esquerda organizada em movimentos sociais e partido?
@juperucchi
@juperucchi 3 жыл бұрын
@@Richallmight2 talvez a expressão mais justa seja "esquerda não acadêmica" ou "pseudo intelectuais de esquerda". Pois, de fato, o problema do Jones Manoel não é a militância (muitas vezes ingênua, na minha modesta opinião), mas sim, a ausência de honestidade intelectual, típica de certas pessoa na esquerda. E antes que me perguntes "por que desonesta?" Te respondo: o cara não lê o autor que crítica e "vende" sua "crítica" como se tivesse de fato estudado com afinco a obra do autor para dizer o que diz, e diz mau dito, de modo mau feito, do ponto de vista do rigor. Queres maior desonestidade intelectual em uma pesquisa teórica? Não tem meu respeito, nem ele, nem qualquer outro que fale sem ter lido fonte primária. Fato.
@sanzioprais673
@sanzioprais673 2 жыл бұрын
top! Apenas um exercício:: """Quem tem dinheiro Tem poder. quem tem Ouro tem poder. Quem tem imóveis tem poder. Quem tem um grupo tem poder. quem está em grupo tem poder. Quem tem informações tem poder. Quem tem subordinados tem poder. "Quem está com Deus tem poder". quem domina um ofício tem poder""" Etc....
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
Uma questão que me desperta interesse nesse assunto é a possibilidade de confrontação da microfísica do poder a dialética do Senhor e do Escravo em Hegel. Não sei se há algum autor que tenha confrontado esses dois textos diretamente ou se o próprio Foucault chegou a fazer isso.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Achei muito boa a sua comparação, mas até aonde eu vi, ninguém se adentrou nesse tema não.
@lukacsiano41
@lukacsiano41 3 жыл бұрын
Camarada, muito legal tua resposta. Eu não nunca li tal autor em debate, mas faço análises baseadas na realidade a partir dos dados que me é dado. Uma coisa que eu observo muito é que se temos uma esquerda morta em todo mundo, isso tem contribuições de vários autores, penso que um deles seja o dito autor, justamente pelos dados não espantalhos, como os que você escreveu em resposta aos teu seguidores.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Eu acho os espantalhos responsáveis por boa parte dessa crise de esquerda em que vivemos. Mas ainda assim, os milhões de dólares investidos em uma guerra ideológica contra os interesses da população de modo geral também me parece bastante relevante. No final das contas, não deveria nos interessar tanto ficar catando detalhes nos autores e começar uma batalha entre eles. Meu objetivo aqui é justamente o oposto. É conciliar vários autores que possuem divergências, mas possuem um ponto em comum, que é a luta pelos enormes dispositivos ou estruturas de poder que geram privilégios mundo afora e fazem com que pessoas morram de fome, mesmo sobrando comida, sejam violentadas por motivos fúteis como raça, gênero, orientação sexual etc.
@Giovannayanami
@Giovannayanami 3 жыл бұрын
O canal orientação marxista rebate muitas falas problemática do Jones, Sobre Trostokey, "China Comunista", dentre outras coisas
@glauciogonzales
@glauciogonzales 3 жыл бұрын
Mas infelizmente esse trotkista fez espantalhos sobre o anarquismo por conta da orientação "PSTUista" de forma até pior do que o Jones...
@maxtonmoreirafilho3675
@maxtonmoreirafilho3675 3 жыл бұрын
Eu discordo muito do Jones, nesse vídeo sobre Foucault nem se fala. Mas o orientação marxista é ruim, acho ele muito fraco. Claro só interagindo, nada de querer impor alguma coisa.
@joaopedrofeitoza3420
@joaopedrofeitoza3420 3 жыл бұрын
Trotskismo é uma merda
@glauciogonzales
@glauciogonzales 3 жыл бұрын
@@maxtonmoreirafilho3675 , eu tentei falar com o Gustavo Machado. Troquei ideia com ele para fazermos um Hangout justamente para debater as questões pertinentes ao socialismo entre várias organizações e coloquei minha posição como anarquista de forma clara durante a conversa. Ele concordou. Dois dias depois fez aquele vídeo ridículo sobre Kronstradt e ignorou todas minhas mensagens posteriores inclusive no vídeo!
@pietromoresco1988
@pietromoresco1988 3 жыл бұрын
cara, esse canal, o Orientação, tá abaixo da crítica
@luizeduardomotta9215
@luizeduardomotta9215 2 жыл бұрын
O texto do Boito não nega a existência de poderes, mas afirma sim uma hierarquia entre eles. Tampouco o marxismo se centra no poder do capital ou do Estado, a exemplo do Althusser (prof de Foucault) que já falava da reprodução das relações de poder na escola desde 1970. A crítica do Poulantzas a Foucault e a outros é a falta de ênfase no aprimoramento do Estado capitalista a sua função repressiva e de controle
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Muito obrigado pelas informações. Althusser era um marxista meio diferente né? Acho até que bem compatível com Foucault, está chegando a hora de eu ler ele, hehehehe.
@luizeduardomotta9215
@luizeduardomotta9215 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno hoje está disponível muitos textos dele no Google, além do meu livro sobre ele rsrs. E sim, é um marxista bem diferente dos defensores de uma ontolologia do trabalho em Marx como a escola idealista do Lukács.Abraços
@arthurfranckevicius1621
@arthurfranckevicius1621 3 жыл бұрын
Eu fiquei um pouco incomodado com algumas críticas deste vídeo ao outro. Posso estar me expondo a toa e errando conceitos, ainda mais falando por uma pessoa que não sou eu, mas é a vida. Não é o principal ponto, mas eu consideraria mais interessante uma crítica ao texto sugerido em si do que uma crítica ao vídeo de 5 minutos. Agora indo para pontos mais específicos, eu compreendi que a crítica do Jones à questão de representatividade vem de uma concepção de que o capitalismo e o Estado burguês tem o racismo como um dos seus elementos básicos, e aí a presença de pessoas negras nos cargos de poder por si não muda esse sistema de dominação. Deveria haver uma revolução e a construção de um novo Estado (antes de desmontar o Estado de vez). Nesse ponto aquilo que ele traz como uma implicação de uma visão foucaultiana seria uma noção instrumental do Estado por dizer que ele só estaria lá e funcionaria a partir das pessoas específicas que estão lá. Posso estar indo no caminho errado, mas vejo que seria como afirmar que "ah se eu virar burguês e for uma boa pessoa a gente muda o capitalismo" (a intenção do exemplo não debochar, só achei ilustrativo), ele argumenta que não, o Estado atual enquanto tal sobrevive baseado no racismo. A questão da crítica ao poder "difuso" seria que passa a impressão de que não precisamos tomar o poder, no sentido de derrubar o Estado. Conseguiríamos uma mudança significativa ao nos inserirmos em escolas, no direito, em cargos administrativos, mas sem derrubar o Estado burguês, o que ele discorda já que é o Estado que sustenta o capitalismo. E aí não teria essa questão de associar o "poder" com a "maldade", ele estaria criticando o caminho reformista de mudanças graduais dentro do capitalismo através da tomada de posições importantes sem uma revolução de fato. Espero que eu tenha sido preciso e não tenha colocado uma terceira versão das coisas kkkkkkk, mas é isso aí, espero que isso auxilie em algo. Peço desculpas por não ir diretamente nos seus argumentos, meu incômodo maior foi essa impressão de uma incompreensão da crítica que era apenas um vídeo de divulgação para um texto mais completo.