Por que o SEDEVACANTISMO é um PERIGO para a IGREJA CATÓLICA?

[@ultrapetrinos]

Boa noite! Eu gostaria de explicar ao senhor que nesse vídeo foram transmitidas várias informações inexatas. Caso tenha interesse, posso apontar-vos os vossos principais erros. Salve Maria.

[@Sanctamente]

Claro! Pode dizer

[@ultrapetrinos]

​@@SanctamenteEu gostaria de agradecê-lo de antemão pela vossa atenção e cordialidade. Seguem os meus comentários: ​​​​​​​​*[01]* No instante 0:34 é dito que segundo os sedevacantistas a Infalibilidade papal acontece em todas as dimensões do Papado. Errado! O Papa é infalível quando fala oficialmente na condição de sucessor de São Pedro (ou seja, quando fala ex cathedra), em público, para toda a Igreja, e sobre assuntos relacionados à Fé e Moral. *[02]* No instante 0:55 é dito que o Papa, fora das ocasiões solenes, pode contrariar o magistério da Igreja. Errado! O Papa não pode contrariar a si próprio e a seus antecessores, em questões relacionadas ao magistério da Igreja. *[03]* No instante 1:27 é dito que o magistério da Igreja não prevê a santidade do Santo Padre. Errado! O NSJC criou a Sua Igreja sob Pedro (e não sob os 12 Apóstolos, portanto, se Pedro cair, toda a Igreja ruirá junto com ele.) e confiou exclusivamente a Pedro a custódia do depósito da Fé. Portanto, "os ensinamentos do Papa" e a "interpretação do Depósito da Fé" feita pelo Papa, se confundem e são uma coisa só. E por motivos óbvios não pode conter erros, pois, assim como o NSJC é Santo, a sua Igreja também é Santa (afinal, a Igreja é o corpo de Cristo). Se o depósito da Fé fosse corrompido, a Igreja ficaria com esta mácula e a promessa de NSJC em Lc 22, 31-39 seria uma mentira (e o NSJC é Deus e nunca falha). ​​​​*[04]* No instante 1:38 é dito que São Paulo ao admoestar São Pedro, teria escancarado a realidade de que o Papa não é infalível. Errado! São Pedro titubeou numa questão de costumes, costume este que eram os hábitos judaicos, que Pedro praticou junto a Jesus. No 1⁰ concilio de Jerusalém foi definido que a antiga aliança havia sido encerrada e Simão Pedro na sua vida pessoal teve dificuldades para abandonar os hábitos judaicos e deu um mau exemplo, mas, sem ensinar nada de errado. ​​​​*[05]* No instante 2:15 é dito que os Papas Honório e João XXII teriam cometido erros graves. Errado! Honório foi imprudente e única e exclusivamente por isso, perdeu o papado. Observe que se ele tivesse caído em heresia, cisma ou heresia, ele não seria colocado na conta dos Papas válidos e sim, na conta dos antipapas.. E quanto ao Papa João XXII, essas acusações foram feitas pelos inimigos da Igreja. Inclusive estas acusações podem custar a salvação de quem as profere, pois, no Concilio do Vaticano são anatematizados todos aqueles que acusarem os Papas (válidos) anteriores a Pio IX. ​​​​​*[06]* No instante 6:00 é dito que o Papa só é infalível quando proclama algo dogmaticamente. Errado! Se fosse assim, o Papa não seria imprescindível, pois, temos mais tempo desde que foi proclamado o último dogma, que de vacância da Sé Apostólica. E mais, se o Papa é infalível apenas na proclamação de dogmas, então, todo o magistério da Igreja está sujeito a falhas (lembre-se que as encíclicas e demais documentos pontificios fazem parte do Magistério da Igreja), assim como as sagradas escrituras, as canonizações dos santos, as sagrações episcopais, etc. ​​​​​​​*[07]* No instante 4:40 é dito que os Sedevacantistas se assemelham com os Ortodoxos. Errado! Os Católicos Sedevacantistas, são os maiores defensores do papado. Os Ortodoxos não a autoridade do Papa, e por isso foram excomungados. Quem se assemelha aos Ortodoxos são os ditos Católicos que o desobedecem, tais como os ditos R&R. Portanto, o cisma do Oriente não aconteceu por conta da vacância da Sé de Roma. Quem desobedece o Papa pode incorrer em excomunhão automática (ipso facto). ​​​​​​​*[08]* No instante 5:54 é dito que Angelo Roncalli não era maçom. Errado! Existem documentos que provam isso (eu não os trarei aqui) e nenhum maçom faz parte do corpo da Igreja. Portanto, João XXIII é um falso Papa e jamais poderia ser a cabeça da Igreja, afinal, como alguém que não pertence ao corpo pode ser a cabeça? Isto seria uma aberração! ​​​​​​​​*[09]* No instante 6:21 há a conclusão que a constatação da vacância da Santa Sé, é uma posição teológica. Errado! Ao longo da história da Igreja a Sé ficou vacante inúmeras vezes. Isto faz parte da vida da Igreja. *[10]* No instante 6:25 é dito que a posição Sedevacantista é perigosa. Correto! Devemos ser Católicos e desejar ardentemente ter um Papa, ainda que está espera demore mais que 66 anos. Contudo, existem pessoas que se aproveitam da crise da Igreja e não reconhecem o Papa por convicção própria, preferem permanecer assim e jamais o reconhecerão. A estas pessoas o rótulo de sedevacantista lhes caem muito bem. Contudo, aqueles Católicos que recebem a mesma alcunha, mas, são ávidos por um Papa válido, percebem que a estrutura da Igreja foi eclipsada por uma seita que usurpou o trono petrino e confia plenamente na providência divina e na eleição de um futuro Papa válido, estas pessoas são os verdadeiros Católicos. Salve Maria.

