O conflito (conflito?) entre a linguística e a gramática

Desde o advento da linguística, surgiu uma espécie de disputa entre ela e a disciplina da qual ela própria descende: a gramática. Só que a linguística e a gramática têm atribuições diferentes: à linguística cabe descrever as línguas, explicar o seu funcionamento, a sua evolução e a sua relação com a sociedade e os falantes; já a gramática tem a função de prescrever, normatizar a chamada norma-padrão, isto é, orientar como as pessoas devem escrever quando têm de redigir documentos, textos profissionais, livros, etc.
Só que existe uma ideia equivocada de que a linguística, justamente por ser uma ciência, que, portanto, não faz juízos de valor de certo e errado sobre o seu objeto de estudo, é contra a gramática normativa e defende um vale-tudo linguístico: cada um fala e escreve como quer e como sabe.
O resultado é que, em matéria de língua, acaba ocorrendo a mesma polarização que ocorre atualmente na política: de um lado, uma espécie de “extrema direita” linguística, o ultraconservadorismo; do outro, a “extrema esquerda”, o tal vale-tudo linguístico, a abolição da norma-padrão e o fim do ensino de gramática nas escolas. E, no meio disso tudo, uma posição “de centro”, de equilíbrio e bom senso.
Mas será que há mesmo conflito entre a linguística e a gramática? Ou tudo não passa de uma disputa política e ideológica?
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[@denisecosta558]

Um vídeo muito lúcido, com informações e colocações necessárias. Obrigada, professor.

[@luanbabuza2280]

bom video

[@lucasnunes6501]

Excelente e necessário vídeo!

[@letrasclube-professorallys4872]

Excelente!!

[@profrodrigobezerra]

Vídeo fantástico. Análise perfeita. Parabéns para vocês dois, Aldo e Pestana. Agora é compartilhar com todo mundo.

[@50diasletivos]

Se não for para aprender a norma padrão e utilizá-la como um instrumento de ascensão, não necessariamente a bens materiais, mas a bens imateriais, qual seria a função do ensino do português na escola? O ensino da gramática é NECESSÁRIO! Conhecimento é poder, e quanto melhor o falante conhecer a sua própria língua, melhor ele saberá se expressar, mais acesso ele terá aos seus direitos, mais rico e instruído o sujeito será! Não oferecer e estimular as pessoas a ter esse conhecimento chega a ser um crime!

[@diegoreis1272]

Amo o seu trabalho, Aldo!

Excelente!!! Didático e sensato!!!

[@meyreazevedo5374]

Nosso país está ficando chato demais, tudo vira política! Até mesmo a língua 🥲😪😪

[@ElCarSant82]

Formei-me em Letras, mas acabei não indo para sala de aula, fui parar na área de informática, porém continuo a estudar e o professor Aldo Bizzochi é um baita fonte para minhas leituras (comprei e li algumas coisas citadas pelo professor). Professor Aldo, venho acompanhando o teu trabalho já há alguns anos. Aprendo com ele. Já estou na terceira leitura d'O Universo da Linguagem. Uma baita aula encontro ali. Por isso tenho admiração pelo que vem fazendo pela Linguística. Neste vídeo o professor mostrou que além de todo o valor profissional, que já reconheço, o senhor tem coragem. Ir tão abertamente contra o "reizinho" da linguística brasileira é certamente, de algum modo, atrair algum desconforto para si. No entanto, toda a sua fala é corretíssima. Eu não conhecia o trabalho do professor Pestana a respeito de Bagno, mas os trechos citados são trechos que eu mesmo já havia destacado como incoerentes pelos mesmos motivos. Eu considero que há necessidade de uma "CPI" da Sociolinguística no Brasil. Isso porque em diversos livros, tanto de Bagno, quanto de Possenti ou Perini, para não crescer muito a lista, há um imenso registro de dados que não correspondem à realidade. Eles negam o uso cotidiano de estruturas gramaticais que ainda são muito utilizadas, e não só nas cidades de interior, como gostam de afirmar. E é lamentável que livros como o dos autores citados tenham um efeito tão marcante no pensamento da linguística brasileira. Some-se a isso títulos como "Pequeno dicionário de Língua Morta", do jornalista Alberto Villas, que lista palavras que, provavelmente, morreram no condomínio dele, mas que são utilizadas o tempo inteiro por muita gente, com o preciso sentido que ele alega ter se perdido, aqui, em Aracaju. Assim, tem-se, entre sociolinguistas, vontade tão grande de romper com o rigor tradicional das análises e normas da língua, que se valem, em seus artigos, até mesmo de análises etimológicas coletadas em sites de falsa etimologia espalhados pela web ou recorrem até mesmo ao livro "Mas será o Benedito?", de Mário Prata, livro que nada mais é do que uma brincadeira com as origens das palavras. O que tenho identificado em alguns artigos acadêmicos nos últimos três ou quatro anos é que na "Ciência Ativista" vale tudo, sobretudo mentir. De toda forma, se a Gramática (seja ela modernizada ou não) é outro idioma, que sejamos bilíngues, então. P.S.: Se o "purismo linguístico" é fascismo, como crê alguns sociolinguistas, a defesa do "português brasileiro" como um idioma distinto do português europeu (num movimento esquisito de uma suposta "descolonização"), essa defesa não passa de um nacionalismo que não está muito longe do nacionalismo de Mussolini ou de Hitler.

[@MOPCLinguistica]

Muito pertinente e necessária a sua crítica ao tolo marxismo linguístico de Marcos Bagno. Sou o dono do canal MOPC Linguistica, aliás.

[@erichapolinario8964]

Dois canais incríveis de linguística.

[@joadsonmatias2610]

Li o famigerado Preconceito Linguístico de Marcos Bagno para poder ter mais clareza sobre o assunto colocado em pauta pelo autor e as suas contradições já começam na introdução quando ele diz: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua." Ou seja, ele afirma haver uma evidente diferença entre os dois conceitos, mas ao longo de todo o seu livro fica comparando justamente aquilo que não caberia comparações por pertencerem a instâncias diferentes. Disto, decorrem as então confusões que ele diz que devem ser evitadas, mas o próprio as promove na mesma obra. Como tudo que é progressista cabe a militância em prol dos menos favorecidos socialmente tentando apaziguar as dificuldades pelo caminho mais "fácil", pois é muito simples dizer que conhecer a gramática e a norma culta da língua não te faz ascender socialmente quando você a domina e, assim, taxá-la de "preconceituosa". De fato, no Brasil só ascende socialmente jogador e pagodeiro e quando se dá valor a estudiosos é a tipos militantes como Marcos Bagno.

[@ggmgtowsigma8154]

Instagram?

[@planetalingua8435]

Não entendi a sua pergunta. Você quer saber se eu tenho perfil no Instagram?