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Opa, obrigado pelo comentário. Olha, aqui no youtube, tempo é um recurso valioso. O vídeo do Jones saiu ontem e eu queria um vídeo hoje. Comprar o livro, ler o texto e refutá-lo me parece uma tarefa que simplesmente não vale a pena. Até porque, o próprio Jones e o próprio autor do livro sequer se deram ao trabalho de definir de verdade o conceito de poder em Foucault. Então a sua sugestão segue muito mais a linha de algo que aconteceria dentro do meio acadêmico do que no youtube, sabe? Eu comentei que concordo que a presença negras de pessoas no poder não muda o sistema de representação. Mas isso não significa que não seja importante né? Também não vejo ninguém dizendo que simplesmente colocar pessoas negras no poder mudaria isso. Ou seja, ele de fato refutou um espantalho. A visão instrumental de Estado, tal como apresentada por Jones Manoel, simplesmente não existe em Foucault. Também não existe em Foucault a ideia de que devemos ir gradativamente nos inserindo nas instituições, até tomarmos o poder, sem que seja necessário uma revolução. Na verdade, essa é uma das questões mais complexas em Foucault. Foucault não é um reformista nem um revolucionário. Ele simplesmente nega o jogo. A coisa funciona de forma circular. O Estado sustenta o capitalismo, mas o capitalismo sustenta o Estado. Por isso Foucault é um pós-estruturalista. Ele pensa a partir das estruturas, não dos indivíduos. Nenhum ser-humano criou o Estado ou o capitalismo. Eles são o resultado de inúmeros, milhões, bilhões de micro-relações de poder. Nenhuma mudança em alguma destas micro-relações irá resultar em algo macro. Mas isso não significa que exista uma solução definitiva em uma Revolução. É justamente aí. Mesmo que existam revoluções, elas não necessariamente se desprendem completamente do sistema anterior. Os seres-humanos tem uma ilusão de que podem influenciar o mundo muito mais do que realmente podem. Não deveria ser papel dos "intelectuais" dizer como o mundo deveria ser para ser perfeito. O papel de um intelectual é se inserir nas relações de poder e abrir os canais que estão fechados. Visibilizar aquilo que está invisível. Isso não é revolucionário nem anti-revolucionário. Foucault vai dizer que deve decidir pela revolução quem está disposto a morrer por ela, e não intelectuais que ficam criando suas teorias. É a famosa crítica de Foucault ao intelectual universal. Então, uma revolução que ocorra em um contexto em que os canais de informação sejam invisibilizados, dificilmente dará certo. É só isso. A constante prática de tornar visível aquilo que está invisível (ou melhor ainda, aquilo que está visível mas não estamos vendo mesmo assim), é uma prática importante. Não tem como mudar o mundo sem ela. Mas, ela por si só, não muda o mundo. Logo, Foucault é um autor que precisamos ter sempre ao nosso lado, e sempre tentando ir além. Pois ele reconheceu os seus limites, que são os limites de todo ser-humano que eventualmente irá morrer e deixar o mundo continuando por conta própria.
@arthurfranckevicius1621
@arthurfranckevicius1621 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Olá! Obrigado pela resposta! Muito interessante! Então eu concordo com você xD, porque dá para argumentar que o Jones falou sobre uma possível interpretação de Foucault, mas a impressão era de que havia aquela noção na obra do autor, o que é bem diferente do que você trouxe. Eu achei interessante a visão do autor, mas eu fiquei com um receio, eu utilizo uma visão de ser humano que não tem livre arbítrio e tals, mas ainda assim incomodou um pouco a questão de dizer que os seres humanos acharem que podem mudar mais do que podem, talvez seja até mais honesto se for o caso. Só que tem um incômodo muito grande meu nisso, e isso não implica que a afirmação esteja incorreta certamente, mas de que pelo menos a forma como eu li a frase traz um pessimismo de mudança, como se estivéssemos acorrentados e não tivesse muito o que fazer. Pode ser uma interpretação exagerada, mas eu tive essa imagem. O que você acha? Apesar dele falar sobre limites isso implica em uma impossibilidade de grandes mudanças, ou mesmo com os limites a ação coletiva é capaz de transformar de forma significativa a realidade?
@mauriciopiresnatorp9419
@mauriciopiresnatorp9419 3 жыл бұрын
E onde entra o chamado “identitarismo”, as “pautas identitárias” nessa discussão sobre as minorias sociológicas?
@s3v3r1n0
@s3v3r1n0 2 жыл бұрын
Aos 14:40 você diz que o poder é neutro. Pois esse é o maior problema. Por isso Foucault não tem uma teoria do Estado, nem Nietzsche, já que o poder é uma espécie de condição imutável da existência humana, resultado das nossos comportamentos como disse você. O poder não é algo necessariamente ruim, claro, já que estaria além do bem e do mal
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Sim. Esse é o problema e Foucault realmente não tem uma teoria do Estado. Mas isso é um fato né? Nós precisamos lidar com esse fato e fazer o melhor possível com isso. Não fingir que ele é malvado o tempo todo e que existe alguma possibilidade de acabar com o poder e viver em uma sociedade sem relações de poder. Por isso Foucault é tão importante. Para aceitarmos esta condição "trágica" de existência humana e partir daí.
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 3 жыл бұрын
18:50
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhh que bom que gostou. Fazia tempo que não te via por aqui. Fui até ver o trecho qual era, hahaha.
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno O maldito algoritmo não tava entregando teus vídeo pra mim, mas voltei. 👏🏾👍🏾☺😉💙
@diegolucavei
@diegolucavei 3 жыл бұрын
Nossa que desserviço esse video do Jones. Não conheço ele, mas ja ouvi falarem bem, não imaginava que ele seria tão raso.
@LucasSouza-gd8ce
@LucasSouza-gd8ce 3 жыл бұрын
De vez em quando, nao é sempre
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Olha, o youtube é complicado mesmo. Ele tem bastante conteúdo bom. Esse vídeo o objetivo foi fazer uma breve resenha sobre um texto que ele considera legal, de algum marxista que ele respeita. Eu confesso que não culpo muito ele não. Mas aproveitei a deixa para desmistificar uma série de coisas que são bastante "senso-comum" quando as pessoas vão criticar Foucault. Faz parte do jogo, hahaha.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
@@LucasSouza-gd8ce Concordo. É aquela coisa né? O Jones Manoel falando mal do capitalismo eu sou fã. Falando mal de Foucault, daí o bicho pega, huahauhau.
@BrunoRodrigues-ts1wf
@BrunoRodrigues-ts1wf 2 жыл бұрын
Espantalho e caricatura é com ele mesmo.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Muitas vezes sim. Em outras, ele faz um bom trabalho. A verdade é que todo mundo faz espantalhos pra falar de pós-modernismo. O mundo é predominantemente conservador, até quando tenta não ser.