[@Sanctamente]

Caríssimo, a objeção n1 não tem base na Const. Dogmática Pastor Aeternus do CVI que proclama o Dogma da Infalibilidade, pois há uma diferença entre o que é poder pleno e plena infalibilidade. Segundo a Const. o Papa goza de poder pleno diante da Igreja, mas a infalibilidade não abarca pronunciamentos públicos, não há nenhum documento da Igreja que sustente essa opinião. Obj. 2: também está equivocada com base, inclusive, na história da Igreja, houveram diversos Papas, como os citados, que pessoalmente e até publicamente contrariaram o magistério, mas isso não os faz perder o papado ipsi facto, sem falar que mais uma vez, não existem documentos que comprovam tal teoria, inclusive já respondendo ao 5º ponto, o Papa Honório foi condenado por 3 vezes e ainda consta na lista de Papas válidos e João XXII foi tão categórico que Bento XII precisou mitigar seus errados declarando a visão beatífica como dogma de fé. Obj. 3: também não há consistência, apenas uma livre interpretação da Escritura, afinal nem São Pedro era Santo quando foi-lhe dada a autoridade e as chaves e a própria Igreja, de fato, não afirma nada sobre a santidade do Papa, apenas da sua autoridade e poder plenos, que não é o mesmo que santidade. Obj. 4: O erro de São Pedro não diz respeito à um aspecto de costumes, mas de doutrina da fé, dizer que o Cristo só veio para os judeus é matéria de fé, não de costume. Ademais não continuarei a responder as outras objeções, pois creio já ser suficiente a percepção equivocada dos vossos argumentos. Recomendo que estude sobre a hierarquia dos documentos da Igreja, a diferença de valor que há entre uma carta pastoral, um motu próprio, uma bula, uma const. dogmática, etc. Além disso, deixo o link da Const. Dogmática Pastor Aeternus sobre a Infalibilidade Papal, que inclusive, diz no Cap. 2, Parágrafo 3: "Se, portanto, alguém negar ser de direito divino e por instituição do próprio Cristo que S. Pedro tem perpétuos sucessores no primado da Igreja universal; **ou que o Romano Pontífice é o sucessor de S. Pedro no mesmo primado seja excomungado** ". Salve Maria

[@ultrapetrinos]

