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Os ônibus montados sobre chassis de caminhões, com mecânica e o capô em posição original, foi uma das primeiras formas de se fabricar ônibus no mundo e também dessa maneira chegou ao brasil, porém alguns tiveram especial participação marcante na história, foi dos Bus Andidos e escolares fabricados principalmente pela CAIO na década de 60 e 70.
O mercado estranhou quando os ônibus perderam os grandes capôs de caminhões e começaram a ganhar identidade própria, más essa era uma tendência que rapidamente identificaria os vários modelos de ônibus das várias marcas que foram criadas no Brasil em meados da década de 50 em diante.
Uma das principais empresas da época era a Caio, que fundada em 1945 trabalhava intensamente na fabricação de vários modelos de ônibus, urbanos e rodoviários, quase todos com design próprio abandonando características de caminhões, porém, ainda mantinha alguns clássicos montados sobre chassis Ford e Chevrolet por exemplo, visando serviços específicos, mais robustos para estradas ruins, com menor custo de produção, e ainda, manutenção mais fácil e barata. Essas soluções também começaram a ser exportadas para demais países da américa latina, já que o Brasil se tornava o maior fabricante de ônibus dessa parte do continente.
Em 1963 foi lançada a linha Jaraguá, o novo urbano de uma famosa sequência da Caio, esse modelo de carroceria também foi utilizado para implementar vários dos caminhões, na época a Caio passou a atender uma grande demanda do mercado da América do Sul, dos países da região Andina, como Chile, Bolívia, Equador e Peru, alguns modelos foram desenvolvidos especialmente para a exportação, e poucas ou nenhum unidades eram vendidas no Brasil, esses ônibus ficariam conhecidos como Caio Andino, ou bus andino.
O CAIO Jaraguá Andino era montado sobre o Mercedes Benz 1113, Dodge D-700 e D-400, e Ford F-700 e F350, como eram a mesma mecânica do caminhão, vários desses modelos eram a gasolina, como os Chevrolet com motor GM 6 cilindros, os Ford com o V8 292, e os Dodge com os Chrysler V8 318.
Na década de 70 a CAIO se tornava a maior indústria de carrocerias da América Latina, principalmente entre 73 e 79 foi quando exportou para esse mercado a maior quantidade dos ônibus Andinos, a Marcopolo também criou alguns modelos do Marcopolo Junior sobre o caminhão Dogde para atender a demanda de exportação, e também alguns Mercedes.
Em 1974 a Caio renovou a linha de ônibus urbanos lançando mais uma carroceria de grande sucesso, o Gabriela, que seria oferecido em muitas versões e praticamente dominaria o transporte público brasileiro da época, e como não poderia deixar de ser, também seria construído na versão Andino.
Os caminhões utilizados eram o mercedes bens 1113, com seu motor a diesel OM352, e teria grande participação nos transporte coletivos dos países andinos, também o Ford F-600 da terceira geração, caminhão que era montado no Brasil com opção de motor a gasolina 292 V8, e a diesel da Perkins, e os Chevrolets estavam disponíveis nas séries C60 e D60, que tinham motores a gasolina e a diesel, respectivamente.
Com a chegada da década de 80 a produção desses modelos de ônibus caiu praticamente a zero, devido a grande redução da demanda de exportação, que passava a adquirir outros modelos mais modernos, embora os velhos tenham continuado trabalhando até os dias atuais em vários países.
Na década de 90, curiosamente houve uma tentativa de relançar os ônibus andinos, incluindo tentativa de lançar os escolares inspirados nos scool buses americanos. Os caminhões Ford, Chevrolet, Dodge, e os antigos mercedes que eram utilizados anteriormente, já não existiam mais, a Caio então utilizaria os caminhões da época oferecidos pela mercedes e pela Ford, criando o Caio Taguá e Caio Mobile, respectivamente.
O Taguá tinha mecânica e frente do Mercedes 1214, e o Mobile, que era direcionado para o transporte escolar, tinha como base o Ford F-12000, ambos eram implementados com a carroceria Caio Vitória, como já havia ocorrido antes, poucas unidades seriam comercializadas no Brasil.
Outra fabricante brasileira de carrocerias de ônibus da época, a Thamco, tentava lançar sua solução para o transporte escolar, em parceria com a Ford que forneceria o chassi B12000, o modelo da carroceria era Aquarius, tinha capacidade para 50 passageiros, a mecânica era bastante robusta, que permitia o serviço em estradas ruins, por isso ganharia versão também para trabalhadores rurais, chamado de Aquarius Rural.
Todos esses modelos porém, não teriam muito sucesso, saindo totalmente de linha em poucos anos, inclusive para exportação, o transporte escolar e público em geral dava preferência para modelos mais modernos e econômicos, como microonibus e vans que invadiam o mercado, e desde então, todo modelo que ainda é visto circulando, chama a atenção pelas ruas, e nenhum modelo novo neste estilo seria criado novamente.
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