@robs3305
@robs3305 3 жыл бұрын
Boa tarde O critério de avaliação do materialismo histórico jamais será exclusivamente teórico. Então,começo com uma questão singela: Em que lugar do mundo aqueles que defendem Foucault participaram (mesmo que secundariamente) de algum processo (revolucionário) de tomada do poder central? Difícil apontar sequer um exemplo, né? Então vou facilitar: onde a açao política dos foucaultianos tendeu a posturas reformistas; a discursos que buscam as chamadas "brechas" de poder no interior das instituições e das relações? Agora ficou fácil apontar um milhão de exemplos em qualquer departamento universitário de humanas, não é mesmo? Perceba que seria vão retrucar com a alegação de que os termos (e seus sentidos) de Foucault não eram exatamente estes. Pra análise materialista dialética o critério de avaliação será sempre a práxis (teoria e prática fundidas na prática). A partir deste critério, não é verdade que a teoria de Foucault tende intensificar a luta pela "tomada do poder concentrado", mas, pelo contrário: as práticas políticas (no interior dos movimentos e partidos de esquerda) que tomam como base os princípios foucaultianos tendem a concentrar-se em ações tópicas, pontuais (e, por vezes, apenas na redução de danos), criando-se a ilusão de que se está mudando alguma coisa... E a questão não é criticar "Foucault ou MBL". Criticamos mais e mais fortemente o MBL, mas é preciso também (e urgentemente) combater as ilusões reformistas no interior dos movimentos e partidos de esquerda (inclusive para termos melhores condições de atuar naquilo que Foucault chamava de "micropolítica")
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Muito boa a sua consideração. Vou gravar um vídeo agora fazendo algumas reflexões sobre isso. Acho que você está ciente de que continua se tratando de um espantalho de Foucault, mas considera este espantalho necessário.
@robs3305
@robs3305 3 жыл бұрын
Não chamaria de "espantalho". Chamaria de "a teoria foucaultiana em sua realização, enquanto ação política". Sei que alguém poderia retrucar, dando como exemplo experiências que se reivindicam marxistas e que "não o são". Mas (avaliando de modo materialista) este seria um falso debate. Ao contrário de dizer que "esta não é uma experiência ou uma concepção verdadeiramente marxista", creio que o marxismo é tudo o que se reivindicou historicamente como tal (mesmo que por vezes conflitante com Marx, Engels, Lenin). Por isso não penso que faça sentido defender um "Marx em si", assim como não faz sentido buscar um "Foucault em si" (independente de como a sua ação política se expressa em diferentes atores). Acho muito bom o seu chamado à leitura rigorosa dos textos filosóficos, mas é preciso considerar em que registro se trava cada debate. Nos embates políticos, por exemplo, é necessário ir além da leitura estrutural dos textos filosóficos. É preciso encarar a quais tendências políticas eles servem de fundamento. Isto não é "criar espantalho", mas realizar uma "análise concreta da situação concreta" (análise que não exclui a leitura rigorosa dos textos, mas que a transcende, e incorpora-a na leitura rigorosa do real).
@joaquimmonteiro9781
@joaquimmonteiro9781 3 жыл бұрын
Jones Manoel 2022!!!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Vai se candidatar? Dependendo das opções eu até voto. Não é crime não saber Foucault. Eu to só suscitando um debate, não atacando uma pessoa.
@lukacsiano41
@lukacsiano41 3 жыл бұрын
Representatividade, no meu modesto juízo, é a pior coisa que nos aconteceu. Vou acompanhar teu canal para ver se tu sustenta tuas bases filosóficas.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sustento sim, hahaha. E vou fazer um vídeo sobre representatividade em breve.
@luizeduardomotta9215
@luizeduardomotta9215 2 жыл бұрын
A relações sociais de produção não se limitam na infraestrutura mas sim no conjunto das estruturas como a ideológica e a política, ou seja, envolve o conjunto das relações sociais. A tentativa da Revolução Cultural chinesa era exatamente está, e não foi casual que Foucault ficou empolgado com essa perspectiva nos seus anos iniciais
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Sim. Muito bom. To tentando entender mais sobre a China porque considero imprescindível. Mas ainda não tenho conhecimento para opinar.
@pedrogabriel6810
@pedrogabriel6810 2 жыл бұрын
As relações sociais de produção não se limitam a infraestrutura e nem a estrutura, porque elas são produto de princípios que já estavam aqui antes de tudo. O argumento de que os mecanismos de riqueza são consequência de ideologias, método, teoria e política é uma ideia falsa
@basculhoboy5238
@basculhoboy5238 3 жыл бұрын
Daniel, outra coisa, por favor: essas relações de poder (pra Foucalt) se estendem aos lugares que as pessoas ocupam na pirâmide social? Tipo: um heterossexual teria uma relação de poder com um homossexual, por exemplo, já que, hierarquicamente falando, na sociedade, eles tão em posições distintas? Desculpa se as perguntas forem muito idiotas, hehehe...
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sim. Na verdade, a relação de poder é sempre mútua. O que existe de diferença é a concentração do mesmo. A sociedade concentra poder na heterossexualidade. Mas todo poder possui sua resistência. As lutas dos homossexuais também são relações de poder. E também possuem suas estratégias. Foucault inclusive usa isso como exemplo. Em algum momento a estratégia heterossexual foi chamar os homossexuais de doentes. Isso abriu espaço para que eles respondessem "se somos doentes, porque nos tratam tão mal? É correto tratar pessoas doentes dessa maneira?" Isso expõe a hipocrisia dos heterossexuais e serve como resistência.
@basculhoboy5238
@basculhoboy5238 3 жыл бұрын
Cê sabe que, antigamente - por ser mais novo e menos articulado, naturalmente -, alguém me chamava (de forma pejorativa) de gay, e eu ficava pra morrer; hoje, não mais. Inclusive, outro dia, uma pessoa (da minha família) que, bastava uma briga, pra vomitar seus preconceitos, me chamou de bi***... e eu disse: "Sim, mas no que isso desqualificaria o meu caráter?" - pois a figura ficou sem ação e, num outro desentendimento, já não tocou nisso, até estranhei...
@basculhoboy5238
@basculhoboy5238 3 жыл бұрын
Mas uma coisa que também me intriga é quando dizem (mesmo os bem intencionados) que "o homossexual não escolheu" - ok, de fato, é real, na medida que não me foi ofertada outra opção. Mas e se eu tivesse escolhido, gente, qual o problema? Me parece que esse discurso ainda se sustenta numa idéia de doença, sabe?
@Simone15097
@Simone15097 3 жыл бұрын
Excelente sua explicação
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Muito obrigado. Fico feliz que tenha curtido.
@mateuspaegle777
@mateuspaegle777 Жыл бұрын
Pelo que eu vejo jones falar de foucault o que parece é que ele não entende e aí resolve falar mal. Tipo uma coisa meio infantil msm kkk Eu sinceramente torço pelo aprofundamento dele em qualquer ideia, até pq sou pernambucano e ele tá ganhando uma visibilidade cada vez maior por aqui depois de se candidatar pro governo do estado.
