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0:02 - Rosa da Madragoa
2:40 - O Ardinita
6:09 - Fala da Mulher Sozinha
__ Rosa da Madragoa __
Composição: João Dias / Moniz Pereira
No Bairro da Madragoa
À janela de Lisboa
Nasceu a Rosa Maria
Filha de gente vareira
Foi criada na ribeira
Entre peixe e maresia
Flor, mulher aquela rosa
Era a moça mais airosa
Que a malta já conheceu
E toda a malta do mar
Suspira ao vê-la passar
De chinela e perna ao léu
Lá vai a Rosa Maria
Que é a alegria desta ribeira
Ouve e ri à gargalhada
Qualquer piada por mais brejeira
Vai bugiar meu menino!
Não deites barro à parede
Que esta rosa é peixe fino
Para as malhas da tua rede
O jovem Chico Fateixa
Já jurou que não a deixa
Pois a paixão é teimosa
É de tal modo a cegueira
Que deu à sua traineira
O nome daquela rosa
E a flor da Madragoa
Ao ver escrito na proa
Seu nome Rosa Maria
Ergueu os braços ao Chico
Começou o namorico
E vão casar qualquer dia
Lá vai a Rosa Maria
Que é a alegria desta ribeira
Ouve e ri à gargalhada
Qualquer piada por mais brejeira
Vai bugiar meu menino!
Não deites barro à parede
Que esta rosa é peixe fino
Para as malhas da tua rede
__ O Ardinita __
Letra: João Linhares Barbosa
Música: Fado Corrido (Popular)
Oh minha mãe, minha mãe
Oh minha mãe, minha amada
Oh minha mãe, minha mãe
Oh minha mãe, minha amada
Quem tem uma mãe, tem tudo
Quem não tem mãe, não tem nada
O ardinita, o João
Levantou-se muito ledo
Porque tinha que estar cedo
À porta da redação
Trincou um naco de pão
Que lhe soube muito bem
Antes de partir, porém
Beija a mãe adormecida
Dizendo: Cá vou à vida
Oh minha mãe, minha mãe!
A mãe com todo o carinho
Deitou-lhe a bênção, beijou-o
E depois aconselhou-o
Sempre muito juizinho
Toma conta no caminho
Não fumes, não jogues nada
Pode ficar descansada
Disse ele pra iludir
E tornou-se a despedir
Oh minha mãe, minha amada!
Cruzou toda a Madragoa
Satisfeito, a assobiar
Uma marcha popular
Do São João em Lisboa
Nisto pensou: É tão boa
A minha mãe e, contudo
Como a engano, a iludo
E lhe minto, coitadinha
Gramo tanto essa velhinha
Quem tem uma mãe, tem tudo!
Nesse calão repelente
Da gíria da malandragem
Existe um quê de homenagem
Nessa boquita inocente
Marcha pro jornal contente
Sempre de alma levantada
E como o calão lhe agrada
Repete: Como eu a gramo
Tanto lhe quero e tanto a amo
Quem não tem mãe, não tem nada!
__ Fala da Mulher Sozinha __
Letra: Eduardo Olímpio
Música: Paco Bandeira
Já estou farta de estar só
Acompanhada de nada
Já estou louca de ser rua
Tão corrida, tão pisada
Já estou prenhe de amizade
Tão barriga de saudade
Ai eu ainda um dia irei rasgar a solidão
E nela entrelaçar
O olhar de uma canção
Chegar ao cume, ao cimo, ao alto
Mais longe e mais além
Mas a saber que sou alguém
Na cidade sou loucura
Sou begónia sou ciúme
E eu que sonhava ser rua
Caminho atalho lonjura
Não tenho assento na festa
Sou a migalha que resta
Ai eu ainda um dia irei rasgar a solidão
E nela entrelaçar
O olhar de uma canção
Chegar ao cume, ao cimo, ao alto
Mais longe e mais além
Mas a saber que sou alguém
“Música feita em Portugal”
Criei este canal apenas para divulgar a música nacional, a língua portuguesa e a cultura lusófona. A seleção do repertório retrata uma opção estética meramente pessoal… Como não pretendo ganhar qualquer dinheiro com os vídeos, todos os benefícios são rentabilizados pelos “proprietários dos direitos de autor”.