@@Sanctamente Obrigado por responder-me a algumas das minhas objeções ao vosso vídeo. Como o vosso canal tem a pretensão de explorar as profundezas da Fé Católica, com o excelso objetivo de alcançar as verdades perenes que remontam dos Apóstolos e contrapor os engodos contemporâneos que são imputados à Madre Igreja; sinto-me combalido a ajudá-lo nesta empreitada, admoestando-o acerca dos mal entendidos contidos em vossa resposta acima. Para tanto, usarei um esquema semelhante ao vosso, para ajudá-lo a localizar-se em cada uma das objeções. Confira: Obj. 1: Este tópico versa sobre o (suposto) erro sedevacantista de acreditar que o Papa é infalível em todas as dimensões do Papado. Eu discordei desta afirmação e usei a própria constituição dogmática “Pastor Aeternus” para embasar a minha resposta, explicando que quando o Sumo Pontífice se pronuncia publicamente enquanto Papa (que é diferente de quando ele se pronuncia em privado, enquanto pessoa física), para toda orbi e acerca de assuntos sobre Fé e Moral; nestas condições ele é sempre infalível. Portanto, em minha resposta foram pontuadas de forma cristalina as condições em que a infalibilidade se faz presente. Contudo, em vossa tréplica, inventastes uma restrição que NÃO ESTÁ PRESENTE no documento “Pastor Aeternus”, ao afirmar que os pronunciamentos públicos do Vigário de Cristo não são infalíveis. Não há nenhum documento da Igreja que sustente essa opinião. Obj. 2: Neste tópico tratamos da (suposta) possibilidade do Sumo Pontífice contrariar o magistério da Igreja, em ocasiões não solenes. Eu discordei desta afirmação e desta vez me valerei do documento “Pastor Aeternus” que elucida bem esta questão. Veja: “Os Romanos Pontífices (...) têm definido como verdade de fé [tudo] aquilo que, com o auxílio de Deus, reconheceram ser conforme com a Sagrada Escritura e as tradições apostólicas (...) e seguiram-na todos os santos doutores ortodoxos, firmemente convencidos de que esta cátedra de S. Pedro SEMPRE PERMANECEU IMUNE DE TODO O ERRO, segundo a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 22, 32) feita ao príncipe dos Apóstolos: “Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos”. (...) As declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não permita, - seja Anátema!”. Obj. 3 e 4: Neste tópico tratamos de uma suposta impecabilidade de São Pedro (sob a ótica dos sedevacantistas), que se confunde com a infalibilidade papal. O pano de fundo para tal afirmação foi o episódio em que São Paulo repreende São Pedro. Para uma melhor compreensão deste episódio, proponho separarmos o Simão do Pedro. O primeiro é um ser humano pecador. O segundo é o chefe infalível da Igreja Católica, que é o corpo de Cristo, portanto, sem mácula. E é por isso que chamamos a Pedro de "Santo Padre", porque diferente de Simão que é pecador, Pedro é infalível quando se trata do Depósito da Fé. Então, o que de fato ocorreu em Gálatas 2, 11-14? São Paulo repreendeu São Pedro porque o viu escandalizar os convertidos gentios, dando-lhes a impressão por meio de seu comportamento de que era necessário que observassem a Lei de Moisés (“judaizar”). Ele fez isso comendo com os convertidos gentios em Antioquia, até que alguns convertidos judeus chegaram de Jerusalém, momento em que ele se separou dos gentios e comeu exclusivamente com os convertidos judeus. Esses convertidos do judaísmo ainda estavam cumprindo as leis dietéticas de Moisés, o que, na época, era permitido para eles fazerem. Santo Tomás de Aquino explica que “… era lícito aos judeus convertidos ao cristianismo observar [as cerimônias legais], desde que não depositassem sua confiança nelas de modo a considerá-las necessárias à salvação, como se a fé em Cristo não pudesse justificar sem as observâncias legais. Por outro lado, não havia razão para que aqueles que se converteram do paganismo ao cristianismo as observassem.” (Summa Theologica, I-II, q. 103, a. 4, ad 1; ver também Papa Pio XII, Encíclica Mystici Corporis, n. 29). Obj. 11: Este novo tópico trata da resiliência da Igreja frente as investidas das forças demoníacas e a perpetuidade do papado em meio a uma Igreja que subsististe com um pequeno rebanho e uma vacância prolongada. Para tanto foi citado um trecho do documento “Pastor Aeternus”, do qual os sedevacantistas estão em perfeita concordância, afinal, temos plena convicção a vacância, mais cedo ou mais tarde, se extinguirá, e São Pedro continuará a ter perpétuos sucessores de S. Pedro, até a vinda gloriosa de NSJC. Sem mais, continuo a disposição para quaisquer dúvidas e/ou sugestões. Salve Maria.