@atividadesnaxacrinha4220
@atividadesnaxacrinha4220 2 жыл бұрын
MORAL DA ESTORIA VOCE SO E BOM QUANDO ESTA DO MEU LADO
@paulosergioguerreiro5620
@paulosergioguerreiro5620 3 жыл бұрын
Muito bom o vídeo, também estudo o Foucault e quero aproveitar para perguntar, você de fato considera Foucault como um "pós-moderno"?
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Opaaa, que legal que também estuda Foucault. Sim. Eu considero Foucault um pós-moderno, embora ele mesmo se diga "embaraçado" quando questionado sobre o termo, hahahaha. Mas repare que eu não aceito a visão tradicional na qual ser um pós-moderno é algo ruim. Pelo contrário. Para mim é a coisa mais óbvia que existe e precisamos inverter o quadro filosófico da nossa tradição.
@paulosergioguerreiro5620
@paulosergioguerreiro5620 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno por que não localizá-lo simplesmente como um pensador contemporâneo? Ao invés de colocá-lo nesse limbo temporal entre modernidade e contemporaneidade.
@judivaljunior1972
@judivaljunior1972 3 жыл бұрын
Gostei do seu conteúdo, li vigiar e punir, palavras e as coisas, e arqueologia do saber, de forma fragmentada, por isso sei menos que deveria sobre assunto. Faço ciências sociais, e no meu curso o francês é bastante debatido. Posso me encontrar muito equivocado e deixo isso claro aqui desde já. Mas minha impressão é que o Foucault através dos seus textos, deposita um esforço extremo pra se afastar da lógica da contradição hegeliana, e bebe muitíssimo do Nietzsche e Freud. Dessa forma, essa interação de fortes e fracos permeada por relações de poder, é o que, segundo eu, e acho que segundo o Jones também, afasta o Foucault de propor algo substancialmente radical pra uma mudança social significativa, ele parece um Adorno da segunda metade do século passado. Nietzsche naturalizava essas relações entre fracos e fortes, pra ele, e acho que vc sabe disso, isso é simplesmente a vontade de potência procurando se exercer, tanto dos fracos pra servir e moralizar, como dos fortes pra mudar e ser seguido. Eu entendo todo o axioma de apontar que o poder não se econtra em um só lugar, mas circula entre o tecido. E como você mesmo falou, mesmo eu me considerando um marxista, não vejo o poder como algo necessariamente ruim, Gramsci e Benjamim ja tinham abordado isso, mas me parece que Foucault cria novas categorias por puro personalismo filosófico, novas categorias de uma tradição ja consolidada da teoria do poder, e nesse caso, acho ruim criar novas categorias quando as antigas ja explicam e podem ser atualizadas para novos fenômenos. Dito isso, o admiro muito como intelectual, e sem dúvidas, é um dos mais importantes do século XX, mas não sei se concordo que ele instiga tudo isso expressado por você no final do vídeo, ao contrário de você, vejo nele, um acadêmico amorfo, que acha que entregar panfleto é ser revolucionário, mesmo sendo maoísta no passado. Ele suscita uma espécie de poder positivo, e não o horizontal, instiga querer dominar pra viver, e não corroer as estrututuras do Estado para extingui-la. Por fim, me incomoda profundamente ele se afastar da ciência da lógica, mas recorrer a ela sempre, só que de forma a particularizar as situações complexas, abandonando a busca da totalidade, não como algo determinante, etapista, teleológico e economicista, como muitos acusam os marxistas de ser, mas como totalidade que se movimenta, voltada e voltando ao particular, Aquela que busca a coexistência de constelações distintas na nossa realidade para poder entendê-las e transformá-las.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que legal. Deu pra ver que você entende bem de Foucault e não falou nenhuma besteira. O Foucault "propositivo" é realmente muito fraco, mas isso faz parte de sua metodologia filosófica. Ele não deveria ser visto como um incômodo para quem é propositivo, mas sim como uma ferramenta útil. Isso o afastaria desse intelectual que você pintou aqui. Sobre criar novas categorias, não acho que seja Foucault que faça isso, mas todo intelectual que almeje um pensamento autônomo. Muito da teoria do poder foucaultiana já está nos marxistas, inclusive na Escola de Frankfurt, como o próprio Foucault reconhece. Acho que no fundo, isso também acaba sendo uma luta por poder. Ele descreve de maneira mais interessante e profunda o fenômeno do poder, mas não tira isso do nada. Isso também é nietzschiano, na verdade. Foucault não instiga corroer as estruturas do Estado porque para ele o problema não é o Estado em si, mas as relações de poder que circulam neste Estado. Justamente por isso ele abandona a busca da totalidade. Ela não pode ser apreendida. A própria busca da totalidade já é algo demasiado complexo e a impossibilidade de apreendê-la pode gerar relações de poder indesejáveis.
@judivaljunior1972
@judivaljunior1972 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Entendi seu ponto, boas colocações, acho esse debate sobre poder, cultura muito frutífero para entendermos a nossa conjuntura política de forma mais séria e profunda. Levarei o que vc falou em conta. Ganhou mais um inscrito no canal.
@gabrieldias303
@gabrieldias303 2 жыл бұрын
Porque o Jones é contra essa ideia de negros nos locais de poder: Porque ele n é adepto da ideia de igualdade. O Jones defende a desracialização, pq raça é um conceito criado, oq o Jones defende, é o fim desse conceito e n simplesmente um 50 a 50 brancos e negros no poder
@cryptovagnerrodrigues8463
@cryptovagnerrodrigues8463 3 жыл бұрын
Pois é. Também faço parte do movimento negro na Universidade, esse debate da representatividade é central. Ninguém acha que ter pessoas negras engajas em cargos de poder não possa combater o racismo. Mas também achei a crítica do Jones bem rasa, mesmo lendo pouco Foucault.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sim. Pretendo fazer um vídeo só sobre isso em breve.
@celioaraujo4383
@celioaraujo4383 3 жыл бұрын
Maravilhosoooooo!!!!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que bom que curtiu. Fico muito feliz.
@soudepernambuco
@soudepernambuco 3 жыл бұрын
kkkkkkkkkkkkkkkkkk... morro de rir quando vejo "jones manoel"... esse cara estudava na UFPE na mesma época que eu... morro de rir com quem leva ele a sério. kkkkkkkkkkkkk
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Olha, eu achei o vídeo dele bem ruim, mas de modo geral, acho o trabalho dele importante.
@soudepernambuco
@soudepernambuco 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno eu não sou da área de humanas. Confesso que não entendo nem me interesso por quase nada dessas discussões. Só é engraçado ver ele ter ficado "famoso" nacionalmente. Um menino que vi várias vezes pessoalmente.
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 3 жыл бұрын
AAAAAAAAAAHHHHHH.....👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Oi sumido. Hahuahuhaua.
@Thiago30Pacheco
@Thiago30Pacheco 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Oi gatinho, saudades kkkkkk brincadeira kkkkkk
@j0i1n3n
@j0i1n3n 3 жыл бұрын
N cara pra simplificar ele crítica o uso do conceito de poder em Foucault, quando usado para desmobilizar a luta da classe trabalhadora contra esse tipo de poder q está aí, ele está correto, o resto é balela.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Mas o conceito de poder em Foucault não precisa desmobilizar a classe trabalhadora. Pode até fortalecer quando usado corretamente.
@j0i1n3n
@j0i1n3n 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Com certeza mas esse ñ o contexto da crítica do Jones ñ critica Foucault e sim as intepretações mal intencionadas e a serviço da burgesia de gente q foi cooptada como a Djamila.
@basculhoboy5238
@basculhoboy5238 3 жыл бұрын
Na pandemia mesmo, por exemplo, essas relações de poder evidenciaram suas potências. Por exemplo: algumas amigas minhas pagavam suas funcionárias domésticas pra ficarem em casa; outras - mais minions, mas não somente -, acharam um absurdo e, pagavam as moças, mediante elas comparecerem ao trabalho... Com relação à escola das crianças foi a mesma coisa: algumas continuaram pagando, mesmo as crianças não indo; outras acharam um absurdo, e pararam de pagar... Se relaciona, de alguma forma, ou tô viajando (?), kkkkkkkk... Porquê, talvez, se tivéssemos uma sociedade mais sadia e civilizada, essas, que obrigavam suas funcionárias a comparecerem ao serviço, pensariam diferente - pagando as moças (apesar do papel omisso do estado) pra ficarem em casa -, e o vírus não se alastraria tanto... Outro dia, minha faxineira, fez um comentário homofóbico, e, num primeiro momento, fui bem grosseiro com ela... Mas, em seguida, percebi que, hierarquicamente falando, ela tava numa posição meio que subalterna, podendo sentir-se intimidada pro debate, então pedi desculpas pela forma que falei, e, por mais que ela tivesse bem equivocada, tentei deixar uma porta aberta pra ela colocar a opinião dela. Pior você não sabe: no final das contas, ela me disse que desconfiava que a filha fosse... Aí fiquei tentando mostrar que isso não desqualificaria, nem um pouco, a menina. Sem deixar de retificar que ela poderia nem ser, que jeito, ou modo de vestir, por exemplo, não determina nada. E, de quebra, aproveitei pra elucidar um pouco o descolamento entre gênero e sexualidade. Ela me pareceu bem receptiva (só não sei se entendeu), inclusive... Fiquei até pensando: será que ela armou isso tudo, porquê era a única forma (com aquelas piadinhas cretinas) que ela encontrou de abordar a temática homossexual e falar sobre a filha (?)... lembrando que eu sou gay, e ela sabe. Mas enfim, pode ter sido a forma que ela encontrou, né (?), não sei... Um abraço!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Olá amigo. Você não tá viajando não. O poder reside inclusive nas relações das donas de casa com suas funcionárias. E dependendo de como se dá essa relação, existe mais ou menos empatia, mais ou menos disposição e entender as dificuldades das funcionárias domésticas. Uma sociedade onde as relações de poder não estivessem tão voltadas para o consumismo e a exploração do trabalho, teria menor necessidade de movimentar a economia a todo custo (embora algum grau precise sempre ser mantido). Isso facilitaria a questão da Covid. Interessante a sua história. De fato, o poder está em todo lugar e ele assume inúmeras formas. Existe uma relação de classe aí, e você fez bem em ser educado com ela, mas também fez bem em contestar a sua homofobia. Você enquanto uma pessoa que teve mais acesso à educação, possui melhores ferramentas para pensar a questão da homossexualidade e deve usar essas ferramentas da melhor maneira possível. Mas isso não significa que ela enquanto pessoa de uma renda inferior não possa também ter seus preconceitos e inclusive usá-los de maneira opressora contra você ou contra a própria filha. Porque o poder se alastra na sociedade. Esse preconceito dela foi ensinado durante anos e é uma tarefa bem mais difícil para ela se livrar dele do que para você. Por isso sempre é bom ser estratégico (embora isso dependa do grau de opressão né? como me parece que foi tudo de forma civilizada, tá ótimo).
@rafaelverissimo1468
@rafaelverissimo1468 3 жыл бұрын
Anarquismo teria relações de poder?
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
Penso que o problema levantado pelos marxistas não está tanto em se admitir que o poder possa ser difuso em alguma proporção ou se reconhecer alguma influência da micropolitica na macropolitica. O problema estar em reconhecer qual é essa proporção e de que modo isso se reflete na agência dos indivíduos. Para o marxistas, essa distribuição nâo é uniforme, ela se dá de forma muito desigual, assimétrica, autoritária, sempre com tendência monopolizadora, ao ponto de uma pequena parcela da humanudade ser capaz de reduzir drasticamente a liberdade de agência da grande maioria dos sujeitos, limitando suas condições de transformação concreta da realidade. Digo muito além das representações do mundo e das condições subjetivas que possam ser forjadas para se enfrente as adversidades da vida. Essa centralidade do poder está fundado numa infraestrutura que é politicamente mais determinante: a contradição entre capital e trabalho. Essa contradição econômica se sobreporia a superestrutura onde se localiza a cultura. E por esse motivo, tomar o poder, é compreendido no marxismo, quase como sinônimo de se assumir o controle sobre os meios sociais de produção. O poder estaria consideravelmente concentrado na infraestrutura. Mas claro, penso que isso não deveria servir de justificativa para se ignorar a dinâmica das relações na escala da micropolitica, inclusive porque é nela que frequentemente podem os marxistas mais revolucionários construírem seu trabalho de base na disputa pela hegemonia popular. Sei que alguns autores argumentariam que essa hegemonia é impossível, entretanto, eu pergunto: a forma mercadoria é hegemônica? Por quê ela é possível?
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Eu não acho que um pós-moderno discordaria dessa tendência assimétrica, autoritária e monopolizadora do poder. Acho que trata-se mais de entender que esta concentração de poder, que claramente existe na humanidade inteira, é fruto de inúmeras micro-relações de poder que lhe servem de alicercer. Por exemplo, o atual governo é um projeto econômico com o objetivo de tornar o Brasil um país de terceiro mundo, pobre e subserviente aos interesses dos países mais ricos, especialmente os EUA, gerando uma pequena elite de multimilionários (afinal, países pobres produzem pessoas muito ricas). Mas esse projeto só se concretiza a partir de inúmeras micro-relações de poder. Os evangélicos explorando as dores dos miseráveis, o racismo que sempre esteve nas nossas entranhas, a homofobia, a misoginia, a anti-ciência, o nosso pouco apreço pelos fatos que nos permite amar as fake news e muitas outras coisas. Trata-se mais de compreender os inúmeros fluxos do micro-poder que permitem o macro-poder do que identificar um elemento essencial que seria o causador de tudo. Essa essência não existe. A concentração de poder é o resulto de inúmeras pequenas batalhas. Quem mobiliza elas para algum vetor específico é vitorioso. Bolsonaro foi vitorioso em organizar direito tudo o que existe de ruim no Brasil e transformar isso em um governo necropolítico. Agora, sua ignorância está fazendo ele perder isso e o poder vai se reorganizar em alguma outra direção (embora talvez nem mude estruturalmente as coisas). A centralidade do poder no modo capital e trabalho é fundamental para entendermos o mundo hoje. Mas ela não dá conta de tudo. Porque a relação capital e trabalho só funciona por conta da legitimidade que ela consegue mobilizar. Essa legitimidade é baseada nas inúmeras instituições que possuímos. Precisamos de escolas que não nos emancipem disso; de igrejas que defendam uma visão de mundo conservadora e permita ao trabalhador achar que ele merece o que vive, sem desejar emancipação, mas assimilação dentro do sistema; prisões que fabricam delinquentes e direcionam o ódio da população nas pessoas periféricas e não nos responsáveis por essa violência e miséria; programas de televisão que massificam o raciocínio e seduzem todo mundo, direcionando-os para questões fúteis e mais um monte de coisa. O mundo é tão mais complexo do que identificar algo que seria a infraestrutura da sociedade e achar que toda a superestrutura é consequência direta disso (não que os marxistas sejam necessariamente simplistas assim). A forma mercadoria é hegemônica. Tudo está se tornando mercadoria. Até a felicidade. Ela é possível porque depois do desencantamento do mundo e do desenvolvimento da tecnologia, tudo virou um algoritmo. O ser-humano é um algoritmo a ser gerido biopoliticamente por quem possui os recursos para isso.
@vinikrausz
@vinikrausz 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno então temos concordância nisso tudo.
@jardesonvinicius8682
@jardesonvinicius8682 3 жыл бұрын
O ze Paulo Netto fala que pro foucault no final há vários sujeitos e tauz
@ibereziandeandradesilva7779
@ibereziandeandradesilva7779 3 жыл бұрын
Eu não acho que ele utilizou aquele argumento, que pode ser visto como um argumento falho, para dizer que a dispersão de poder seja algo ruim. Acho que ele quis dizer que essa "dispersão de poder" é usada para que não tenha o foco em um poder central
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Também acho que ele "queria dizer" isso. Mas não foi o que ele disse né?
@professorluciojunior3998
@professorluciojunior3998 2 жыл бұрын
É bastante curioso que nesse vídeo sobre Foucault parece ter deixado de lado um insight interessante que ele absorve da tradição comunista, que na América Latina classe e raça estão relacionados. Nunca a maioria ou grande parte das posições chaves do estado serão compostas por negros e nativos, só na revolução socialista. E na Hungria depois da revolução de 49, antes de 56, algo semelhante aconteceu. Os judeus estavam no comando do estado depois de trinta anos de fascismo. Foi como se os yanomânis assumissem o poder em postos chave depois de trinta anos de bolsonarismo.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Excelente colocação. Isso simplesmente não passou pela minha cabeça. Na verdade, eu me toquei disso quando reli o livro "Racismo Estrutural" do Sílvio Almeida e olhei com muita calma as considerações que ele faz de Foucault. O Sílveio Almeida é muito bom, porque ele consegue ser marxista e foucaultiano ao mesmo tempo e ainda ir além.
@Richallmight2
@Richallmight2 3 жыл бұрын
Me lembrou o Yezhov! Tinha tanto poder que cometeu excessos desgraçados nos expurgos de 37. Enfim, to virando pós moderno?!😳
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Espero que sim. Hahauahuah.
@luigidandrea5854
@luigidandrea5854 3 жыл бұрын
Maravilhoso , trabalho com Foucault na Psicologia. Foi uma leitura rasa.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Que bom que gostou. Foucault é bom pra pensarmos a psicologia né? Adoro a versatilidade do autor.
@luigidandrea5854
@luigidandrea5854 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno sim, ele é base para pensar em uma Psicologia para pensar também pensar em relação de poder e pedagogia do corpo. Obrigado pelo conteúdo.
@ravicaju4450
@ravicaju4450 3 жыл бұрын
Treeeeetaaaaa hehehe brincadeira, debate acadêmico. Show.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Brincadeira nada. Treta saudável é ótimo pro canal. Eu treto desde a época do orkut. Hahhah.
@icarolorenzo8689
@icarolorenzo8689 3 жыл бұрын
👍
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Yeahhhh.
@PMfixman
@PMfixman 3 жыл бұрын
Eu conheço o Jones Manuel só por ler e ouvir falar sobre ele, e não assisti esse vídeo que ele fez. De qquer forma, fiquei contente em confirmar que a minha interpretação sobre o que o Foucault falou, diversas vezes, sobre o poder, em suas várias formas, parece correta. E mais, que eu concordo com ele. O poder, em suas inúmeras formas de manifestação, é onipresente e, penso, determinante. O termo "diluído" me parece muito inadequado; ele é disseminado em todas as instâncias das relações, com maiores ou menores graus de influência, de consequências. E que, tb, não existe uma centralização última do poder. Ouço falar tanto do Jones que, algum dia, vou dar uma explorada nos materiais que ele produz.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sim. Você compreendeu perfeitamente o que é o poder em Foucault. Ele chega a ir mais além que isso, mas o núcleo é esse mesmo. Essa é a microfísica do poder. O Jones é bem legal, especialmente quando critica o capitalismo e a direita. Mas é claro, dentro do marxismo existem inúmeras disputas e eu particularmente não me interesso por elas. Dentre estas disputas, Foucault costuma aparecer como uma pedra no sapato. Ao meu ver, os marxistas poderiam perfeitamente integrar o conceito de poder em Foucault. O próprio Pedro e o do Ateu Informa é alguém bastante ciente disso. Mas alguns preferem manter um ideal revolucionário mais utópico e menos pragmático. Daí realmente é incompatível com Foucault.
@PMfixman
@PMfixman 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno O que eu percebo nos marxistas é não haver o reconhecimento de que essas manifestações de poder, inclusive em todos os relacionamentos, mesmo nos 1 + 1. E que, não necessariamente, o poder é algo para se combater, evitar, algo danoso. O poder é sempre presente, quer se queira ou não, então a questão é como ele vai ser usado. E pode ser bem usado, e o é em muitas vezes. Além de inevitável é necessário. Eu gosto do Pedro, o segui por algum tempo, mesmo discordando de algumas coisas ou, às vezes, das formas como ele as aborda e tb a algumas pessoas. Parei de seguir pq os vídeos dele são muito longos, ele se dispersa bastante inclusive com os inscritos a toda hora a live inteira. Uma coisa que eu acho incrível é a defesa que ele faz da China. Eu até cheguei a discutir sobre isso com ele, mas achei inútil. E ele exagera na agressividade das respostas. Gostei qdo vc, com ele e o Gonzales, começaram aquelas lives. Elas são legais e, com vcs, o Pedro fica muito mais razoável.
@arunamzanvettorguedes3051
@arunamzanvettorguedes3051 3 жыл бұрын
Aliás, o conteúdo do vídeo foi bom, mas eu diria só que ao meu ver o Estado é uma forma de existência social que não soluciona de fato os problemas da sociedade civil, no final temos que nos emancipar do Estado também, claro, é a minha visão.. Não desenvolvi muito a respeito, mas acho que dá pra sacar só com isso rs
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Dá pra sacar sim. Mas o Estado não é uma instituição do modo como a maioria dos liberais pensa. O Estado é um conjunto de instituições que busca centralizar algo. A lógica de "emancipação" estatal é mais autoritária do que os próprios estados. Porque só seria possível concentrando poder em algum grupo mais forte que ele.
@arunamzanvettorguedes3051
@arunamzanvettorguedes3051 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Você tá dizendo da concepção antiestatista (especialmente contra o chamado Estado de bem estar social) ancap e da ideia de Estado mínimo propagada pelos neoliberais? Tbm concordo com a crítica sobre essa visão. Tá cheio de erro de digitação (acho) mas coloquei algo sobre isso aqui no Twitter. Vou colar aqui já que ele não deixa eu colocar o link "O chamado Estado mínimo é Estado máximo, pois é um Estado que usa toda sua capacidade impor sua força apenas para proteger a "sagrada" propriedade privada na qual, especialmente no Estado burguês, é em última instância sua função de ser O chamado Estado de bem estar social é uma concessão a diminuição da opressão desse Estado, passando - ainda que indiretamente - recursos sociais para as próprias pessoas, como diz Noam Chomsky (de vez em quando Chomsky fala algo interessante..) o Estado acaba sendo a arena pública de disputa do poder, quando vc retira a mediação dele de certas instâncias e fecha deixando mais restrita essa arena, você abre espaço para a tirania privada, fazendo com que o Estado burguês maximize como sua única função a opressão para proteger o direito de acumulação privada."
@TheLeeo57
@TheLeeo57 3 жыл бұрын
O conceito de aparelho ideológico de Estado em Louis Althusser explica o que a teoria marxista explica em relação ao uniforme e todas as demais questões existentes nas escolas e nas demais instituições. Ideologia é poder?
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sim. Grande parte dos marxistas está bastante ciente deste caráter microfísico do poder. Eu diria até que Gramsci já ajuda bastante nisso. Por isso acredito que a maior parte dos marxistas deveria aderir e não se opor ao conceito de poder foucaultiano.
@TheLeeo57
@TheLeeo57 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno apenas entendo, como um simples marxista, que o entendimento do processo educativo como ideológico (tal como feito por Althusser) não inviabiliza uma visão de poder de classe, que pode ser tomado e disputado politicamente. O conceito de poder como difuso em uma microfísica me parece que inviabiliza essa questão, não?
@MyJulianamoraes
@MyJulianamoraes 2 жыл бұрын
sinceramente jones n entende nada de Foucault
@guilhermec8798
@guilhermec8798 3 жыл бұрын
Ele abre um parênteses dizendo que o que ele ia falar pode ser uma leitura errada ou se o conceito de poder em Focault era esse mesmo. O que incomoda é a situação prática da estratégia de tomada do poder. Apesar de você destrinchar, em Focault não fica claro pois ele foca no papel das instituições. Mas essas instituições existem justamente pra consolidar o poder de uma classe sobre outra, elas representam os interesses particulares de uma classe, o que não discordamos. Esse fato gera indivíduos que reproduzem a lógica de opressão, mas se for mudada a instituição não mudamos a opressão porque o capitalismo é dinâmico e reproduz suas formas de se manter via concentração de capital. Eu estudei pouco mas acho que o Estado pode até deixar de ser racista mas, por exemplo, só se a condição do negro hoje seria amplificada para o branco também, pois daí todos seriam explorados igualmente
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
A questão do poder é complexa. É preciso superar a lógica da opressão, sem isso, podemos até mudar as relações de poder, mas estaremos sempre elegendo outros bodes expiatórios. É plausível imaginar um país em que a exploração não se utiliza mais de critérios raciais. Mas para isso, iremos simplesmente colocar outros critérios e a coisa continua praticamente na mesma.
@israel-manaus-BR_psn
@israel-manaus-BR_psn 3 жыл бұрын
👍🏼👍🏼👍🏼👍🏼👍🏼
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Yeahhh
@ianlopes7485
@ianlopes7485 3 жыл бұрын
raso...
@michaeloliveira3766
@michaeloliveira3766 2 жыл бұрын
Elabore...
@ernestovalenca250275
@ernestovalenca250275 3 жыл бұрын
Pra mim, a coisa mais problemática é essa ideia de poder difuso mesmo! Mas dizer o que está impreciso nessa afirmação é complexo, não acho que Jones fez esse esforço. Eu, que sou flusseano, não concordo plenamente com Foulcault
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Vou fazer um vídeo abordando esta questão do poder difuso.
@corneliomartinsmarques8028
@corneliomartinsmarques8028 3 жыл бұрын
Cara, tive que parar: você se apresenta tão bem... o vídeo já estava no meio e já dava pra ver que não daria mais tempo para uma boa exposição... mas, a dignidade que devemos aos outros faz a gente pensar "quem sabe ele vai dizer que continuará em outro vídeo?"... E aí vem com essa pê-ro-la: não li o Foucault e o Niilismo de Cátedra, mas... o cara já começa chamando o Foucault de niilista... Péraí: vc não leu! não leu! foi vc quem o disse! caramba! "Toda resenha que eu li"... caramba! Tem mais, tem mais, mas nem vou me dar ao trabalho. Você começou se apresentando muito bem, muito bem mesmo. Em seguida pareceu que pegaria um veio bom de exposição... huummm: caramba = perplexidade.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Eu confesso que não entendi sua objeção. Qual o problema de eu não ter lido uma obra que não me interessa? Eu apenas vi um vídeo falando coisas erradas sobre Foucault e resolvi corrigir. Eu não li o Merquior, mas li Foucault, e muito.
@corneliomartinsmarques8028
@corneliomartinsmarques8028 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno a resposta está aqui: "Qual o problema de eu não ter lido uma obra que não me interessa? " Você começou se apresentando muito bem pra dizer uma coisa dessas em seguida.
@corneliomartinsmarques8028
@corneliomartinsmarques8028 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno Tá bom, vou escrever mais um pouco. É que se trata de mais do que "não ter lido o livro x" se trata mesmo é de não ter visto o vídeo do Jones Manoel (entende o que quero dizer com não ter visto?) e, sinceramente acredito que sem perceber, pichar o vídeo do rapaz ao dizer que ele "faz um espantalho ao criticar o poder em M F": você debate com um vídeo que não existe, pois Jones Manoel não fez crítica ao poder em M F: ele indicou bibliografia para quem quiser se iniciar numa crítica ao poder em M F e na "concepção" P M de poder.
@Richallmight2
@Richallmight2 3 жыл бұрын
@@corneliomartinsmarques8028 não é por nada, mas é igual pedir pra marxista ler "Não Senhor Comuna" essa sua objeção. Se ele é estudioso de Foucault e leu uma resenha já basta né cara?! Ja sabe que é um liberal, já sabe que o Daniel dá foco em Foucault, então ele precisa mesmo? Espero que use essa régua pra você mesmo então né
@corneliomartinsmarques8028
@corneliomartinsmarques8028 3 жыл бұрын
@@Richallmight2 Caramba... vocês debatem muito mal. O Autor deste canal é bem melhor, mais respeitoso com aqueles com quem debate. Sabe? antes que eu ouça o que ouvi durante tantos anos de "grandes intelectuais"... vou tentar resumir uma coisa, com todas as perdas que isso representa... respeitar o adversário, ou o oponente é uma das mais antigas lições de estratégia e tática. A maioria dos que não fazem isso deveriam desistir antes de um enfrentamento. O Autor do Canal, definitivamente é melhor nesse quesito - olha a maneira como ele se dirigiu ao J Manoel, aqui no canal e lá no canal do JM. Debater... debater é uma arte... é sempre bom... Não repare, mas não vou responder a essas coisas que o sr. escreveu aí acima.
@gabrielalmeidaaraujo1742
@gabrielalmeidaaraujo1742 3 жыл бұрын
Gente... Vc entenderam q o Jones na real fez um indicação literária de uma obra né?! PQP... E mais, criticou a obra. Falta interpretação...
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Sim. E nessa indicação ele falou coisas erradas sobre Foucault. Daí eu, como bom foucaultiano, fiz uma resposta.
@gabrielalmeidaaraujo1742
@gabrielalmeidaaraujo1742 3 жыл бұрын
A partir do que vc contradita o artigo do Boito? Afinal, o objeto em análise do vídeo era a obra dele. Logo, ou vc n leu o artigo, ou desvio a legitimidade passiva da crítica.
@kalado153
@kalado153 3 жыл бұрын
Legaliza 🌞🌿
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Top
@vitorsc97
@vitorsc97 3 жыл бұрын
Vídeo feito com seriedade de alguém que realmente leu e entende sobre o que fala. Parabéns!
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Muito obrigado. Fico feliz que tenha curtido.
@matiasbraunger9197
@matiasbraunger9197 3 жыл бұрын
É muito claro que o poder também é exercido em escolas e outras instituições. É tão claro que Jones nem se deu ao trabalho de dizer. É preciso perceber a retórica na fala dele, sua interpretação é um espantalho.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Eu também acho demasiadamente claro para ele discordar. Mas aparentemente foi o que ele fez.
@mariosoek3746
@mariosoek3746 3 жыл бұрын
???
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
???
@mariosoek3746
@mariosoek3746 3 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno vc removeu meu comentário anterior?
@carlossouza6256
@carlossouza6256 3 жыл бұрын
@@mariosoek3746 Mario, não sou o Daniel para responder, mas o youtube bloqueia automaticamente algumas coisas, e outras acredito que dependem de uma configuração prévia do criador de conteúdo. Uma das coisas que sei que faz um comentário ser removido é link externo.
@rafaelmartinsspina8867
@rafaelmartinsspina8867 2 жыл бұрын
"O poder é neutro" Parei o vídeo aí...
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Parou errado. Devia ter continuado pra entender.
@rafaelmartinsspina8867
@rafaelmartinsspina8867 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno é incongruente considerar que o racismo é estrutural e dizer que o poder é neutro... Depois nós marxistas que fazemos um espantalho do pós-modernismo, mas vocês se enforcam com a própria corda...
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
@@rafaelmartinsspina8867 você ouviu qualquer coisa que eu disse depois de dizer "o poder é neutro?" Você está dizendo como se eu tivesse defendido que o poder não pode tomar formas boas ou más, quando não foi absolutamente o que eu disse. O poder não é, a priori, bom nem mau. O poder apenas é. E ele pode ser usado para coisas boas e para coisas ruins. O fascismo é uma relação de poder. A demoracracia também. O socialismo, comunismo, liberalismo ou o que quer que seja, são relações de poder. Não tem espantalho nenhum, é apenas a constatação de um fato. Constatação essa que os marxistas, se quiserem ser minimamente coerentes, concordam plenamente. Não existe corda pra se enforcar, você que tá tentando criar ela a partir de uma interpretação bastante maldosa.
@rafaelmartinsspina8867
@rafaelmartinsspina8867 2 жыл бұрын
@@iluminismoposmoderno meu deus, você além de estar distorcendo o que eu disse, ainda tá tendo uma visão simplista pra caralho. Primeiro que a moralidade em torno da construção do poder não tá em jogo aqui. O que tá em jogo é você considerar que a relação de poder construída a partir de uma estrutura (o racismo estrutural) e, 5 minutos depois (literalmente) considerar o poder neutro. O NÃO É NEUTRO! Ele é construído a partir da estrutura em que ele tá inserido e, portanto, é construído. P.S.: ser incongruente com uma teoria e prática é compreensível... Agora ser mau caráter e distorcer as palavras de alguém pra defender sua teoria, aí é foda...
@michaeloliveira3766
@michaeloliveira3766 2 жыл бұрын
O cara crítica o autor do vídeo e depois concorda com ele. Para piorar ainda chama de mal caráter. Vai entender.
@hugonov8678
@hugonov8678 3 жыл бұрын
Alguns “marxistas”, não sei se por ingenuidade ou por orgulho acadêmico, odeiam o fato de ter de admitir que a crítica social pelo viés econômico e de “superestruturas” já não é, de repente, mais suficiente (embora ainda relevante)! A crítica à uma pretensa dismorfia do poder em M.F é algo tão batido, que Jonas precisa entrar na fila antes, e sem o privilégio de querer sentar na janela logo de cara! Viva 🎊 à pluralidade de ideias e métodos no campo da crítica social!!!! Viva!!!!!!!👏🏾✌🏽
@eduardosousa2070
@eduardosousa2070 3 жыл бұрын
Deixei de acompanhar o cara depois do vídeo
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhh eu acho o conteúdo dele bom, especialmente quando tá criticando o capitalismo. Mas não podia deixar passar essa do Foucault né? Foi meio irresponsável mesmo.
@joaopedrodacunharodrigues
@joaopedrodacunharodrigues 3 жыл бұрын
Se o Jones fez isso com o Foucault, imagina o que ele faz com Marx...
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 2 жыл бұрын
Eu queria poder entender mais de Marx pra ser capaz de opinar. Mas realmente acho que conhecimento profundo de Marx é coisa pra muitos anos de estudo. E normalmente o que eu vejo é que as pessoas que estudam o autor já são orientadas a interpretá-lo de certas maneiras, o que para mim é bastante preocupante.
@leitor_subversivophbr
@leitor_subversivophbr 3 жыл бұрын
Quero dizer que sou o curtidor 666
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Yeahhhhhhhhhhhhhh. Hauhauahauh
@dassayevetavoralima392
@dassayevetavoralima392 3 жыл бұрын
Muito bom. Eu sou marxista e fiquei extremamente incomodado com aquele vídeo do Jones.
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Pra mim Marx e Foucault, em leituras mais atualizadas, são completamente compatíveis. Que bom que curtiu.
@juliopereira8740
@juliopereira8740 3 жыл бұрын
O que acho pior é ele não reconhecer a confusão mental que foi aquele vídeo, reducionismos baratos, analogias falhas e uma fala marxista pífia.
@nimanzano1
@nimanzano1 3 жыл бұрын
Jones Manoel é a Tobata Amoral da "esquerda".
@iluminismoposmoderno
@iluminismoposmoderno 3 жыл бұрын
Ahhhh eu não compararia ambos de jeito nenhum. O Jones faz um espantalhos aqui e ali mas manda bem em vários momentos. E ele não tá em um cargo de poder ferrando o povo né?
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